Questionado sobre as peculiaridades da banca, o professor e servidor do TCDF ponderou que a banca cobrará interdisciplinaridade a multidisciplinaridade. Como assim? Murga explica que uma única questão poderá envolver diversos assuntos e disciplinas.
Segundo o auditor, não é incomum que uma questão aborde a disciplina de Direito Administrativo, mas que traga junto a necessidade de um conhecimento de Controle Externo ou de Direito Constitucional. Para Leonardo, a organizadora pode e tem essa capacidade de 'brincar' com as matérias, além de unir os conteúdos.
"Ela faz isso para tentar cobrar do candidato uma forma mais comprensiva de cobrança."
⇒ Língua Portuguesa: nessa disciplina, Leonardo Murga comenta que o Cebraspe tem mais interesse em interpretação de texto e lógica da língua do que cobrar eventualmente uma nomenclatura, por exemplo, saber o que é uma oração sobordinada substantiva.
Murga ainda garante que a cobrança de Lei Seca existe nas provas do Cebraspe. Entretanto, a banca tem muito mais interesse em cobrar doutrina com jurisprudência. A dica é que o aluno faça um estudo bem compreensivo.
Concurso TCDF 2013 é a melhor referência de estudo
O último concurso do Tribunal de Contas do Distrito Federal teve edital publicado em 2013 e provas realizadas em 2014, com organização do próprio Cebraspe. A expectativa é para que a estrutura e o padrão seja o mesmo adotado para o próximo, que ainda não tem data definida para publicação.
Leonardo Murga comenta que é a melhor referência para os estudos dos candidatos. É a base que os concurseiros devem tomar como exemplo de conteúdo programático e etapas de seleção.
Além disso, ele pontua que a banca deverá seguir o modelo de cobrança no estilo Certo ou Errado, quando uma questão errada anula uma certa.
O professor destacou, ainda, que os concurseiros que não esperaram o edital sair e anteciparam os estudos têm grandes chances de serem aprovados. De acordo com Murga, são esses que costumam ser aprovados.
Segundo Murga, quem deixa o edital sair para iniciar os estudos tem uma chance reduzida perto de zero para conseguir a aprovação. Isso porque o tempo é curso para uma gama de conteúdo a ser estudado.
"No DF nós temos uma lei que obriga que o tempo mínimo entre a publicação do edital e realização das provas seja de 90 dias, o que é muito pouco para você vencer um edital com tanto conteúdo quanto o de um tribunal, sobretudo de um Tribunal de Contas do DF, considerado um dos editais mais longos de todo o Brasil para a área de controle."
Horas de estudo e materiais gratuitos
Quanto ao tempo de estudo necessário para ser aprovado em um concurso de auditor de controle externo, Leonardo Murga explica que esse fator varia muito de pessoa para pessoa. Isso porque, segundo Leonardo, são dois conceitos de horas: brutas e líquidas.
A explicação é que um candidato pode ter oito ou dez horas brutas para estudar, mas, de fato, só consegue render duas, enquanto outros conseguem render as duas do total que tinham. Isso é bem variável.
"Mas o que eu creio mesmo é que quem tem apenas uma hora por dia isso não é o suficiente, pois é preciso ter pelo menos duas ou três horas líquidas por dia de estudo para que você consiga evoluir no seu conteúdo."
O especialista diz ainda como as pessoas que não tem dinheiro para fazer investimento em material pago podem intensificar os seus estudos. Leonardo sugere que a melhor forma é a procura por bibliotecas públicas, que contam como várias obras que são relacionadas com concursos públicos.
Murga aconselha que, se for possível, o candidato retire o livro para compilar a maior quantidade de dados possível, mas se não, que estude na própria biblioteca, sobretudo bibliotecas de órgãos públicos, como em tribunais.
"Lá você costuma ter livros relacionados com concursos públicos em abundância, então é um bom lugar de estudos, além de ser um lugar de paz e tranquilidade. Você vai ter o acesso gratuito ao referido material."
Por fim, Murga comenta que a preparação para o cargo de auditor de controle externo exige um conhecimento aprofundado, além das matérias específicas já citadas, nas demais que são de Conhecimentos Básicos e comuns a todos os concursos
É preciso, segundo ele, ter um nível aprofundado dessas matérias que são o 'coração do edital', mas não necessariamente também aprofundar em absolutamente todos os demais tópicos. Nas demais, basta um entendimento para manejar as questões na hora de redigir os os textos técnicos.
"Estudem com muita força de vontade, muito afinco, muita parcimônia, muito pragmatismo, porque é uma carreira que vale muito apena, além de ter uma remuneração muito interessante e o ambiente de trabalho dos Tribunais de Contas é absolutamente fantástico. É, de fato, uma carreira para você encerrar o seu processo de estudos para concurso, claro que quando você entrar no tribunal você vai continuar estudando, porém em um ritmo bem menos acelerado do que você estuda para concursos, você estuda de acordo com a necessidade do serviço público."