Ministério da Saúde confirma edital com mais de 4 mil vagas este mês

Previsto para sair até o dia 15 deste mês, o edital do Ministério da Saúde, com mais de 4 mil vagas temporárias, segue confirmado.

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Publicado em:18/08/2020 às 12:40
Atualizado em:18/08/2020 às 12:40

Para suprir a falta de um novo concurso Ministério da Saúde, a pasta realizará um processo seletivo, com mais de 4 mil vagas temporárias. O edital, que chegou a estar previsto para a primeira quinzena deste mês, será publicado ainda em agosto, segundo o órgão.

Em resposta à FOLHA DIRIGIDA nesta terça-feira, 18, o Ministério da Saúde informou que:

"O novo edital está em fase de conclusão e ainda está previsto para ser publicado no mês de agosto".

Ainda segundo o MS, a seleção com 4.117 vagas temporárias, que foi suspensa, será reaberta neste mês de agosto. A portaria, que oficializou a suspensão do processo seletivo de maio, foi publicada na última sexta-feira, 14, no Diário Oficial da União.

No início do mês, a pasta confirmou os motivos que levaram ao cancelamento do edital de maio. Segundo o Ministério da Saúde, o processo foi cancelado devido à edição da Medida Provisória nº 974, de 28/05/2020, que autorizou a prorrogação de contratos por tempo determinado no MS.

Ministério da Saúde abrirá mais de 4 mil vagas temporárias (Foto: Divulgação)
Sem concurso, Ministério da Saúde reabrirá inscrições para temporários
(Foto: Divulgação)

 

Na seleção que será aberta este mês, profissionais cujos contratos foram renovados ou cancelados poderão participar em pé de igualdade com os demais candidatos. Os salários propostos serão aqueles anteriormente definidos para a seleção cancelada. 

Saiba tudo sobre a seleção do Ministério da Saúde

Em maio, o Ministério da Saúde divulgou um edital com 4.117 vagas para os hospitais federais do Rio de Janeiro. Esta seleção será reaberta neste mês de agosto, com os mesmos critérios antes publicados.

As oportunidades a serem oferecidas devem continuar sendo para os seguintes hospitais federais do Rio:

  • Hospital Federal do Andaraí (HFA);
  • Hospital Federal de Bonsucesso (HFB);
  • Hospital Federal da Lagoa (HFL);
  • Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE);
  • Hospital Federal de Ipanema (HFI);
  • Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF);
  • Instituto Nacional de Cardiologia (INC);
  • Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO); e
  • Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).


O contrato de trabalho terá validade de seis meses, podendo ser prorrogado por até dois anos, conforme a situação de calamidade pública provocada pela pandemia de Covid-19 (Coronavírus).

Quem tem o nível médio completo poderá se candidatar a atividades de suporte em gestão e manutenção hospitalar (nível intermediário). Os vencimentos serão de R$1.700 para jornada de 40 horas. 

Para aqueles que, além do nível médio, têm formação técnica em Enfermagem, as oportunidades serão para técnico de enfermagem. Os salários serão de R$2 mil para jornada de 40 horas.

No nível superior, a seleção para o Ministério da Saúde contará com vagas temporárias para médicos (24 horas), com remuneração de R$11 mil.

Haverá ainda oportunidades para enfermeiro e atividades de gestão e manutenção hospitalar (para graduados). Nesse caso, os ganhos serão de R$3.500 e R$3 mil, respectivamente. 

Confira o número de vagas para cada função

Médico 1.137 vagas 
Enfermeiro 996 vagas
Atividades de gestão e manutenção hospitalar (nível superior)  604 vagas
Técnico de enfermagem 865 vagas
Atividades de gestão e manutenção hospitalar (nível médio) 515 vagas


A seleção para o Ministério da Saúde acontecerá por meio de análise curricular e os candidatos aprovados serão convocados via e-mail cadastrado no ato da inscrição.

Resumo Ministério da Saúde

  • Órgão: Ministério da Saúde
  • Vagas: 4.117
  • Cargos: atividades de suporte em gestão e manutenção hospitalar (níveis médio e superior); técnico de enfermagem, médico 24h e enfermeiro
  • Requisitos: níveis médio, técnico e superior
  • Salários: R$1.700 a R$11.000
  • Edital: previsto para agosto

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'Economia proíbe concurso', diz Mandetta

Em junho, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou sobre a dificuldade para realizar um concurso Ministério da Saúde. As declarações foram dadas em uma participação no UOL Entrevista, com o colunista Tales Faria.

Mandetta deixou a pasta em abril deste ano, em meio à pandemia de Coronavírus, após divergências com o presidente Jair Bolsonaro. Em junho, ele falou sobre a necessidade de renovar a força de trabalho no Ministério da Saúde.

Segundo ele, há muitos anos, o pessoal do planejamento (atual Ministério da Economia) proíbe concurso e atrativo para que a pessoa se dedique à saúde pública no Ministério da Saúde.

"Temos técnicos com 30, 40 anos de Ministério, que são o que temos de melhor da época que tinham concursos. Depois, temos um número muito grande de bolsistas, que têm vínculos temporários que são renovados e acabam tendo dez, 15 anos de Ministério. A maioria dos bolsistas não tem estabilidade nenhuma. Está ali pelo que produz para o Ministério. Esses são os primeiros a sofrerem quando faz a retirada", disse Mandetta ao UOL.

Ainda segundo o ex-ministro, com a retirada destes profissionais, é preciso "colocar gente boa no lugar".

"No lugar do pessoal de 30, 40 anos, temos substituição de militares de carreira. Estou vendo perder o pessoal de maior experiência e muitos bolsistas. O tempo vai dizer", acrescentou o ex-ministro.

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Essa não foi a primeira vez que Mandetta falou sobre um concurso para o Ministério da Saúde. Em abril, enquanto ainda chefiava a pasta, ele reconheceu a necessidade de reposição de pessoal.

Segundo o ex-ministro, sem novos concursos para os hospitais federais do Rio de Janeiro, tais unidades estão "sucateadas de recursos humanos".

Os servidores, segundo ele, têm idade avançada. Ao mesmo tempo, não há seleções em validade para que os aprovados possam suprir as carências a longo prazo.

"Antigamente nós tínhamos uma carreira para médicos e enfermeiros que trabalhavam nesse serviço público federal. Nesses 35 anos não foi feito mais concurso para o quadro desses hospitais. Essa força de trabalho foi ficando cada vez mais idosa", disse Mandetta em abril deste ano.

Na época, ao analisar o panorama nos hospitais federais do Rio, o então ministro foi enfático: o governo teria que escolher uma forma de repor a mão de obra, sendo por meio de concurso público ou processo seletivo para temporários.

"São hospitais que o Brasil vai ter que decidir: ou vai fazer novamente concurso público ou partir para uma contratação de terceirizados, organizações sociais. Mas, nós teremos que decidir porque naqueles hospitais, a grande maioria da força de trabalho está acima dos 50 anos", disse Mandetta na época.