A minuta do PL prevê o aumento salarial para técnicos e analistas judiciários. Sobretudo para os cargos de técnico, cujo requisito de escolaridade passou do nível médio para o médio superior.
Na tabela abaixo, veja a proposta da Fenajufe para a correção salarial dos servidores:
Em 2023, o vencimento básico dos técnicos judiciários é de R$3.352,85 e para analistas judiciários de R$5.501,09.
Vale destacar que a remuneração dos servidores do Poder Judiciário da União ainda é composta pela gratificação Judiciária (GAJ), que corresponde a 140% do vencimento básico.
Agora, o objetivo da Fenajufe é levar a discussão do plano para o Fórum de Discussão Permanente de Gestão de Carreira dos Servidores do Poder Judiciário da União, como próximo passo para efetivar a reestruturação da carreira do PJU.
Em paralelo ao plano de carreira, a Fundação continua lutando pela antecipação da parcela da recomposição salarial – índice de 6,13% - para pagamento em 2024.
Em 2024, querer é poder! Com o Qconcursos sua aprovação não é um sonho. É o próximo passo. Inscreva-se para conhecer o Método Q!
Entenda o PL que culminou na mudança de escolaridade dos técnicos
O PL 3.662/21, que gerou a mudança de escolaridade de técnico judiciário da União, tratava inicialmente da transformação de cargos vagos no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, no entanto, uma parlamentar propôs uma emenda para inclusão do nível superior para técnico judiciário.
O tema foi aceito pelos deputados e, em seguida, aprovado pelo Senado. O então presidente Jair Bolsonaro chegou a vetar o dispositivo que tratava sobre a escolaridade para concursos de técnico judiciário.
Ele indicou um vício de inconstitucionalidade, uma vez que a mudança de escolaridade foi proposta pelo Legislativo, enquanto legalmente deveria partir do Supremo Tribunal Federal.
O Congresso Nacional, por sua vez, derrubou o veto de Bolsonaro, em sessão conjunta. A partir disso, foi publicada a Lei Federal 14.456/2022, que requer o ensino superior completo para o cargo de técnico judiciário.
Assim, os concursos para técnico judiciário da União já devem exigir o nível superior como requisito para ingresso, ao invés do nível médio. O que inclui o concurso unificado da Justiça Eleitoral, por exemplo.
ADI busca que o cargo volte a exigir nível médio
Em janeiro, a Associação Nacional dos Analistas Judiciários e do Ministério Público da União (Anajus) ingressou no STF com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7338 contra o nível superior para técnico judiciário da União.
A Associação pediu a concessão de uma liminar que suspendesse a vigência da Lei Federal 14.456/2022 até que o mérito da ação fosse julgado pelo Plenário do STF.
A ação foi distribuída ao ministro Edson Fachin, que, em junho, negou o prosseguimento da ADI por conta da “ilegitimidade ativa da parte autora”. Ou seja, para ele, a Anajus não tem legitimidade para propor essa discussão.
Isso significa que o ministro nem chegou a entrar no mérito da ação e discutir a questão do nível superior para técnicos. Dessa forma, por ora, a escolaridade está mantida como requisito nos concursos para o cargo.
Uma nova Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) pode ser ajuizada no Supremo Tribunal Federal questionando o nível superior como requisito nos concursos para o cargo de técnico judiciário da União.
Estava marcada para dezembro, uma votação para deliberar se a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) iria ajuizar a ação. Porém, a decisão foi adiada para o mês de fevereiro de 2024.
A OAB, a Procuradoria-Geral da República e partidos políticos são elegíveis para ajuizar uma ADI no Supremo. Assim como entidade sindical de âmbito nacional.
A presidência da Anajus confirmou à Folha Dirigida por Qconcursos que recorreu da decisão do ministro Fachin e a questão será submetida ao pleno do STF.
Contudo, a Associação busca o apoio de outros pares, como a OAB, para ajuizar ADIs sobre o assunto.
Quer ficar por dentro das notícias sobre concursos? Acompanhe o nosso canal no Telegram!