Concursos Poder Judiciário: CNJ uniformiza regras para cotistas

Conselho Nacional de Justiça aprova a uniformização de regras para aprovação de cotistas nos concursos do Poder Judiciário. Veja!

Política e Concursos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:20/03/2024 às 11:50
Atualizado em:20/03/2024 às 11:56

Por unanimidade, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a uniformização de regras para aprovação de cotistas nos concursos do Poder Judiciário para provimento de cargos efetivos de servidores.


Agora, os candidatos indígenas e com deficiência terão as mesmas notas exigidas para os negros, isto é, 20% inferior ao cobrado para aprovação em ampla concorrência, que representa 60% do total.


Com o resultado da análise do Processo n. 0001173-49.2024.2.00.0000, ficam valendo as mesmas notas para os três perfis de cotistas: negros, indígenas e pessoas com deficiência.


O objetivo da medida é garantir um tratamento isonômico aos cotistas que desejam ingressar como servidores do Poder Judiciário.


Em seu voto, o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, destacou a necessidade de uniformização de parâmetros das políticas de inclusão adotadas pelo Conselho nos concursos do Poder Judiciário.


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Concursos do Poder Judiciário terão critérios uniformes para cotistas

(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)


Barroso também citou a Resolução CNJ 401/2021, que dispõe sobre o desenvolvimento de diretrizes de acessibilidade e de inclusão de pessoas com deficiência e a Resolução 512/2023, que trata da reserva aos indígenas de ao menos 3% das vagas dos concursos.

“Considerando a essência das políticas afirmativas de inclusão adotas pelo Conselho Nacional de Justiça para ingresso nos cargos efetivos de servidores, a mesma disposição quanto à nota mínima aplicável aos candidatos negros deve ser estendida aos candidatos indígenas e àqueles com deficiência, seja por incidência do princípio da isonomia, seja por coerência da própria ação afirmativa empreendida pelo CNJ”, manifestou o ministro.

Benefícios dos servidores do Poder Judiciário são reajustados

No início de fevereiro, uma portaria conjunta foi assinada pelos órgãos do Poder Judiciário da União, reajustando os valores de dois benefícios: o auxílio-alimentação e a assistência pré-escolar (ou auxílio-creche).


A partir de agora, os benefícios passam a ter os seguintes valores:

  • auxílio-alimentação: passou de R$1.182,74 para R$1.393,10; e
  • assistência pré-escolar: passou de R$935,22 para R$1.178,82

Os demais benefícios, como as assistências médica e odontológica, não foram reajustados.


A portaria conjunta foi publicada no Diário Oficial da União e assinada pelos presidentes dos seguintes órgãos:

  • Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
  • Superior Tribunal de Justiça (STJ);
  • Conselho da Justiça Federal (CJF);
  • Tribunal Superior do Trabalho (TSE);
  • Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT);
  • Superior Tribunal Militar (STM); e
  • Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

O Tribunal Superior Eleitoral não assinou a portaria conjunta no primeiro momento.


Porém, após contestações da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Judiciário Federal (Fenajufe), o presidente Alexandre de Moraes assinou uma portaria, separadamente, e confirmou o reajuste aos servidores da Justiça Eleitoral.


As remunerações dos servidores também foram reajustadas em 6% a partir de fevereiro de 2024, conforme determinado na Lei 14.523/2023. Os valores atuais são de:

  • técnicos judiciários: R$8.529,64, sendo R$3.554,02 de vencimento básico e R$4.975,64 de Gratificação por Atividade Jurídica (GAJ).
  • analistas judiciários: R$13.994,76, sendo R$5.831,15 de vencimento básico e R$8.163,61 de Gratificação por Atividade Jurídica (GAJ).

Se aplicado o novo auxílio-alimentação de R$1.393,10, os técnicos e analistas terão remuneração inicial de R$9.922,74 e R$15.387,86, respectivamente.


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Concursos Poder Judiciário: projeto propõe reestruturação salarial

Em paralelo aos reajustes já concedidos, a Fenajufe enviou uma minuta de Projeto de Lei (PL) para reestruturação do plano de carreira dos servidores do Poder Judiciário da União, com ênfase na correção da defasagem salarial.


O texto foi encaminhado ao presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. O projeto propõe novos valores de vencimento básico durante as progressões nas carreiras. 


A minuta do PL prevê o aumento salarial para técnicos e analistas judiciários. Principalmente para os cargos de técnico, cujo requisito de escolaridade passou do nível médio para o médio superior. 


A proposta é que os vencimentos básicos iniciais passem de R$3.554,02 para R$7.578,66.


Vale destacar que a remuneração dos servidores do Poder Judiciário da União também é composta pela gratificação Judiciária (GAJ), que corresponde a 140% do vencimento básico. 


Agora, o objetivo da Fenajufe é levar a discussão do plano para o Fórum de Discussão Permanente de Gestão de Carreira dos Servidores do Poder Judiciário da União, como próximo passo para efetivar a reestruturação da carreira do PJU.


No vídeo abaixo, saiba como iniciar os estudos para concursos de tribunais: