Dia Internacional da PCD: não ter laudo dificulta inserção no mercado

Catho realiza mutirão de empregabilidade gratuito para PCDs

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Publicado em:03/12/2019 às 12:16
Atualizado em:03/12/2019 às 12:16

Nesta terça-feira, 3, é celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A data relembra a importância da inclusão e é um dia para exercitar a empatia e refletir sobre as dificuldades que essas pessoas enfrentam no dia a dia.

Segundo o IBGE, 6,2% da população brasileira possui deficiência auditiva, visual, física ou intelectual, porém, mesmo com a Lei de Cotas (art. 93 da Lei 8.213/91), o número de pessoas com deficiência no mercado de trabalho ainda é baixo.

A Catho realizou uma pesquisa com mais de 5,2 mil profissionais com deficiência e identificou que, para 76% dos entrevistados, o laudo é um dos principais entraves no mercado de trabalho.

O laudo é um relato técnico de um profissional que, no caso destes profissionais, é utilizado para comprovar a deficiência. Este documento é pré-requisito para a contratação pela Lei de Cotas.

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Ainda segundo a pesquisa, dentre os profissionais que não possuem laudo, 64% já tiveram problemas de contratação pela falta do documento. Já entre os que possuem a declaração, 29% tiveram problemas na hora de efetivação.

Entre as principais queixas dos profissionais, 35% disseram que as empresas negam o laudo sem justificar o motivo e 23% contaram que o documento estava incompleto ou errado.

Para Maiara Tortorette, gerente da Catho, ainda que se tenha avançado em temas relacionados à diversidade, a contratação de profissionais com deficiência no Brasil ainda é cercada de dúvidas, tanto por parte dos profissionais, quanto por parte das empresas.

"Contratar um profissional por meio da Lei de Cotas segue alguns protocolos, dentre eles, o laudo que atesta e caracteriza por deficiência. Afinal, apenas algumas especificidades são abrangidas pelo decreto 10.690. Essa tenuidade é facilmente confundida, pois afinal, ainda faltam conhecimentos acerca dos enquadramentos da legislação", afirma a gestora.

A pesquisa também apresenta que as dificuldades em relação ao laudo e à contratação no mercado de trabalho estão atreladas a:

  • Falta de conhecimento por parte das empresas (43%); 
  • Dificuldades para conseguir uma consulta e solicitação de laudo (32%);
  • Falta de informação sobre as deficiências que são abrangidas pela Lei de Cotas (27%);
  • Carência de informações sobre os itens que precisam constar no laudo (24%).
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: conheça as dificuldades
que estes profissionais enfrentam no mercado de trabalho (Foto: Pixabay)

Mutirão de empregabilidade

Em prol ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a Catho realiza, pela primeira vez, um mutirão de empregabilidade gratuito voltado para esse público. O evento será no dia 10 de dezembro, no auditório da Universidade Mackenzie, em Higienópolis, das 9h às 17h.

O nome do evento é 'Minha Vaga Por Direito' e possui entrada franca. No dia, os candidatos contarão com a presença de profissionais da saúde da empresa Etikz, que elaborarão laudos gratuitamente.

Os participantes também poderão contar com serviços de consultoria para elaboração de currículo, mutirão de emprego e a presença de empresas como Ford, Tivit, Loggi e Makro, com oportunidades de vagas.

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Além disso, o evento terá palestras, apresentação de cases de sucesso e bate-papo com recrutadores. A Catho atua, desde 2016, de forma ativa para incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho de forma mais rápida e justa.

Pessoas com deficiência, abrangidas pela Lei de Cotas, têm gratuidade no acesso a todas as vagas do site da Catho. O movimento 'Minha Vaga Por Direito' foi criado pela empresa, há um ano, para reivindicar o acesso ao emprego para estes profissionais.

"Demos um passo maior com a criação do evento porque apostamos na prática como um processo efetivo de inclusão. Nosso objetivo é massificar essa iniciativa, criando uma nova perspectiva para esses profissionais. Eles estão no mercado, são capacitados, mas nem sempre são enxergados como. A nossa contribuição é transformar esse movimento em algo que possa ser palpável, que gere frutos e mudanças", afirma Tortorette, gerente da Catho.