Veja concursos que mudaram escolaridade de cargo nos últimos anos
Tribunais federais e MPU, por exemplo, mudaram a escolaridade exigida para os cargos. Confira lista com os principais concursos!
Concursos Previstos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:18/05/2024 às 09:00
Atualizado em:17/05/2024 às 15:51
Nos últimos anos, diversos órgãos alteraram a escolaridade de cargos do nível médio para o nível superior. O que aumentou o número de vagas em concursos destinados aos graduados.
A seguir, confira um compilado dos principais concursos que mudaram a escolaridade dos cargos:
Concursos dos tribunais do Poder Judiciário da União
Desde a publicação da Lei Federal 14.456/2022, o cargo de técnico dos tribunais do Poder Judiciário da União passou a exigir o nível superior.
Com isso, o novo requisito de escolaridade já deve ser aplicado aos próximos concursos dos tribunais federais, sendo:
Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs);
Tribunais Regionais Eleitorais (TREs);
Tribunais Regionais Federais (TRFs);
Tribunal Superior do Trabalho (TST);
Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
Superior Tribunal de Justiça (STJ);
Supremo Tribunal Federal (STF);
Superior Tribunal Militar (STM);
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) chegou a ser ingressada no Supremo Tribunal Federal, para que o requisito voltasse para nível médio. Porém, não teve prosseguimento.
Atualmente, tanto o cargo de técnico como o de analista do Ministério Público da União (MPU) têm como requisito o nível superior completo.
Em dezembro do ano passado, após a derrubada do veto pelo Congresso Nacional, o presidente Lula sancionou a Lei 14.591/2023, que definiu o nível superior como escolaridade exigida para os cargos de técnico do MPU.
A partir disso, o próximo concurso já deve cobrar nível superior para as vagas de técnico e não mais o nível médio.
Com a regulamentação, os inspetores de segurança e administração penitenciária foram transformados em policiais penais.
Os últimos editais para essas carreiras exigiram apenas o nível médio dos candidatos. No entanto, a Lei Complementar traz o nível superior como requisito para os policiais penais.
Concurso Câmara dos Deputados
No final de 2023, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Resolução 131/2023, que reformulou a estrutura de cargos efetivos da Casa.
Essa exigência, entretanto, não configura equiparação salarial entre cargos de técnico e analista ou mesmo situações de ascensão funcional ou alteração de remuneração para cargos de técnico legislativo, cuja exigência antes da resolução era o nível médio.
Nos últimos anos, diversos concursos passaram a exigir o nível superior
(Foto: Agência Brasil)
A mudança inclui o cargo de policial legislativo, que passa a ser chamado de técnico legislativo - especialidade policial legislativo federal.
A determinação consta na Lei Estadual 21.828, sancionada em dezembro de 2023, pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior.
Para o cargo de soldado da Polícia Militar do Paraná, que antes exigia nível médio completo, passa a ter como critério mínimo a conclusão de, pelo menos, um curso de nível superior.
Já aqueles que desejarem seguir carreira como oficiais da PM PR deverão ter a formação específica de bacharel em Direito.
No caso dos que desejarem participar do Curso de Formação de Oficiais Bombeiros Militares, será exigido o bacharelado em qualquer área de conhecimento.
Atualmente, outros dez estados brasileiros também adotam a exigência de nível superior para o ingresso de soldados. No caso da solicitação do curso superior em Direito para os oficiais, a mesma regra já é aplicada em 15 estados.
A legislação estabelece direitos e garantias para as carreiras policiais civis, além de parâmetros a serem seguidos em seleções públicas.
Um dos principais impactos da legislação, em âmbito nacional, é de que o quadro de servidores das Polícias Civis seja composto por apenas três cargos efetivos, todos de nível superior:
delegado de polícia;
oficial investigador de polícia; e
perito oficial criminal.
Todos os estados brasileiros e o Distrito Federal deverão se adequar à Lei Geral, sem um período determinado.
Desta forma, nos próximos anos, as Polícias Civis de todo o país deverão ter em seu quadro de pessoal apenas cargos de nível superior.
No dia 7 de março, as entidades sindicais Fenasps e Cntss Cut, que representam os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), estiveram presentes na primeira reunião da Mesa Específica e Temporária da carreira do Seguro Social, realizada no MGI.
Na ocasião, a categoria apresentou pontos essenciais da pauta de reivindicações dos servidores do INSS. Entre eles:
reconhecimento como carreira de Estado;
alteração de nível de ingresso para o cargo de técnico do seguro social para nível superior; e
incorporação da gratificação ao vencimento básico e adicional de qualificação.
Diante das considerações das entidades, o secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Feijóo, destacou que toda a pauta será objeto de análise e, em seguida, será convocada uma nova reunião da Mesa Específica do Seguro Social.
A discussão sobre a alteração do requisito de escolaridade do técnico do INSS, de nível médio para nível superior, não é recente. Em 2021, a própria autarquia confirmou que foi feita uma sugestão com essa mudança junto ao então Ministério da Economia.
Porém, a discussão não avançou na época. Desta forma, o cargo segue com o nível médio como requisito, assim como foi feito no último concurso do INSS.
Em 2023, diversos órgãos tiveram concursos autorizados. O Governo Federal deu prioridade ao preenchimento de vagas para cargos de nível superior.
Em resposta à Folha Dirigida por Qconcursos, a ministra Esther Dweck falou que vagas de nível médio ainda serão abertas, mas o foco é para as carreiras com graduação.
"Na nossa visão, sempre que um órgão precisar de nível médio, a gente vai continuar abrindo vagas sim, embora nossa prioridade sejam cursos de nível superior", disse a ministra.