Se você assiste ao programa 'Aeroporto - Área Restrita', deve conhecer o auditor fiscal da Receita Federal, Paulo Angelito. Ele é o primeiro convidado do novo podcast do Qconcursos Folha Dirigida.
Durante o programa, comandado pelos jornalistas Fernanda Gomes e Raphael Teodoro, ele contou sobre os 27 anos de carreira como auditor fiscal, os desafios, situações inusitadas e também como se preparou para o concurso Receita.
Angelito é um dos auditores que aparecem nos episódios do 'Programa Aeroporto - Área Restrita', que conta os bastidores de operações em aeroportos a partir de casos rotineiros vistos pela perspectiva dos profissionais.
Durante o podcast, ele contou bastidores sobre o programa e sobre a visibilidade que a Receita Federal ganhou.
"Esse programa deu uma visibilidade às atribuições da Receita Federal em relação ao tráfico de drogas, principalmente, e o contrabando também. A sociedade viu que a Receita não é só um órgão arrecadador, como também que faz uma fiscalização em prol da cidade", disse Paulo Angelito.
Paulo Angelito durante a gravação do podcast, na sede do Qconcursos
(Foto: Mayra Ferreira/Qconcursos)
Ele citou, por exemplo, a importância dos auditores e da Receita nos casos de contrabando de produtos ou descaminho.
"Nessa situação, você está protegendo a nossa Indústria Nacional numa concorrência desleal. Isso porque aquela pessoa que está trazendo uma mercadoria importada sem pagar o devido tributo está concorrendo com o empresário que está importando a mesma mercadoria pagando tudo certinho".
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Os servidores da Receita Federal atuam em parceria com a Polícia Federal (PF) nas operações dos aeroportos e no combate ao crime organizado.
Ao identificar uma situação criminosa, o auditor, por exemplo, dá voz de prisão e encaminha a pessoa para a Polícia Federal.
"O auditor, e também o analista da Receita Federal, tem a obrigação de dar voz de prisão para aquela pessoa que está cometendo crime, reter a mercadoria ou droga e, em seguida, encaminhar para Polícia Judiciária, que seria a Polícia Federal", explicou Paulo Angelito.
Uma das principais características de Angelito, percebidas durante a série (e também no podcast) é sua serenidade e dignidade.
Para ele, é preciso agir com humanidade, mesmo que a pessoa esteja cometendo um crime.
"Vamos parar de olhar o criminoso como uma pessoa menor. Ele está cometendo um crime, vai pagar na medida que a lei determina e eu não posso ter uma atitude que coloque em risco a vida dele".
Confira, na íntegra, o podcast com Paulo Angelito e veja os casos inusitados, histórias contadas por ele e muito mais:
Um dos pontos que o atraíram para a carreira de auditor foi a atuação diversificada. Nem sempre Angelito trabalhou no aeroporto.
Nos primeiros 20 anos de Receita Federal, ele se dedicou à fiscalização de instituições financeiras e grandes empresas.
"Já tinha sido aprovado para CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Banco Central. Cheguei na Receita Federal já com uma experiência de mercado financeiro muito grande. Então, fui alocado em fiscalização de instituições financeiras e passei anos fazendo esse trabalho porque era um local que eu poderia render mais para a instituição, dado meu conhecimento prévio. Em seguida, fui trabalhar com fiscalização de grandes empresas".
Porém, após tanto tempo dedicado a esse trabalho, que segundo ele é extenuante mentalmente e em termos de responsabilidade, pediu para ir para área de Aduana.
"Na Aduana, você faz o seu trabalho naquele período, trabalha por turno. Você trabalha 24 horas e, quando termina o seu turno, você não leva o seu trabalho para casa, não fica pensando nele. Você tem 72 horas livres para poder pensar e fazer outras coisas".
Outro destaque do podcast do Qconcursos Folha Dirigida foi a preparação para o concurso Receita Federal. Na época que o edital foi publicado, ele já era servidor do Banco Central.
"Eu trabalhava no Banco Central com fiscalização de banco, fazia MBA em Finanças e ainda tinha que estudar para o concurso. Foi uma época bastante pesada de dedicação, de muito estudo", relembrou Angelito.
Ele buscou equilibrar o tempo de estudo e de trabalho com hábitos saudáveis, físicos e mentais. "Eu gosto de meditação, gosto de yoga", disse.
Seu método de preparação para o concurso era baseado, principalmente, em questões e revisão.
"Como eu não tinha muito tempo, eu não saí lendo todo o material. Eu olhava o que ia cair, ia para as questões de provas anteriores, selecionava o que tinha sido fraco e estudava aquilo ali e, de vez em quando, eu reforçava o que sabia fazendo exercício, fazendo resumo".
Na visão de Paulo Angelito, concurso público é uma competição de quem performa melhor em uma prova. Para ele, a prova é um meio para atingir o objetivo.
"Ser competitivo é você ter consciência de que seu volume de estudo não é pelo conteúdo programático e sim sua preparação integral, visando ser melhor que seus concorrentes. Competição é isso".
Para aqueles que desejam seguir os passos de Angelito e tentar uma vaga no próximo concurso Receita Federal, ele disse que a hora de começar a preparação é agora.
"Para conquistar a aprovação em concurso público você não precisa ser um gênio, não precisa ter um dom, aprovação em concurso público é foco, determinação, preparação física, preparação mental, preparação de conteúdo. É uma série de características que você tem que reunir para, no momento da prova, colocar tudo em prática e passar", finalizou.
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