Concurso MPU: confira análise das disciplinas para as provas
O concurso MPU aplicará provas em 4 de maio. Para orientar os estudos, os professores analisam as disciplinas. Confira!
Dicas para concursos
Autor:Júlia Sestero
Publicado em:14/01/2025 às 07:05
Atualizado em:13/01/2025 às 16:33
O concurso MPU já está aberto, com provas marcadas para o dia 4 de maio. Isso significa que os candidatos têm um pouco mais de três meses para se preparar.
Sob a organização da Fundação Getulio Vargas (FGV), a prova objetiva será composta por 80 questões de múltipla escolha, distribuídas entre dois módulos: 30 no Módulo I e 50 no Módulo II.
O Módulo I aborda disciplinas comuns a todos os cargos, como Língua Portuguesa, Noções de Sustentabilidade, Noções de Direitos Humanos e Fundamentais e de Acessibilidade, além de Noções de Administração Pública (exceto para Técnico do MPU/Administração).
Já o Módulo II reúne conteúdos que variam conforme o cargo, como Legislação Institucional, Noções de Direito Administrativo, Noções de Perícia em Processo Civil e outros Conhecimentos Específicos.
Para facilitar a organização dos estudos, os professores do Qconcursos analisaram as disciplinas comuns a todos os cargos e detalharam os principais tópicos do conteúdo programático. Confira!
Por isso, dominar os temas do conteúdo programático e entender as peculiaridades da banca é um dos passos mais importantes para ter um bom resultado na prova.
O professor Décio Terror analisa as provas aplicadas pela banca em 2024 e lista quatro conteúdos de maior incidência. São eles:
1) Classes de palavras; os aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, conjunções e interjeições; os modalizadores.
Tópicos de destaque: adjetivos, advérbios, pronomes e preposições.
2) Interpretação e Compreensão de texto. Organização estrutural dos textos. (textualidade)
Envolve estratégias argumentativas, organização estrutural (introdução, desenvolvimento e conclusão), e análise de coesão e coerência textual.
Intertextualidade: exige “conhecimento de mundo” em questões que trazem ditos populares, citações ou referências culturais
3) Semântica: sentido próprio e figurado; antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos. Polissemia e ambiguidade. Os dicionários: tipos; a organização de verbetes.
Tópicos de destaque: sinônimos e antônimos;
Em sentido próprio e figurado, traz questões de figuras de linguagem, com foco em antítese, metáfora e comparação.
4) Estrutura da frase portuguesa: operações de deslocamento, substituição, modificação e correção. Problemas estruturais das frases. Norma padrão. Pontuação e sinais gráficos. Organização sintática das frases: termos e orações. Ordem direta e inversa.
Em outras bancas, aparece como reescritura das frases, com questões que demandam a reorganização da frase, mantendo o sentido e a correção gramatical.
Envolve a parte sintática.
Questões com problemas de vício de linguagem e ambiguidade.
O professor enumera os tópicos do conteúdo programático de língua portuguesa:
Interpretação e Compreensão de texto. Organização estrutural dos textos. (Textualidade)
Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade.
Modos de organização discursiva: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção; características específicas de cada modo. (Tipologia textual)
Tipos textuais (Gêneros textuais): informativo, publicitário, propagandístico, normativo, didático e divinatório; características específicas de cada tipo. Textos literários e não literários.
Tipologia da frase portuguesa. (Exclamativas, declarativas, imperativas, interrogativas e optativas)
Estrutura da frase portuguesa: operações de deslocamento, substituição, modificação e correção (Reescritura das frases). Problemas estruturais das frases (Vícios de linguagem, ambiguidade). Norma padrão. Pontuação e sinais gráficos (Concordância). Organização sintática das frases: termos e orações (Oração coordenada e subordinada). Ordem direta e inversa.
Tipos de discurso. (Direto e indireto)
Registros de linguagem (Variação Linguística). Funções da linguagem.
Elementos dos atos de comunicação. (Função metalinguística, referencial e conativa)
Estrutura e formação de palavras. Formas de abreviação.
Classes de palavras; os aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substantivos, adjetivos (Identificar subclasse do adjetivo), artigos, numerais, pronomes (Elemento de coesão), verbos, advérbios, conjunções e interjeições; os modalizadores. (Acrescentar estudo de preposições e regências).
Semântica: sentido próprio e figurado (Figuras de linguagem); antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos. Polissemia e ambiguidade. Os dicionários: tipos; a organização de verbetes.
*A parte destacada consiste em apontamentos do professor Décio Terror.
De modo geral, a FGV é uma banca que costuma repetir frases ou estruturas de questões em diferentes provas.
De acordo com Décio, muitas vezes, a banca modifica o comando, mas mantém a frase original, exigindo do candidato atenção e treino em diversos formatos de cobrança.
Portanto, é recomendado resolver questões anteriores para reconhecer padrões.
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Sustentabilidade
Do total de 80 questões objetivas, apenas cinco são dedicadas à sustentabilidade.
No entanto, a especificidade e o enfoque interdisciplinar desse tema demandam atenção nos estudos.
A parte de Sustentabilidade não se limita ao meio ambiente. Como explica Luiz Rezende, "o meio ambiente é um aspecto da sustentabilidade, que é ter posturas e consumos de bens tangíveis e intangíveis no presente para garantir a sobrevivência das gerações futuras".
Segundo a Unesco, a sustentabilidade é sustentada por três pilares principais: o social, o ambiental e o econômico.
O concurso MPU terá a cobrança da disciplina considerando essa abordagem integrada, que divide o conteúdo entre conceitos e legislações.
Dessa forma, Luiz Rezende divide o conteúdo de sustentabilidade da seguinte forma:
Parte 1: Conceitos e Parâmetros Socioambientais
Do Meio Ambiente (Constituição Federal de 1988, Art. 225).
Conceito de Desenvolvimento Sustentável (Relatório Brundtland).
Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (antigo Ministério do Meio Ambiente).
Parte 2: Legislações
Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei nº 12.187/2009).
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010 e suas alterações e Decreto nº 10.936/2022).
Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998 e suas alterações).
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei nº 9.985/2000 e suas alterações).
Lei da Cooperação Federativa em Matéria Ambiental (Lei Complementar nº 140/2011).
De acordo com Rezende, ao analisar a Fundação Getulio Vargas (FGV), é esperado que as questões sobre sustentabilidade não se limitem à letra da lei.
A banca costuma explorar também a interpretação legal e pode incluir uma ou duas questões com enfoque filosófico ou conceitual.
Por isso, o candidato deve equilibrar a preparação entre o estudo de conceitos e legislações específicas.
Noções de Administração Pública
A disciplina de Noções de Administração Pública é cobrada para todos os cargos do concurso MPU, exceto o de Técnico do MPU/Administração.
Com 5 questões, de um total de 80 itens, a disciplina traz assuntos de forma abrangente e interdisciplinar, combinando tópicos da administração geral, histórica, gestão de pessoas e tecnologia.
De acordo com o professor Luiz Rezende, essa abordagem tem como base conteúdos teóricos e práticos que envolvem conceitos administrativos clássicos e modernos, além de sua aplicação no contexto da Administração Pública.
Dada a complexidade e interdisciplinaridade dos temas, Rezende recomenda elaborar um mapa de estudos, considerando a seguinte divisão dos tópicos:
Parte 1: Administração Geral Clássica
Conceitos básicos em administração: eficiência, eficácia, efetividade, qualidade; papéis do administrador.
Organização: princípios de organização; tipos de estrutura organizacional; departamentalização; centralização e descentralização.
Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle.
Planejamento: princípios e conceitos básicos, níveis estratégico, tático e operacional.
Gestão de processos: conceitos, fundamentos, técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos.
Parte 2: Gestão de Pessoas
Gestão por competências: competências organizacionais, coletivas e individuais; desenvolvimento de competências.
Comportamento organizacional: liderança; motivação; atitudes e satisfação no trabalho; trabalho em equipe; comunicação; cultura organizacional.
Parte 3: Administração Histórica
Administração Pública: definição; evolução dos modelos da administração pública (patrimonialista, burocrática e gerencial); reformas administrativas.
Parte 4: Tecnologia da Informação
Transformação Digital na Administração Pública.
Tecnologia no contexto jurídico.
Automação do processo.
Inteligência Artificial.
Blockchain e Algoritmos.
Resolução CNMP nº 276/2023 – Dispõe sobre a Política Nacional do Ministério Público Digital – MP Digital.
De modo geral, o professor destaca que os tópicos mais importantes são: eficiência, eficácia, efetividade e qualidade, além de centralização e descentralização.
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Concurso MPU aplicará provas em 4 de maio. Confira Raio X das disciplinas! (Foto: João Américo/Secom/PGR)
Noções de Direito Humanos e Fundamentais e de Acessibilidade
Para abordar o conteúdo programático de Noções de Direitos Humanos e Fundamentais e de Acessibilidade, os professores Pedro Andrade e Nilton Matos recomendam organizar o planejamento de estudo em duas partes principais, conforme os tópicos do edital:
Parte 1: Direitos Humanos e Fundamentais
1) Teoria geral dos direitos fundamentais. Direitos Humanos e Direitos Fundamentais.
Diferença entre Direitos Humanos (internacionais) e Direitos Fundamentais (internos).
Artigo 5º da Constituição Federal.
2) Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Principais artigos e garantias.
Comparação com o Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Americana sobre Direitos Humanos).
3) Agenda 2030 da ONU.
Compreensão geral dos 17 objetivos e 169 metas.
Relação das metas com o cenário brasileiro (avanços e desafios).
4) Política Nacional de Direitos Humanos.
Análise da Constituição Brasileira em relação aos tratados internacionais.
Rito de incorporação dos tratados: norma supralegal ou com status de emenda constitucional.
Controle de convencionalidade.
5) A constituição brasileira e os tratados internacionais de direitos humanos.
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (convenção de Nova York).
Protocolo Facultativo da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
Tratado de Marraqueche.
Convenção Interamericana contra o Racismo, a discriminação racial e formas correlatas de intolerância.
6) Pacto de São José da Costa Rica e Decreto nº 678/1992 (Convenção Americana sobre Direitos Humanos).
Órgãos competentes: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a Comissão; e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a Corte.
Parte 2: Acessibilidade
1) Noções gerais de gênero e equidade.
Conquistas de grupos vulneráveis.
Políticas públicas e ações afirmativas.
2) Estatuto de igualdade racial (Lei nº 12.288/2010 e suas alterações).
Conceitos-chave, discriminação étnico-racial, desigualdade racial, ações afirmativas e políticas públicas.
Mecanismos de monitoramento: Defensoria Pública, Ministério Público, ouvidorias e outros.
3) Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015 e suas alterações).
Conceitos e definições fundamentais.
Direitos garantidos e normas gerais de acessibilidade.
4) Normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (Lei nº 10.098/2000 e suas alterações).
Definições básicas e objetivos das normas.
Critérios para mobilidade reduzida.
5) Prioridade de atendimento às pessoas com deficiência (Lei nº 10.048/2000 e suas alterações).
Situações de atendimento prioritário e aplicação prática.
De acordo com o professor Pedro, a banca FGV costuma ser previsível, com questões bem elaboradas e longas, que trabalham a construção textual, vinculadas ao texto legal.
Para estudar questões dos assuntos acima, os professores orientam resolver provas anteriores e estar atualizado com as alterações mais recentes das legislações mencionadas no edital.
Assista a análise completa do edital do concurso MPU!
Como serão as provas do concurso MPU?
O concurso MPU irá avaliar os candidatos por meio de provas objetivas e discursivas, marcadas para o dia 4 de maio.
A aplicação ocorreráem turnos diferentes de acordo com o cargo concorrido, em todas as capitais do país, incluindo o Distrito Federal.
Confira o horário de aplicação:
Analista do MPU: das 8h às 12h30;
Técnico do MPU: das 15h às 19h30.
As provas discursivas somente não serão aplicadas aos candidatos a técnico de polícia institucional. Neste caso, o concurso terá avaliações objetivas, Teste de Aptidão Física (TAF), avaliação médica e programa de formação.
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Para se candidatar, basta preencher um formulário com os dados solicitadas e realizar o pagamento de uma taxa de R$95, para a carreira de técnico, e de R$120, para analistas. O valor deverá ser quitado até o dia 28 de fevereiro.
Poderão pedir a isenção da taxa, membros de família de baixa renda, inscritos no CadÚnico, e doadores de medula óssea. A solicitação deverá ser feita de 13 a 15 de janeiro, também na página eletrônica da FGV.
O edital do MPU trouxe 152 vagas para os cargos de técnico e analista do MPU, em diferentes especialidades.
As carreiras têm como requisito o nível superior de escolaridade na área pretendida e os ganhos podem chegar a R$13.994,78.