Por que definir a nova data do concurso PCDF é importante?

O delegado e professor Lúcio Valente, em live, falou sobre as perspectivas da nova data e como conciliar os estudos durante esse tempo.

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Publicado em:21/10/2020 às 06:34
Atualizado em:21/10/2020 às 06:34

Muitas pessoas acham que definir uma data para a realização da prova é uma mera formalidade e que não tem impacto nenhum na vida dos futuros servidores. Engano também, viu?

O primeiro impacto destacado pelo próprio delegado e professor Lúcio Valente foi a pressão que gera na Polícia Civil, seus representantes e a própria banca organizadora.

Segundo o delegado, esta é uma pressão até que natural, podendo até ser internamente, e que não é gerada apenas por parte dos candidatos e das notícias, mas da situação e da necessidade.
 

+ Leia também → Provas do concurso PCDF suspensas. E agora, o que muda?


Necessidade esta que é gerada com base no déficit de pessoal e com as saídas geradas constantemente, principalmente por conta de aposentadorias e mortes. Cenário este presente em todas as polícias. Lúcio comenta que vários fatores pressionam da direção-geral, de diversas formas.
 

"A gente está numa situação hoje de necessidade de preenchimento desses cargos, essa vacância é enorme que existe na polícia civil, até porque a polícia civil ela vem enfrentando como um todo (as polícias judiciárias, a própria Polícia Federal) um novo tipo de criminalidade, uma criminalidade cada vez mais tecnológica, inclusive nessa semana a polícia anunciou a transformação de uma divisão de combate à corrupção em um departamento dando uma estrutura muito mais robusta. Então além da estrutura física e tecnológica você precisa de policiais, você precisa de escrivães, você precisa de delegados treinados, você precisa de toda a equipe bem formada e bem montada. Então o que acontece hoje é que a direção da polícia sofre essa pressão interna que é uma pressão natural dos gestores, dos delegados, dos diretores, dos delegados chefes eles naturalmente tendo a necessidade de produzir mais e a policia em tese essa dificuldade tem produzido tem alcançado números históricos, recordes históricos e inclusive foi até objeto de uma reportagem no Fantástico no que diz respeito à elucidação de homicídio que é realmente senão uma das mais altas do país." 


Mas outro impacto que essa ausência de data tem é não depender apenas da Polícia Civil, como o próprio Lúcio comenta e deixa bem explicado durante a live. É uma decisão que envolve outras gestões e isso acaba tento muito impacto, tanto na decisão como na celeridade do processo.
 

"A realização de um concurso pelas polícias civis, que são órgãos do executivo, eles não têm autonomia em geral, a maioria das polícias civis elas não vão ter a autonomia financeira e orçamentária. Então é sempre um trabalho que depende de outros órgãos: órgãos do executivo, Secretaria de Planejamento, Secretaria de Orçamento. Então você tem até a autorização do concurso, isso é completamente fora da polícia, depois da autorização é que você tem uma participação maior da polícia, da academia de polícia para a realização dessa prova", comentou o professor Lúcio Valente.

Concursos PC DF somam mais de 150 mil inscritos


Após confirmar os inscritos ao cargo de agente e a demanda de candidato por vaga de escrivão, está confirmado que o concurso PC DF terá mais de 150 mil inscritos. E, desses, são mais de 105 mil apenas para agente de polícia:
 

  • Ampla concorrência  88.894
    ≈ Concorrência: 197,54 candidatos por vaga
     
  • Pessoas com deficiência  864
    ≈ Concorrência: 28,80 candidatos por vaga
     
  • Candidatos negros  15.528
    ≈ Concorrência: 129,40 candidatos por vaga


Para o escrivão, foram 52.636 pessoas que realizaram inscrição para disputar as 300 vagas disponíveis na seleção. Em ampla concorrência foram 225 vagas, o que significa que a demanda foi de 233,94 candidatos inscritos por vaga.

A banca também confirmou, em resposta à Justiça, que  mais de 70 mil candidatos  , unindo os dois concursos, são de fora de Brasília.
 

  • 24.641 inscritos no cargo de escrivão; e
  • 47.518 inscritos no cargo de agente.


Confira abaixo o que vai cair em cada prova, que contará com 120 questões no modelo Certo ou Errado, tradicional da banca:
 

Escrivão de polícia


Conhecimentos Básicos - 50 questões

  • Língua Portuguesa
  • Língua Inglesa
  • Conhecimentos sobre o Distrito Federal
  • Atualidades (somente para a Prova Discursiva)


Conhecimentos específicos - 70 questões

  • Noções de Direito Constitucional
  • Noções de Direito Penal
  • Noções de Direito Processual Penal
  • Noções de Direitos Humanos
  • Informática
  • Matemática e raciocínio lógico


Agente de polícia


Conhecimentos Básicos - 50 questões

  • Língua Portuguesa
  • Língua Inglesa
  • Conhecimentos sobre o Distrito Federal
  • Legislação
  • Matemática e Raciocínio Lógico
  • Atualidades (somente para a Prova Discursiva)


Conhecimentos específicos - 70 questões

  • Noções de Direito Administrativo
  • Noções de Direito Constitucional
  • Noções de Direito Penal
  • Noções de Direito Processual Penal
  • Noções de Direitos Humanos
  • Informática
  • Estatística
  • Contabilidade


Confira a entrevista na íntegra!


Pode haver candidato prejudicado em não saber como ficou a questão da suspensão após a briga judicial? Por exemplo, será que algum candidato compareceu ao local de prova?


É uma pergunta bem difícil, mas eu só queria contar uma coisa que acompanho e tem alunos que iam fazer a prova no Paraná, que também está com problema a prova de delegado do Paraná.

Um aluno viajou e o que ele fez: quis se desligar das redes sociais de uma forma total para ficar focado. Ele não sabia do cancelamento da prova do Paraná, foi para um hotel e um dia antes da prova ligou, acessou as redes sociais e viu que tinha sido cancelado a prova.

Ele já tinha viajado, era de outro estado e foi para Paraná, acho que ele era até do Rio Grande do Sul, não era tão distante. Mas ele se desligou tanto que acabou que não soube do cancelamento.
 

Essa prova da polícia está sendo tão debatida, tão discutida que acho difícil isso acontecer, mas a gente sabe que o país é muito grande, as pessoas às vezes não se preocupam tanto em acompanhar as notícias. Isso também depende de uma comunicação da própria banca de comunicar os candidatos. São muitos candidatos, parece que são 80 mil só para agente.


Dependência de outros órgãos fatores que a Polícia Civil depende


É uma quantidade muito grande de candidatos. Então você tem que ter uma excelente comunicação em massa para manter o pessoal informado sobre isso. Tenho certeza que a Folha faz um essencial papel de serviço público nesse sentido.

A gente tem que entender em relação a marcação da prova, tem que entender que a realização de um concurso pelas polícias civis, que são órgãos do executivo, não têm autonomia em geral, a maioria das polícias civis não vão ter a autonomia financeira e orçamentária.
 

É sempre um trabalho que depende de outros órgãos do que ela própria. Então, órgãos do executivo, secretaria de planejamento, secretaria de orçamento. Você tem até a autorização do concurso, isso é completamente fora da polícia, depois da autorização é que você tem uma participação maior da polícia, da academia de polícia para a realização dessa prova e isso já dificulta fazer numa situação normal sem pandemia, assim uma situação ideal de temperatura e pressão já seria difícil você fazer um prognóstico desse, mas considerando a situação que é absolutamente atípica, você depende de fatores que não estão nem controláveis ainda.


Você vê que o próprio retorno às aulas no Distrito Federal, que voltou às escolas particulares, mas acho que não voltou escolas públicas ainda. Então isso também é uma coisa que o governo ainda toma uma decisão cada dia diferente.

A gente pode ter nas próximas semanas uma queda brusca, mas a gente vê a Europa e fica ouvindo lá da Espanha e da Inglaterra agora um possível novo surto com os países europeus, novos lockdowns.

É imprevisível, mas particularmente apesar de todo o esforço da polícia civil, acho muito difícil a prova ser realizada ainda esse ano.
 

Pressão na Polícia Civil DF


A gente tem uma primeira situação que é uma pressão natural, que acho que é uma pressão que a própria polícia sofre internamente. Porque a gente vê naturalmente com o passar do tempo que os policiais vão se aposentando e a gente está numa situação hoje de necessidade de preenchimento desses cargos.
 

Essa vacância enorme que existe na Polícia Civil, até porque a Polícia Civil vem enfrentando, as polícias como um todo, as polícias judiciárias, a própria polícia federal vem enfrentando um novo tipo de criminalidade, uma criminalidade cada vez mais tecnológica. Inclusive, nessa semana, a Polícia Civil ele anunciou a transformação de uma divisão de combate à corrupção em um departamento dando uma estrutura muito mais robusta. Então, além da estrutura física e tecnológica, você precisa de policiais, precisa de escrivães, precisa de delegados treinados, precisa de toda a equipe bem formada e bem montada.


O que acontece hoje é que a direção da polícia sofre essa pressão interna que é uma pressão natural dos gestores, dos delegados, dos diretores, dos delegados chefes. Eles naturalmente tendo a necessidade de produzir mais e a policia, em que tese essa dificuldade, tem produzido, tem alcançado números históricos, recordes históricos. E inclusive foi até objeto de uma reportagem no Fantástico no que diz respeito à elucidação de homicídio que é realmente se não uma das mais altas do país.

Você tem vários fatores internos que pressionam a direção geral e eu acho que positivamente. Logo, se você é gestor de uma delegacia e vê que pode entregar mais e que precisa de recursos humanos e a polícia civil naturalmente, os gestores da polícia civil, têm essa necessidade e isso gera uma pressão interna que é natural, isso vai sempre existir.

Existe uma pressão externa porque a polícia civil, as polícias judiciárias e o sistema policial como um todo talvez seja o organismo mais fiscalizado. Porque você tem a fiscalização da sociedade, tem a fiscalização do ministério público, tem a fiscalização do judiciário. É o órgão mais fiscalizado em tudo que faz.

Então, você tem essa pressão também que vem dos órgãos externos, da própria população e da própria imprensa e ainda tem essa pressão que é dos concurseiros, a galera que está estudando e que até por uma falta de previsão legal, essas pessoas não têm muitos direitos assim. Você não vê um amparo legal. Eu fiz uma inscrição no concurso então não tenho um amparo legal ali em alguns estados, o próprio Distrito Federal tem as suas legislações. A gente não tem uma coisa mais robusta que garanta o direito uniforme a essas pessoas.

Então é sempre uma coisa muito difusa, muito abstrata e isso gera muita ansiedade. Vejo que essa pressão e hoje a gente tem o Doutor Robson que é o nosso diretor que é uma pessoa ativa nas redes sociais, a rede social dele aberta e a pessoa e ele costuma responder pessoas e isso acaba também gerando uma demanda.

Eu acho que quando ele se manifesta na rede social, se manifesta nesse desejo de querer que as coisas andem mesmo, de ter um esforço pessoal nesse sentido e acompanhando a direção, acompanhando a gestão da polícia civil, posso dizer que essa é uma necessidade interna, externa.
 

A gente tem sofrido muito com a impossibilidade da realização rápida deste concurso. A gente realmente quer que esse concurso ocorra rapidamente, mas eu acredito que no início do próximo ano deve ocorrer. 


Cronograma
 

Pelo cronograma oficial nós teríamos o curso de formação ocorrendo entre os dias 15 de março e 6 de maio de 2022. Quer dizer que é um prazo bem elástico e acho que a prova ocorrendo nos primeiros meses ali no iniciozinho de 2021, esse prazo pode ser mantido. Até porque é claro que uma pandemia dessas traz coisas negativas, claro, são óbvias. Mas toda crise gera também oportunidades de coisas positivas e uma delas foi a derrubada de algumas barreiras, por exemplo, ensino online, ensino digital.


O curso de progressão que está ocorrendo agora parte dele está sendo online, os alunos vão lá no ambiente e parte dele está sendo online. Ou seja, acredito que a polícia pode pensar. Não tenho essa informação. É uma opinião, não é notícia.
 

A polícia pode pensar em fazer parte desse curso de formação, nas matérias e nas disciplinas que sejam mais teóricas, fazer online. É possível que isso ocorra porque isso já está ocorrendo agora no curso de progressão. É claro que algumas disciplinas obrigatoriamente não tem como fazer. De tiro, por exemplo. Mas as coisas que se relacionam mais a Direto, por exemplo, Legislação, a própria Tecnologia, Informática, pode dar uma parte teórica ali dos sistemas da Polícia Civil, pode fazer uma parte teórica online e usar o tempo da academia para realmente focar nas coisas mais práticas que exijam essa presença física dos alunos.


Acho que a polícia vai pensar nisso para a Academia de Polícia, vai pensar nisso a diretora da Academia de Polícia que hoje é uma pessoa a frente do nosso tempo, é uma pessoa que pensa lá na frente. E tenho certeza que isso vai propiciar que o curso de formação ocorra na data prevista porque a gente tem um prazo razoável.

Claro. Tem todo o processo, tem o recurso, etc, mas se as coisas ficarem bem ajeitadinha e ajustadas, acredito que esse curso de formação ocorrendo ainda conforme o cronograma já estabelecido.
 

Concursos policiais são longos


O fato é que os concursos policiais são longos mesmo porque tem várias etapas. Então, não sei se seria tão longo, mas não está muito fora do esperado. O problema é que existem prazos legais e existem prazos contratuais. Acontece que a polícia e o próprio Cebrasp estão amarrados ali em um contrato que é assinado pela banca vencedora do certame.

Você começa a ter prazos legais, inclusive prazos orçamentários. É muito difícil simplesmente iniciar um processo desse e falar “não vamos esperar a pandemia, não vamos deixar nada marcado”.
 

Esse cronograma foi estabelecido. Acredito que a data da prova tenha sido marcada nesse tipo de situação de ter realmente por contrato uma data ou por uma questão legal mesmo. Mas repito aqui que acredito que a polícia acertou no sentido de ter colocado um cronograma que é possível de cumprir a despeito dessa demora e dessa suspensão do concurso. Acredito que a gente precisa muito que esses policiais estejam trabalhando já em 2022. A gente precisa realmente.


Olha que é um prazo muito longo, a gente vai sofrer muito com a falta de pessoal até lá, mas a gente está torcendo para que isso ocorra e que tudo a partir da prova ocorra de uma maneira adequada para que essas pessoas estejam trabalhando em 2022, formadas, tudo certinho e que já estejam empossada em exercício em 2022.
 

Surpreendeu provas seguidas?


Não fiquei surpreso, não diria isso. Acho que talvez tenha sido uma estratégia para que o aluno se prepare para fazer as duas provas. Então, já vem no final de semana e faz as duas provas com uma distância de uma noite para descansar, talvez.
 

Acho que porque, a Polícia Civil do Distrito Federal, pelas condições que ela oferece, pela estrutura, pelas condições remuneratórias, como você vê isso, está comprovado através da grande quantidade de inscrições. Então, você vê pessoas do país todo vindo à Brasília para fazer essa prova.


Então considero que foi nesse sentido, eu não conversei com ninguém da gestão da polícia, não debati isso com eles, mas essa foi a impressão que tive e acredito que isso pode acontecer de novo.
 

Como se preparar sem uma data? Como o candidato se sente?


Em relação a preparação, a como o aluno deve estar se sentindo agora porque a gente vai discutindo essa coisa de data e uma coisa que me perguntam muito é se essa falta de perspectiva, essa falta de uma data específica se isso atrapalha na preparação.
 

Objetivamente sim. Porque o ser humano funciona de um gatilho de produtividade. O ser humano trabalha melhor, funciona melhor com prazo. Tem uma teoria que diz o seguinte "se eu te der um mês para fazer um serviço ou se eu te der um ano, você vai demora um mês há um ano dependendo do prazo que eu te der." Então, por isso que na faculdade, na escola muitas pessoas deixam para estudar de véspera ou deixam para fazer os trabalhos ou atividades na véspera. Porque na véspera gera o prazo da urgência.


Então quando você não tem esse prazo. Quando você não tem essa fase desta prova marcada, isso naturalmente gera uma situação que o aluno não sente essa escassez. Não sente essa urgência. E urgência é muito importante na atividade.
 

Agora, o aluno não pode depender disso para criar um bom ambiente e um bom cronograma de estudo e ser motivado para estudar. Tem que entender que se ele se mantiver firme ali no propósito dele, vai conseguir fazer uma preparação de médio prazo. Tem que aproveitar esse tempo a seu favor. E pode estabelecer ele mesmo datas internas, por exemplo. Pode estabelecer o seguinte: a prova não está marcada, estão falando que a prova possivelmente será no ano que vem, mas eu quero fechar o edital e ter revisado, ter feito tantas questões até o final de novembro. E aí chegou o final de novembro faz uma avaliação daquilo que produziu até o final de novembro e estabelece mais um mês e vai estabelecendo como se a prova já estivesse marcada.


Psicologicamente estabelece um prazo que seja um prazo mais curto do que eventualmente esse prognóstico no dia da prova. Porque se ficar dependendo de dar o gás no estudo a partir da marcação da prova não vai ter esse gatilho da urgência e da necessidade. Essa é uma dica que sempre dou para os alunos. Criem sempre esse sentimento de urgência nos seus estudos. 
 

Dá para fazer de boa os dois concursos? O que impacta nos estudos?


Acho que se tiver disponibilidade financeira tem que fazer os dois. Porque você tem 70% de materiais em pontos comuns. Então, se você tem disponibilidade e outra também, você tem que entender que são características diferentes quando você vai fazer, não só a prova, mas quando você vai exercer o cargo.

Você tem que  pensar muito nisso. Vai ser seu emprego talvez para o resto da vida. Então, você tem que ver, tem dar uma estudada na carreira de escrivão, tem pessoas que vão gostar muito, tem outras que não vão gostar é a mesma coisa para agente de polícia.
 

Você tem que entender essas duas carreiras e ver o que está mais de acordo com a sua característica. Achando que ambas estão de acordo com as suas características pessoais, acho que você deve fazer as duas sim. E se você tiver a disponibilidade financeira, até porque eu anotei aqui, as disciplinas comuns são todas iguais como Português, Inglês, Matemática, Raciocínio Lógico e a específica são quase todas iguais. Você só não vai ter Direito Administrativo na de escrivão, que é menor. Não vai ter Estatística e Contabilidade, sendo que em Informática, (para) escrivão também é menor.


Não entendi o porque da prova de agente é maior, sendo que quem trabalha mais com o computador é o escrivão. Mas, vi alguém me perguntando porque dessa mudança. Hoje você vê uma prova muito menos jurídica na Polícia Civil, na Polícia Federal e essa é uma tendência que eu acredito que vai ocorrer em todas as polícias judiciárias do país. É uma tendência que vai acontecer.

Então você pode pegar essa prova da Polícia Federal, essa prova da Polícia Civil do Distrito Federal e usar mais ou menos como um parâmetro para outros concursos do país. Porque existe uma coisa que poucas pessoas sabem, existe um conselho nacional que chama-se Conselho Nacional do Chefes de Polícia. Todos os chefes de polícia das Polícias Civis se reúnem com alguma periodicidade. Agora, provavelmente, online.

Eles traçam estratégias comuns para as Polícias Civis. Não sei se o pessoal percebeu que as viaturas e as cores das Polícias Civis estão se uniformizando, estão ficando preta com dourado, as viaturas, as logomarcas têm o mesmo padrão. Só muda ali uma coisinha ou outra.

Isso foi tudo estabelecido nessas reuniões do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia. Ou seja, a gente precisa uniformizar algumas atividades para que a gente tenha uma polícia judiciária que seja eficiente no país todo.

Então, as polícias se ajudam, tem uma comunicação maior, você tem uma identidade visual maior, até participei desse processo fui diretor de comunicação da polícia civil. Então participei bastante desse projeto de uniformização da logomarca.
 

A tendência é que uma coisa que aconteça numa Polícia Civil, como aconteceu aqui no Distrito Federal. Inclusive o Doutor Robson que é o nosso diretor geral é o presidente deste Conselho Nacional dos Chefes de Polícia. Então, você pode pegar como parâmetro possivelmente para concursos policiais mais a frente. Informática, Contabilidade, matérias mais exatas pode ser uma tendência, mas você pode ver que as matérias jurídicas vão sempre existir, mas agora com um peso menor.


Você vai perceber isso claramente nos próximos concursos porque a polícia precisa de analistas, precisa de cara que entenda passar ali a planilha de um banco para saber a questão da contabilidade, balanço patrimonial.

Porque a gente vai trabalhar muito com lavagem de dinheiro, crimes cibernéticos. Então, o policial que vai trabalhar tem que ter um conhecimento nesse sentido que é uma revolução agora, até talvez antes de 2016, último concurso da Polícia Civil antes disso a prova de agente da polícia era basicamente uma prova jurídica. Você tinha um peso muito grande ali porque esse era realmente o enfoque, mas hoje acredito que isso já está acontecendo na Polícia Federal, já está acontecendo na Polícia Civil do Distrito Federal e é a tendência é que ocorra nas outras polícias também.
 

Acredita em provas da PF e PCDF juntas?
 

A banca que sempre fez pelo menos que eu saiba a prova da Polícia Federal foi o Cespe, o atual Cebrasp. Não é isso? Acredito até por uma questão de logística em sendo o Cebrasp também a banca da Polícia Federal, até por uma questão de braço de logística, não vai conseguir fazer os dois concursos dessa magnitude no mesmo final de semana. Acho difícil em considerando que seja a mesma banca.


A gente vai pela lógica. Imagina se eu fosse o responsável lá pelo Cebrasp, eu ia diluir o meu trabalho. Olha só você cuidar de dois concursos desse (nível) punk. Uma coisa é você fazer um concurso de uma Prefeitura e um concursozinho um pouco maior.

Você leva agora um concurso com mais de 100 mil pessoas inscritas da Polícia Federal, não deve ser menos do que isso. Então, acredito, se ocorrer enfim, acho que é um problema de logística que eles vão esta arrumando para eles mesmo.
 

Provas PCDF no primeiro semestre de 2021?


Lembrando que 2021 vai ser um ano atípico, um ano sem carnaval. É impossível, não vai ter carnaval em 2021. Então, você vai ter um janeiro muito mais produtivo. Você vai ter datas comemorativas e etc que serão revistas para 2021, um ano letivo já existe até uma normatização federal que autoriza a unificação dos anos letivos de 2020/2021.
 

Então, você tem um ano bastante atípico em 2021. Sim é possível sim uma prova ali em janeiro, fevereiro, estourando março. Eu acredito sim. Considerando inclusive que a gente não vai ter carnaval.


Dá para conciliar a preparação para outros concursos?


Quando faz uma preparação de médio prazo, é claro que o quão mais focado estiver mais competitivo está ali, por exemplo. Se o cara está estudando para Policia Civil agente e escrivão, vai estar focado naquilo e a tendência dele é ter uma preparação mais sólida.

Mas ele não pode perder de perspectiva. Tudo isso, todas as oportunidades. Então, a primeira coisa que ele tem que fazer é não, eu posso usar uma palavra que eu sempre uso com os meus alunos então vou pedir licença para usar aqui porque não é o meu público, "despirocar" entendeu?
 

Então ele é aquele que estuda para tudo e sai igual um doido aí? Saiu um concurso aqui ele para, tem que ter, tem que saber que ele tem um foco e naturalmente fazer um levantamento do que é comum e é o que eu falei ter a tendência. Então, por exemplo, se  tendência agora é não cobrar o Direito muito pesado. Então não tem sentido eu ficar me aprofundando muito em matérias como Direito Penal, Direito Constitucional, comprando doutrinas e tal. Fazer uma preparação mais objetiva ali das matérias jurídicas e aquelas pessoas e são várias as pessoas que têm mais dificuldades, por exemplo, em Matemática, Informática, Raciocínio Lógico. É já procurar se preparar porque são matérias que você tem um tempo de maturação, sabe?


É diferente, talvez, de Direito Constitucional que você pode pegar o material e em alguns meses você já tem um bom domínio. Matemática, Raciocínio Lógico, Informática requer prática, requer um aprendizado. A curva de aprendizado posso estar enganado, mas a curva de aprendizado a depender da formação que você teve.

A minha formação é jurídica, eu fui um péssimo aluno de Matemática, Física e Química na escola. Então, teria uma dificuldade muito grande, por exemplo, agora de estudar Raciocínio Lógico, estudar Matemática, estudar Informática.

Informática, hoje, enfim, as pessoas já tem um manuseio maior, mas fazer uma preparação nessas disciplinas que a gente sabe que que vão estar nas provas policiais, mas sem perder o foco, sem perder a estribeira e querer fazer tudo porque aí a sua atenção fica difusa, gera ansiedade e acaba que você não faz uma coisa nem outra.

Então, eu ficaria em um concurso ali que eu queria, pegaria talvez essas matérias tipo Informática, Raciocínio Lógico, talvez Contabilidade, o próprio Inglês e manteria um estudo paralelo para manter a chapa quente daquelas disciplinas.

Porque eu acho que vai ser a tendência nos próximos concursos policiais e é claro que eu estou falando aqui mais de Policia Civil e é claro que Polícia Penal, Polícia Rodoviária Federal pode ter uma outra pegada. Não são polícias judiciárias. Então pode tomar outra pegada.
 

Mensagem final


Agradeço e queria dizer para vocês que a Polícia Civil do Distrito Federal é minha segunda mãe. E nem posso falar muito porque eu me emociono, mas tudo o que eu tenho hoje eu devo a Polícia Civil do Distrito Federal. Sempre fui feliz em todos os lugares da Polícia Civil do Distrito Federal, sempre me senti realizado como profissional, respeitado.

É uma polícia que respeita o servidor, que respeita o policial. É claro que o trabalho policial é um trabalho diferenciado que precisa realmente de um certo desprendimento pessoal. Muitas vezes você vai ter que ir em operação, enfim, é uma parte da atividade policial.

Então se é o seu sonho, eu costumo dizer que não é sonho, mas sim meta. Se é sua meta se transformar em policial saiba que a Polícia do Distrito Federal é um excelente lugar para se trabalhar e eu tenho certeza absoluta que você vai ser muito feliz nessa instituição. Eu sou muito feliz e grato também.
 

Concursos PCDF somam 2,1 mil vagas 


Os concursos de agente e escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal somam 2.100 vagas. A maior demanda é para o agente, com 1.800, sendo 600 imediatas e as demais para cadastro.

O escrivão oferece 300 chances, sendo todas para provimento imediato. Todas as oportunidades são para graduados. Além disso, ambas as carreiras pedem 18 anos ou mais (não há idade máxima) e Carteira Nacional de Habilitação (CNH), na categoria "B" ou superior em plena validade.

Tanto escrivão quanto agente proporcionam uma remuneração inicial que começa na terceira classe, com o escrivão de polícia ganhando R$8.698,78. Com as progressões, o policial passa pela segunda e primeira classe, até chegar na especial, cujo valor pago será de R$13.751,51.

Confira o material de preparação da FOLHA DIRIGIDA e comece já os estudos para o concurso!

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