Cibercrime: cresce número de pessoas procurando emprego na Darknet
Pesquisa da Check Point alerta para o potencial aumento de pessoas ligadas a atividades ilegais divulgadas na Darknet.
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Publicado em:22/03/2021 às 16:50
Atualizado em:22/03/2021 às 16:50
Em função do crescente desemprego, pessoas passaram a oferecer seus serviços na Darknet e fóruns de hacking. Elas se disponibilizam para qualquer tipo de trabalho disponível, incluindo funções ilegítimas.
Essa tendência foi identificada pela Check Point Research (CPR), braço de Inteligência em Ameaças da Check Point® Software Technologies Ltd (NASDAQ: CHKP), uma fornecedora líder de soluções de cibersegurança global.
As pessoas desempregadas oferecem-se para prestar serviços a atividades cibercriminosas em troca de dinheiro. Em geral, dentro do mercado Darknet e de fóruns de hacking, são os fornecedores que oferecem vagas para aqueles que estão interessados em se inscrever.
Porém, o que a Check Point tem observado é a dinâmica oposta: as pessoas oferecendo-se para ajudar no cibercrime em busca de uma renda.
A Darknet consiste em uma parte da Internet invisível para os mecanismos de busca, na qual se trocam recursos ilícitos. Como por exemplo, números de cartões de crédito roubados, drogas, ciberarmas e até softwares maliciosos que permitam acessar computadores e dispositivos móveis.
Desde o início de 2021, os pesquisadores da Check Point têm se deparado com uma quantidade de dez a 16 novos anúncios de procura de emprego por mês numa seleção de fóruns de hacking. Esse é um número excepcionalmente alto, tendo em vista que as publicações desta natureza são, por norma, nulas.
Os pesquisadores acreditam que a inversão da tendência deriva do impacto negativo da situação da pandemia que em muito tem contribuído para o aumento dos números de desemprego.
O chefe de pesquisa de vulnerabilidades de produtos na Check Point, Oded Vanunu, explica que o crescimento desse tipo de ofertas é alarmante.
“Quando pessoas se oferecem para prestar serviços a atividades cibercriminosas, estamos todos numa situação de maior perigo. Assim, decidimos selecionar um conjunto de fóruns de hacking para acompanhar ao longo dos meses. Descobrimos que o número de posts deste gênero aumentou consistentemente e suspeitamos que o mesmo aconteça em outros sites da Darknet", disse Vanunu.
Veja exemplos de pessoas à procura de emprego na Darknet
A oferta para desempenhar serviços na Darknet é uma realidade no Brasil e em diversos outros país, que também sofrem com os impactos da pandemia. A seguir, veja exemplos extraídos do conjunto de fóruns de hacking que os pesquisadores acompanharam nos últimos meses.
Exemplo 1
Usuário diz estar "disposto a qualquer trabalho possível", "em casa 24/7 devido à
pandemia" (Foto: Reprodução/ Check Point)
Exemplo 2
Usuário que está disposto a "fazer dinheiro na Internet por qualquer meio" (Foto: Reprodução/ Check Point)
De acordo com o chefe de pesquisa de vulnerabilidades de produtos na Check Point, Oded Vanunu, tudo isto cria uma cultura muito perigosa na Darknet, o último lugar onde se deve procurar trabalho.
“Acreditamos que esta tendência evidencia as dificuldades financeiras nas quais muitas pessoas se encontram dada a Covid-19. Este 'grito' das pessoas deve preocupar toda a gente que pretende minimizar as atividades criminosas", afirmou Vanunu.
A Darknet atua como o mercado clandestino e ilegal da Internet, e normalmente "promove" transações que envolvem drogas, armas cibernéticas, falsificação e muito mais. Em situações de desespero, alguns "candidatos" a emprego estão dispostos a participar desse tipo de trabalho ilegal se isso significar ter uma renda.
A pesquisa da Check Point observou que pessoas de diferentes partes do mundo estão oferecendo suas habilidades, conhecimentos e disponibilidade nessas plataformas.
À medida que os países enfrentam as realidades de uma economia global em dificuldades, é importante que também voltem sua atenção para o mercado de trabalho clandestino que está crescendo.
A Darknet consiste em uma parte da Internet invisível para os mecanismos de busca, na qual se trocam recursos ilícitos. Como por exemplo, números de cartões de crédito roubados, drogas, ciberarmas e até softwares maliciosos que permitam acessar computadores e dispositivos móveis.
