Como definir o cargo de nível superior no concurso TJ RJ?

Inscrições no concurso TJ RJ 2020 encerram no próximo dia 30 de março. Candidatos possuem mais de um cargo como opção de nível superior.

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Publicado em:25/03/2020 às 12:30
Atualizado em:25/03/2020 às 12:30

As provas objetivas serão aplicadas para os cargos de todas as áreas ofertadas. A aplicação está prevista para o dia 21 de junho. Na parte da manhã, farão o exame os candidatos a analistas. À tarde, os concorrentes a técnico.
 

Quais formações abrangem diversos cargos no concurso TJ RJ?


De acordo com o edital publicado, os candidatos formados em Direito podem concorrer a até quatro grupos de vagas, três de nível superior e uma de nível médio, conforme abaixo:
 

  • Técnico judiciário de nível médio
  • Analista judiciário sem especialidade;
  • Analista judiciário - Execução de Mandados;
  • e Analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso.


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Além disso, em outras áreas de formação como, por exemplo, Administração, o quadro se repete. Neste caso, os administradores podem concorrer às oportunidades de:

  • Técnico judiciário de nível médio
  • Analista judiciário sem especialidade;
  • Analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso;
  • e Analista judiciário - Analista de Negócios.


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E ainda para os setores de Psicologia e Serviço Social, que podem concorrer aos cargos de analista judiciário para a formação específica em cada área e analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso, além do cargo de técnico de nível médio.
 

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Como escolher o cargo que irá concorrer no concurso TJ RJ 2020?


A seleção para o Tribunal de justiça do Estado do Rio de Janeiro permitirá que um candidato concorrer a até dois cargos desde que não tenha o mesmo horário de aplicação de prova, ou seja, uma vaga de técnico outra de analista.

Como se não bastasse esse dilema entre concorrer uma vaga de nível médio ou de nível superior, os candidatos que possuem formação em nível superior ainda precisam definir qual grupo de vagas irá concorrer.

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Um dos pontos a serem analisas, segundo estudo realizado pela LS Concursos, é a quantidade de convocados em cada cargo na última seleção. De acordo com o levantamento, foram 669 técnicos convocados e apenas 214 analistas chamados.

Outra observação necessária são as chamadas além da oferta de vagas imediatas, característica de tribunais de justiça. A análise também aponta que as nomeações foram feitas em um período de crise financeira no estado.

 

Concurso TJ RJ tem oferta de 160 vagas de níveis médio e superior
Tribunal oferece 160 vagas para os níveis médio e superior
(Foto: Diego Santos)


O que levar em consideração entre um cargo de nível médio e superior?

Carolina Machado (Foto: Divulgação)
Carolina Machado também é
oficial de justiça (Foto: Divulgação)


A consultora e coordenadora da área de Tribunais Judiciários da LS Concursos e também oficial de justiça, Carolina Machado, comenta sobre o que deve ser levado em consideração na hora de escolher a vaga que vai disputar.

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O que os candidatos devem levar em consideração na hora de escolher entre um cargo de nível médio e de nível superior? A especialista diz que o estudante deve ter em mente três fatores principais no momento da escolha.
 

"Primeiro a sua formação, se possui os requisitos do cargo, ou seja, se possui formação em nível superior e em que especialidade. Outro fator importantíssimo é a função a ser desempenhada. Nada de fazer algo que não gosta pelo resto da vida ou pelo menos por um bom período, por isso sempre pesquise bem as atribuições do cargo. Por fim, seu nível nos estudos."


Carolina Machado diz que para encara um edital de forma competitiva é importante ter feito um estudo antes da publicação. Caso tenham identificado matérias que não foram estudadas, o conselho é concorrer ao cargo que cobra menos conteúdo.

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Mesmo assim, a consultora lembra que para algumas formações é possível fazer as provas de analista e técnico, já que possuem horários de aplicação diferentes. Porém, é necessário ter um plano para concorrer em ambos os cargos.
 

"Para fazer as duas é interessante traçar uma estratégia, não dá para atirar para todos os lados. As provas de Analista sem especialidade e Analista execução de mandados, por exemplo, têm conteúdo muito parecido com o da prova de técnico, modificando pouca coisa na parte da legislação, sendo plenamente possível conciliar ambas as provas."



Quais vagas os candidatos formados em Direito devem concorrer?


A área de Direito tem 31 vagas para analista judiciário sem especialidade, cinco oportunidades para analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso e 10 chances na carreira de analista judiciário - Execução de Mandados.

Com três opções para concorrer em nível superior, os candidatos formados em Direito podem ter dúvidas para escolher o cargo ofertado na seleção. Carolina aponta algumas características das vagas que devem ser levadas em consideração.

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A coordenadora indica que se o candidato identifica realizando atividades na rua e que não gosta de ter um rotina fixa, o ideal é fazer a opção pela carreira na área de Execução de Mandados.
 

"Mais uma vez entra em questão a função a ser desempenhada. Se a pessoa se identifica mais com uma atividade externa, não gosta tanto de rotina e prefere uma atividade mais dinâmica, a opção de analista Judiciário - Execução de Mandados poderá ser a melhor."


Ainda de acordo com a coordenadora da área de Tribunais Judiciários da LS Concursos, já os candidatos mais ligados a questão de fiscalização e garantia de direitos dos mais jovens, as vagas na Comissário da Infância, Juventude e Idoso é a melhor opção.
 

"Quanto ao cargo de Analista Judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso, o candidato deve se identificar mais com questões relacionadas à fiscalização, garantia e proteção dos direitos de crianças, adolescentes e idosos, também é uma atuação que muitas vezes terá algum trabalho externo, necessário para realizar pareceres para auxiliar a decisão dos magistrados."


Porém, já os candidatos que gostam mais de trabalhar com questões mais internas do tribunal e ter uma atividade trabalhista mais constante, a opção seria a função de analista judiciário sem especialidade.
 

"Caso o desejo da pessoa seja realizar atividades internas no tribunal, como atividades administrativas ou de funções relacionadas à assessoria de magistrados, por exemplo, a melhor opção é o cargo de analista judiciário sem especialidade."


Segundo a também oficial de justiça, Carolina Machado, em boa parte dos tribunais pelo país, esses cargos não são desempenhados por profissionais de Direito e sim por psicólogos, pedagogos e assistentes sociais.


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A importância de verificar o conteúdo programático

Quanto ao conteúdo programático cobrado para os cargos, a especialista ressalta o que tem o maior números de tópicos para serem estudados. Portanto, os candidatos teriam que estar um pouco mais avançado nos estudos.
 

"O conteúdo programático do cargo de analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso é maior que os demais cargos de analista para quem possui formação em direito, e por isso seria mais interessante para o aluno que já estivesse mais avançado no estudo da teoria quando o edital foi publicado."


Administração também tem vagas em diferentes cargos


A área de Administração tem contemplada três diferentes cargos: analista judiciário sem especialidade; analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso; e analista judiciário - Analista de Negócios.

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Carolina Machado chamou mais uma vez a atenção para para as atribuições dos cargos na hora de fazer a opção pela carreira ofertada na seleção para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
 

"Provavelmente os analistas judiciários sem especialidade com formação em Administração de Empresas serão alocados em funções relacionadas a gestão de pessoas, licitações, comunicação, almoxarifado entre outras. Já o analista judiciário - Analista de Negócios em funções mais estratégicas de melhoria dos processos administrativos do tribunal. O que foge um pouco é o cargo analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso, por possuir atribuições voltadas à proteção da criança, adolescente e idoso."


A coordenadora reforça que o cargo de analista judiciário - Analista de Negócios, conforme consta no edital, tem atribuições específicas como, por exemplo, intermediar as partes interessadas e os objetivos organizacionais.

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Além disso, a carreira também tem como função identificar e mapear processos de trabalho e propor melhorias, identificar falhas e melhorias em sistemas e levantar demandas em sistemas e propor soluções, etc.
 

"É uma função ainda mais técnica, bem parecida com o que as atividades de consultoria fazem. Portanto, mais uma vez cabe ao candidato analisar as demais atribuições do cargo e seu avanço de estudo no conteúdo programático."


Conteúdo programático para Administração


Para ajudar na escolha, Carolina orienta que os candidatos façam uma análise dos conteúdos do edital já estudados até o presente momento e, com isso, verificar o que é possível ser estudado com o tempo disponível até a data da prova.

Segundo a consultora, há muita variação entre o conteúdo programático de um cargo e outro. Carolina diz o que cada cargo exige de conhecimentos em seus programas de estudos.

Analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso

"Há necessidade de estudar uma legislação específica de Direito, voltada para questões relacionadas à Criança e Idoso, como Estatuto da Criança e Adolescente, Estatuto do Idoso, Lei de Diretrizes da Educação, entre outros, além das matérias que já caem para o cargo de analista judiciário sem especialidade."

Analista judiciário - Analista de Negócios

"Há um conteúdo programático mais voltado para a área de Administração, com matérias como Análise de Negócios e Inglês, vale ressaltar que o conteúdo de Direito é um pouco menor nesse caso."

Além disso, a oficial de justiça reforça um outro fator que deve ser levado em consideração para os candidatos que vão concorrer a uma das vagas oferecidas para candidatos formados Administração.

Para a coordenadora é bem provavelmente que o cargo de analista judiciário - Analista de Negócios tenha menos nomeações que as outras carreiras por conta de só ter vagas ofertadas na capital.


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Psicologia e Serviço Social também podem concorrer para mais de uma área de nível superior


Outras duas áreas que também podem trazer dúvidas aos candidatos são Psicologia e Serviço Social. As carreiras contempladas são analista judiciário para a formação específica e analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso.

Carolina Machado define os cargos. "Os cargos de analista judiciário Psicologia e analista judiciário Serviço Social possuem atribuições mais gerais relacionadas a respectiva formação em nível superior. Enquanto que o cargo de analista judiciário - Comissário da Infância, Juventude e Idoso possui atribuições bem específicas."

Conteúdo de Direito reduzido

De acordo com a coordenadora da área de Tribunais Judiciários da LS Concursos, os tópicos previstos no conteúdo programático do edital para os cargos de analista judiciário - Psicologia e analista judiciário - Serviço Social é bem mais reduzido de Direito.

Já para a função de comissário, o conteúdo cobrado no edital do concurso TJ RJ é um pouco mais extenso. Carolina sugere além de pensar na função que o candidato mais se identifica é também observar o quanto já estudou do conteúdo programático.
 

"Estudantes que já vinham estudando boa parte da matéria de Direito prevista no edital porque estavam estudando para concursos de nível médio ou nível superior em qualquer área, poderiam escolher o cargo de Comissário sem problemas. Já os alunos que vinham focando em concursos voltados para sua formação em específico é mais estratégico se voltar para os cargos de Analista Judiciário Psicologia e Analista Judiciário Serviço Social."


Candidato vai concorrer para técnico e analista


Com tantas opções de vagas fica a pergunta: a qul cargo devo concorrer? No caso do Gabriel Silva Soares, 24 anos, e aluno da LS Concursos, conciliar os estudos para o cargo de técnico e analista não é um problema desde que tenha organização.

Gabriel é formado em Administração pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e atualmente trabalha no Exército como Oficial R2.

O jovem se dedica aos estudos para concursos públicos desde de 2017, no entanto, para o concurso TJ RJ 2020 iniciou a preparação pouco antes da publicação do edital para a área de apoio do órgão.
 

"Para esse certame, iniciei meus estudos um pouco antes do edital sair, tendo mais ou menos 01 mês. Porém, já venho estudando para a área de tribunais desde julho de 2017."

Atualmente, Gabriel estuda cerca de cinco horas líquidas por dia, mas pretende ir aumentando esse tempo durante o processo de aprendizado até o final da preparação para as provas, marcadas para junho até junho. A intenção é conseguir estudar até oito horas por dia.

Apesar de estar se preparando para fazer as duas provas, o candidato tem dado prioridade aos conteúdos de analista de nível superior. Segundo o estudando, o conteúdo programático para o cargo também abrange as matérias para oc argo de técnico judiciário.
 

"Tenho dado ênfase no estudo para o edital de Analista, já que ele abrange as matérias de Técnico Judiciário com adição das matérias de Direito Civil e Penal. Com isso, além de me preparar para esse concurso, abro meu leque para outros certames que costumam cobrar, além de Processo, Direito Material."


Gabriel também diz que no momento está estudando apenas para o concurso TJ RJ 2020 e que isso é um momento raro em sua vida, pois sempre esteve se preparando para mais de uma seleção ao mesmo tempo.

No entanto, o candidato não descarta se preparar para outra seleção para sua área de formação. "Meu estudo está direcionado apenas para esse concurso, porém, caso posteriormente saia um bom edital para a minha área, com matérias congruentes e boa oportunidade de vagas, não há porque não tentar conciliar os estudos.
 

"O momento agora é de foco total", diz especialista


Carolina Machado deixa uma mensagem para os candidatos que irão participar do concurso TJ RJ para a área de apoio. Por conta dos problemas atuais devido à pandemia do novo Coronavírus, a especialista dá algumas dicas para manter o foco.
 

"O momento agora é de foco total. Tente se desligar ao máximo das notícias sobre a pandemia do Coronavírus, deixe para ver os noticiários apenas em alguns momentos do dia."


Além disso, a oficial de justiça reforça a importância de se manter preparado para as provas do concurso neste momento de crise mundial. E alerta que a avaliação poderá ser realizada na data agendada: 21 de junho.
 

"Não se segure na possibilidade de adiamento dessa prova, porque há ainda muito tempo para ela, é bem provável que nesse período já tenhamos voltado ao nível de normalidade. Planeje-se de forma que você consiga revisar ou estudar o conteúdo do edital por inteiro ou no máximo que conseguir."


Por fim, Carolina diz que para ter um bom desempenho é necessário que o candidato faça muitas questões do Cebraspe para ter chance de nomeação. A coordenadora acredita que a seleção será muito concorrida e que é preciso disciplina na preparação.
 

"Entenda que fazer muitas questões é de fundamental importância, principalmente de questões passadas da banca que irá aplicar a prova, a CEBRASPE(CESPE). A leitura da letra da lei é fundamental, mas tem que deixar claro que apenas isso não é suficiente, a banca CESPE não é tão literal, e o estudo da teoria é de muito importante. O concurso do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro é esperado há muito tempo, por muitas pessoas e com certeza será muito concorrido. Portanto, para ser nomeado, o candidato precisa dar seu melhor, estudar de forma focada e muito disciplinada. Bons estudos!"