CNU: professor argumenta importância de Português nas provas

O CNU irá exigir Português apenas no Bloco 8 – "Nível Intermediário", que exige o nível médio e técnico.

Concursos Abertos
Autor:Júlia Sestero
Publicado em:01/02/2024 às 19:56
Atualizado em:01/02/2024 às 16:11

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) ainda é uma novidade no mundo dos concursos e tem gerado algumas discussões acaloradas, principalmente sobre a exclusão da disciplina de Português na maior parte dos blocos. O professor Décio Terror, especialista na disciplina, argumenta a importância do Português como critério de avaliação.


Em contraste com a prática comum em concursos, onde a disciplina está presente nas disciplinas de Conhecimentos Básicos, o CNU optou por abordar o Português apenas no Bloco 8 – "Nível Intermediário", que exige o nível médio e técnico. 


Décio Terror, no entanto, destaca a importância da norma culta da Língua Portuguesa para o desempenho eficaz do servidor público.


“A falta de domínio da norma culta pode comprometer a eficiência, a precisão e a clareza necessárias no exercício das funções públicas, além de impactar a imagem e a credibilidade do órgão público. Portanto, o estudo da Língua Portuguesa é mais do que um requisito para a aprovação em concursos; é uma ferramenta essencial para o desempenho competente e responsável no serviço público”, esclarece o professor de Língua Portuguesa.


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Principais motivos da importância do Português para o servidor

Décio Terror elenca diversos motivos pelos quais o domínio da norma culta da língua é crucial para o servidor público, são eles: 


  1. “Como servidor público, é imprescindível que o indivíduo possa se comunicar de maneira clara, precisa e eficiente. O domínio da norma culta facilita a redação de documentos oficiais, relatórios e a comunicação interpessoal, assegurando que a mensagem seja compreendida sem ambiguidades.”
  2. “O servidor público, muitas vezes, representa a instituição ou o órgão em que trabalha. O uso correto da Língua Portuguesa reflete profissionalismo e respeito pela instituição e pelo público atendido.”
  3. “Grande parte do trabalho no serviço público envolve a compreensão e aplicação de leis, decretos, normativas e outros documentos legais. A habilidade de interpretar corretamente esses textos, muitos dos quais redigidos em linguagem formal, é essencial.”
  4. “O domínio da língua facilita o acesso a novas informações, capacitações e atualizações profissionais, que são cruciais em um ambiente de trabalho que está em constante evolução.”
  5. “A utilização da norma culta garante uma padronização na comunicação interna e externa, o que é vital para evitar mal-entendidos e garantir a clareza nas informações transmitidas.”


O professor também critica a exclusão da disciplina nos blocos de nível superior, argumentando que a cobrança da disciplina em concursos públicos contribui para um processo de seleção mais justo e equitativo.


É um conhecimento que deve ser acessível a todos os candidatos, independentemente de sua área de formação específica”, explica.


Outro ponto considerado por Décio Terror, é que a falta da disciplina dos Blocos 1 ao 7, geram uma interpretação equivocada de que o nível superior já garante domínio da língua, enquanto o nível médio necessita de estudo adicional. 


Português não é só interpretação e regra gramatical, diz Décio Terror

Para o professor Décio Terror, a compreensão da Língua Portuguesa pode ocorrer de diversas formas, para além da gramática. 


A linguagem pode ser cobrada de forma criativa, com aprofundamento na argumentação e na lógica do raciocínio, como aponta.


“O estudo da linguagem não é só interpretar superficialmente ou redigir um texto. Há questões muito bem montadas que levam em consideração a intenção do autor, a estilística, a pontuação expressiva, a linguagem figurada, a intertextualidade. Isso não é estudado com regras gramaticais”, destaca Décio Terror.


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Como será Português para o IBGE?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) oferece 895 vagas em cargos dos níveis médio e superior por meio do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Deste total, 300 oportunidades são para a carreira de Técnico em Informações geográficas e estatísticas, que exige o nível médio. 


Situado no Bloco 8 do CNU, a prova para o cargo terá a cobrança da disciplina de Português, além de outras disciplinas.


Sobre o nível de dificuldade nas questões de Português, o professor comenta que a cobrança da disciplina em provas do IBGE variam conforme o nível de exigência da banca.


Para ele, um bom parâmetro para o candidato será provas de concursos bancários que também foram organizadas pela Cesgranrio, banca organizadora do CNU. 


“Eu acredito que a prova do IBGE estará no mesmo nível das provas do Banco do Brasil de 2023 e 2021, por exemplo. Treinar com essas provas já vai dar uma noção muito boa da forma como a Cesgranrio cobra”, aconselha.


Secretário de Gestão de Pessoas do MGI fala sobre Português

O secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Celso Cardoso, esclareceu que as provas do CNU não conterão perguntas específicas sobre gramática, mas ressaltou que o domínio da língua será avaliado em todos os testes.


“A Língua Portuguesa é a língua do concurso e será cobrada da primeira à última linha, tanto pela capacidade de os candidatos de ler e interpretar texto, como pela capacidade escrita que eles terão que demonstrar através da prova discursiva”, disse, em vídeo publicado na redes sociais na quarta-feira, 31. 


Ele ressaltou que a prova discursiva destinada aos cargos de nível superior consistirá em uma questão sobre Conhecimentos Específicos de cada bloco temático. Contudo, salientou que a avaliação não se limitará a apenas isso.


“Lembrando também que a prova discursiva será avaliada não apenas pelo conteúdo específico, mas também pelo uso correto e formal da língua”, enfatizou José Celso. 


Quais os blocos do Concurso Nacional Unificado?

Ao todo, são ofertadas 6.640 vagas, além da formação do cadastro de reserva, duvidas em oito editais, sendo um por bloco temático. São eles:


  • Bloco 1 - Infraestrutura, Exatas e Engenharias - 727 vagas
  • Bloco 2 - Tecnologia, Dados, e Informação - 597 vagas
  • Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas - 530 vagas
  • Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Servidor - 971 vagas
  • Bloco 5- Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos - 1.016 vagas
  • Bloco 6 - Setores Econômicos e Regulação - 359 vagas
  • Bloco 7 - Gestão Governamental e Administração Pública - 1.748 vagas
  • Bloco 8 - Nível Intermediário - 692 vagas


As inscrições para o concurso unificado estão abertas até 9 de fevereiro, no site do GOV.BR.


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