Concurso Bombeiros-RJ: Alerj discute déficit e reivindica auxílio

Sem concurso, CBMERJ sofre com o alto déficit de profissionais. Bombeiros também pedem aumento de auxílio-transporte.

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Publicado em:20/12/2019 às 11:30
Atualizado em:20/12/2019 às 11:30

À espera de concurso Bombeiros-RJ, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) continua sofrendo com o déficit no quadro de funcionários, que está abaixo do número de efetivos estipulado pela Lei Estadual 6.170, de 2012.

A regulamentação determina que o quantitativo desses servidores seja acima de 23 mil. No entanto, como já debatido em setembro, este número tem um desfalque que ultrapassa 10 mil profissionais. 

Este foi o principal assunto colocado em pauta durante a audiência pública realizada pela Comissão de Servidores da Alerj, que aconteceu na última quinta-feira, 19, no Palácio Tiradentes.

De acordo com o presidente da Comissão, deputado Bruno Dauaire (PSC), haverá a criação de um grupo de trabalhos para que a situação do Corpo de Bombeiros possa ser estudada com mais afinco.

Também será feito o envio de uma indicação à Mesa Diretora da Casa para que haja a realocação de um fundo da Alerj para facilitar convocações de aprovados em concursos públicos da CBMERJ.

"A comissão tem o papel de humanizar a relação do servidor com o poder público. O grupo de trabalho vai funcionar para fazermos mais pressão política junto ao governo. Vamos também elaborar uma indicação à Mesa Diretora para que se possa olhar para os aprovados do Corpo de Bombeiros e fazer a mesma coisa que fizeram com a Policia Civil e Militar", disse o parlamentar.

Bombeiros-RJ pedem aumento de auxílio-transporte

Além da falta de concurso Bombeiros-RJ, gerando déficit no Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, outras questões foram abordadas no encontro, como os benefícios recebidos pelos servidores.

"Hoje a prioridade para a corporação é a questão do efetivo. Mas outra questão que reivindicamos aqui é sobre o auxílio-transporte, que quando foi criado, não programou o valores de passagem em conjunto com um valor fixo. Isso impede que esses valores sejam corrigidos. Esperamos que haja um aumento do auxilio-transporte", declarou o sargento do Corpo de Bombeiros, Moisés Oliveira Santos.

Déficit de profissionais do CBMERJ volta a ser colocado em pauta na Alerj
(Foto: Divulgação)

Durante a reunião, também foi discutida a situação dos técnicos de enfermagem e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU.

"Os profissionais estão ficando doentes. Existe uma portaria interna que regulamenta uma escala de trabalho de 24/72 horas, porém, o que está acontecendo hoje é uma escala de 24/24. Não queremos deixar de prestar um bom serviço à população, mas o Corpo de Bombeiros realiza a prevenção e combate aos incêndios, e atendimentos à vias públicas, e não atendimento de urgência e emergência. Os militares precisam estar preparados e não desempenhando outras funções", enfatizou o representante da Associação Galeria de Heróis, Alexsandro Camara.

Bombeiros-RJ teve último concurso para soldado em 2014

O último concurso do Corpo de Bombeiros-RJ para soldado foi em 2014. Foram oferecidas 520 vagas, mais cadastro reserva, sendo 400 para o cargo de soldado combatente e 120 para técnico de enfermagem.

Para o cargo de soldado foi exigido o nível médio, enquanto para o técnico de enfermagem, a formação técnica na área. A organizadora da seleção foi a Funcefet.

Após ter sido prorrogado, o prazo de validade da seleção expirou em 2018. Porém com a sanção da Lei 8.931/19, que suspende a validade dos concursos do estado até o fim do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que pode durar até 2023, os processos estão sendo reavaliados pela Procuradoria Geral do Estado.

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Em 2017, excedentes pediram por novas convocações. Os aprovados alegaram que a corporação trabalhava apenas com 10% do efetivo, pouco mais de 700 soldados, sendo que a lei estabelecia um efetivo de 7.024 servidores.

Durante a audiência, além do déficit no CBMERJ, outra questão foi abordada: a gestão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Atualmente, o responsável pela gestão do Samu é o Corpo de Bombeiros, mas, de acordo com o coronel Claucir Costa, no início do ano que vem a Secretaria Estadual de Saúde irá gerir o serviço.

Veja a situação do quadro de militares ativos na corporação

No CBMERJ os militares estão distribuídos em duas classes: oficiais e praças. Para a primeira função é exigido o nível superior de escolaridade. Já para as praças, os níveis fundamental, médio ou médio/técnico.

De acordo com a Lei 6.170/12, o quadro de efetivos deveria ser de pelo menos:

  • 7.119 oficiais (Coronel, Tenente-coronel,Major, Capitão, 1º Tenente, 2º Tenente)
  • 16.356 praças (Subtenente, 1º Sargento, 2º Sargento, 3º Sargento, Cabo, Soldado)

O efetivo do CBMERJ ao final de 2017 era de 13.690 militares ativos, sendo 3.182 oficiais e 10.508 praças. No final de 2018 houve uma redução de 6,6%, passando a ter 12.781 profissionais.