Delegado da Polícia Federal orienta planejamento para concurso PF

Delegado da Polícia Federal fala da trajetória para aprovação e dá dicas aos futuros servidores interessados no próximo concurso PF.

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Publicado em:20/08/2020 às 06:34
Atualizado em:20/08/2020 às 06:34

 

“Desde a graduação já me dedicava aos estudos de forma disciplinada. Tinha sempre em mente que, por meio do estudo, eu venceria na vida. Dessa forma, conciliava a preparação e o trabalho. Foi uma época de muita dedicação e esforço”, conta. 


Em 2003, Adriano Barbosa conseguiu ingressar na PF, dando início a uma carreira de muito sucesso na corporação, ocupando diversos cargos de destaque.
 

“Ser delegado de Polícia Federal pra mim é a realização diária de um sonho. Eu vivo meu sonho profissional todos os dias da minha vida.”  

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FOLHA DIRIGIDA - A Polícia Federal (PF) está prestes a ter um concurso autorizado para agente, escrivão, papiloscopista e delegado. Como o senhor enxerga a importância de os interessados em participar desta nova seleção iniciarem os estudos com antecedência? 

Adriano Barbosa - Na verdade, é essencial que o candidato a um cargo da Polícia Federal promova o início dos seus estudos com antecedência.
 

Isso, para poder avançar com tranquilidade e de forma planejada sobre todos os tópicos do conteúdo programático. 


FOLHA DIRIGIDA - Como o último concurso é de 2018, o senhor acredita que os programas das quatro carreiras não sofrerão alterações significativas? 

Adriano Barbosa - Em princípio, não haverá alterações significativas. A Polícia Federal tem uma política de recrutamento de recursos humanos estável.

E como desde 2018 a realidade institucional da PF não sofreu grandes mudanças, a tendência é que o concurso de 2018 seja uma boa referência para os estudos dos candidatos.


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FOLHA DIRIGIDA - Como coordenador pedagógico da Escola Nacional de Delegados da Polícia Federal, quais são as falhas, na sua visão, que uma pessoa não pode cometer ao se preparar para concursos da PF? 

Adriano Barbosa - Entendo que há duas falhas que devem ser evitadas pelos candidatos a uma vaga nas carreiras da PF. Uma é focar os estudos apenas nas matérias que se tem mais afinidade.
 

É preciso, ao contrário, desenvolver um estudo equilibrado, que alcance todas as disciplinas. E, mais ainda, ter uma preocupação especial com as matérias que se tem mais dificuldade. A outra falha é negligenciar o treinamento físico. O teste de aptidão física (TAF) do concurso da PF é bem exigente.


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Assim, é preciso tratar o TAF como se fosse mais uma disciplina a ser estudada, realizando ao menos três vezes por semana treinamentos físicos focados no TAF da PF. 

E em relação à natação deve-se ter uma atenção especial. Ela é a modalidade que mais reprova. 
 

FOLHA DIRIGIDA - O senhor também é professor de Direito Penal. Quais são os assuntos que acredita que têm mais chances de caírem nas provas para delegado?  

Adriano Barbosa - Para o concurso de delegado de Polícia Federal, em relação ao Direito Penal,
 

é preciso ter um conhecimento sólido sobre a Aplicação da Lei Penal, a Teoria do Crime, os Crimes Contra a Fé Pública, os Crimes Contra a Administração Pública e a Legislação Penal Especial como, por exemplo,  a Lei de Drogas, a Lei do Crime Organizado e a Lei de Lavagem de dinheiro.


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Não se pode esquecer que o Direito Penal, o Direito Processual Penal, o Direito Administrativo e o Direito Constitucional são matérias exigidas nas questões discursivas da prova escrita e na prova oral.


FOLHA DIRIGIDA - E quais assuntos acredita que poderão ser explorados para agente, escrivão e papiloscopista e, por isso, os futuros candidatos devem dar atenção especial?  

Adriano Barbosa - Considerando a grande especialização investigativa da Polícia Federal no enfrentamento ao crime organizado, há uma tendência de o concurso da instituição exigir dos candidatos aos cargos de agente, escrivão e papiloscopista conhecimentos nas áreas de Informática, Contabilidade e Estatística.
 

Concurso PF está sob análise do Ministério da Economia (Foto: Divulgação)
Concurso PF está sob análise do Ministério da Economia
(Foto: Divulgação)


FOLHA DIRIGIDA - Como foi a sua preparação quando prestou concurso da PF? Fez muitos sacrifícios e abdicou de muitas coisas para conquistar uma vaga de delegado?  

Adriano Barbosa - Fui aprovado no concurso de delegado de 2001. E foi a realização de um sonho. Desde os bancos da Faculdade de Direito eu sonhava em ser um policial federal.

Eu me graduei em Direito em Maceió, em 1999, e desde a graduação já me dedicava aos estudos de forma disciplinada. Tinha sempre em mente que, por meio do estudo, eu venceria na vida. Dessa forma, conciliava a preparação e o trabalho.
 

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Foi uma época de muita dedicação e esforço. Estudava logo cedo pela manhã, antes de ir ao trabalho, estudava na minha hora de almoço e nos fins de semana.

Assim, fui aprovado no Exame da OAB, em 1999, e no ano de 2000 fui aprovado para os concursos de delegado de Polícia Civil do Estado da Bahia, Delegado de Polícia Civil do Estado de Sergipe e para o Quadro de Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, na especialidade Direito, cargo este que tomei posse em 2001.
 

Mas, o meu foco continuava sendo a Polícia Federal. Assim, continuei estudando, mesmo depois de já aprovado em uma carreira estável. Quando em outubro 2001 saiu o edital do concurso da PF, fui em busca definitivamente do concurso dos meus sonhos e, graças a Deus, deu certo. Fui aprovado na PF, cursei a Academia Nacional de Polícia em 2003 e tomei posse naquele mesmo ano em Cuiabá/MT. 


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FOLHA DIRIGIDA - O que mudou na sua vida após ingressar na PF?  

Adriano Barbosa - A PF mudou completamente a minha vida. Há 17 anos ela faz parte de maneira fulcral dessa minha existência. Ser delegado de Polícia Federal pra mim é a realização diária de um sonho. Eu vivo meu sonho profissional todos os dias da minha vida.

Assim, os desafios da carreira, o papel social que a PF desempenha no país, as oportunidades profissionais e acadêmicas que a PF me proporciona só ratificam que fiz a melhor opção que poderia ter feito profissionalmente. 
 

FOLHA DIRIGIDA - Fale um pouco de sua trajetória na corporação e de sua atuação como oficial de ligação da PF junto à a Comunidade de Polícias da América (Ameripol). 

Concurso PF sob análise no Ministério da Economia
Adriano Barbosa é delegado da Polícia Federal
(Foto: Arquivo pessoal)

Adriano Barbosa - Sou egresso do XVIII Curso de Formação Profissional de Delegado de Polícia Federal de 2003 da ANP. Tomei posse em Cuiabá, onde permaneci lotado por dois anos na Superintendência Regional no Mato Grosso.

Depois fui recrutado pela Diretoria de Inteligência Policial, em Brasília, onde trabalhei na Divisão de Contrainteligência, na Divisão de Inteligência e na Divisão Antiterrorismo. Ainda em Brasília trabalhei na Superintendência Regional no Distrito Federal e na Academia Nacional de Polícia.


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Em 2015, fui removido para São Paulo, onde trabalhei na Superintendência Regional exercendo o cargo de corregedor regional de Polícia e chefe do Setor de Inteligência Policial.

Em 2019, fui designado para ser oficial de ligação da Polícia Federal na Comunidade de Polícias das Américas (Ameripol) em Bogotá, Colômbia, onde contínuo em missão.
 

Na Ameripol eu represento o Diretor-Geral da Polícia Federal do Brasil, que é o atual Secretário Executivo deste organismo internacional. Isso, no desempenho da gestão da Secretaria Executiva do órgão. E aqui desenvolvemos um trabalho de cooperação policial internacional que congrega 33 instituições policiais de todo o hemisfério americano.


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Na Ameripol desenvolvemos primordialmente ações que implicam em intercâmbio de informações, atividade de capacitação e organização, coordenação e execução de operações policiais transfronteiriças de combate ao crime organizado. 


FOLHA DIRIGIDA - Houve alguma ação da PF você que participou que marcou a sua vida? 

Adriano Barbosa - Ao longo dos 17 anos na PF, participei de várias ações policiais de relevo. Mas tem duas que muito me marcaram.

A primeira foi uma operação de combate ao trabalho escravo no interior do estado do Mato Grosso, ainda quando contava com menos de dois anos de carreira policial.


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Nesta operação tive a oportunidade, junto com minha equipe, de literalmente libertar mais de uma centena de trabalhadores que eram submetidos a trabalhos forçados em condições subumanas. Isso me marcou muito.

Essa operação me mostrou o quanto é relevante a atuação social da PF, inclusive do ponto de vista do mais vulnerável.
 

A segunda foi a operação relativa à Jornada Mundial da Juventude, quando Sua Santidade o Papa Francisco veio ao Brasil, em 2013. Nesta época, eu era responsável pela área de operações antiterror da PF e foi um grande desafio trabalhar para garantir a segurança do Papa no Brasil, em um evento que contou com um público de mais de seis milhões de pessoas.  


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FOLHA DIRIGIDA - A PF investe na formação dos seus policiais? É possível também crescer na carreira? 

Adriano Barbosa - Sim. A PF, por meio da Academia Nacional de Polícia, promove capacitação constante de seus quadros.

Além disso, a ANP possui programas próprios de pós-graduação na sua Escola Superior de Polícia e incentiva os estudos dos servidores com bolsas de estudos. Eu mesmo fui contemplado pela PF em duas oportunidades de capacitação acadêmica.

Assim, a minha especialização em Administração Pública, realizada na FGV, e os meus estudos de mestrado, realizados nos Estados Unidos, na Naval Postgraduate School, na Califórnia, foram custeados pela PF.
 

Além das oportunidades acadêmicas, a PF proporciona oportunidades de carreira e de trabalho muito interessantes. Uma delas é a que eu tenho a honra de desempenhar atualmente, que é a representação internacional da PF em sede de atividade de cooperação policial internacional.


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Essa atividade se desenvolve seja em nossas adidâncias policiais nas embaixadas brasileiras, como a da Argentina, México, Estados Unidos, Londres e Roma, por exemplo, seja nos nossos oficialatos de ligação junto a organismos internacionais, como na Ameripol, Interpol, ONU e Europol, por exemplo. 


FOLHA DIRIGIDA - Fale um pouco sobre a Escola Nacional de Delegados da Polícia Federal, que é vinculada à Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF)? 

Adriano Barbosa - A EADELTA é a Escola da ADPF. Nela a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal promove as suas ações acadêmicas como seminários, palestras e cursos voltados para os associados e para a comunidade jurídica nacional.

E considerando que o concurso da PF se aproxima, a EADELTA está promovendo um curso focado 100% na preparação de candidatos ao cargo de delegado de Polícia Federal, como foi feito em relação ao concurso de 2018, que foi um sucesso.
 

Este curso tem um corpo docente formado primordialmente por delegados de Polícia Federal especialistas em preparação para concursos. E este curso surge na EADELTA por meio de uma parceria estratégica com a Escola Nacional de Polícia (Enapol) aliando, assim, a expertise e estrutura destas duas escolas para a promoção de um curso com alta qualidade pedagógica e organizacional.