Edital com 4 mil vagas em hospitais do Rio terá área administrativa

Uma nova seleção com 4 mil vagas para os hospitais federais no Rio de Janeiro está em preparo pelo Ministério da Saúde. Veja os detalhes!

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Publicado em:11/03/2020 às 13:55
Atualizado em:11/03/2020 às 13:55

O Ministério da Saúde prepara novo processo seletivo com 4 mil vagas para os hospitais federais no Rio de Janeiro. A oferta deve contemplar as áreas médica, de enfermagem e também administrativa. Os trâmites para o edital estão em finalização, mas dependem da liberação do orçamento pelo governo federal.  

Em Brasília, estão sendo feitas reuniões com o Ministério da Economia para que a verba seja liberada para contratação dos novos profissionais. As informações foram passadas à FOLHA DIRIGIDA nesta quarta-feira, 11, pela Assessoria do Núcleo do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj).  

O setor não confirmou se os aprovados na seleção serão contratados temporariamente ou de forma efetiva. Mas, mediante o cenário econômico, acredita que os profissionais sejam chamados para atuar por tempo determinado.  

Os cargos, escolaridades e salários também não foram informados. O edital poderá ser publicado em março, de acordo com a BandNews. Esse prazo, porém, não foi confirmado oficialmente pelo Ministério da Saúde. O objetivo da nova seleção é recompor o número de funcionários nas unidades de saúde da capital fluminense. 

Hospital do Andaraí pode ter enfermaria pediátrica fechada por falta 
de pessoal (Foto: Departamento de Gestão Hospitalar SAS/MS)

 

Os contratados serão distribuídos entre os seis hospitais federais do Rio de Janeiro. Isto é: Bonsucesso, Andaraí, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do Estado. Hoje, uma das unidades que mais sofre com a falta de servidores é a de Bonsucesso, na Zona Norte da cidade. 

O hospital conta com o frequente fechamento da emergência e a perda de oncologistas para o setor privado. Sem falar nos problemas recorrentes de falta de insumos. Segundo informações do coordenador assistencial adjunto do hospital, Carlos Assef, à BandNews, a maior carência médica é na parte oncológica e emergencial. 

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Enfermaria do hospital de Andaraí pode ser fechada 

Em função da falta de recursos humanos, a enfermaria do Hospital Federal de Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro, pode ser fechada. Documento obtido pela TV Globo mostra a ordem do coordenador técnico-assistente do hospital para bloquear todos os leitos da enfermaria.  

No ano passado, a Defensoria Pública da União entrou na Justiça contra o governo federal depois do descumprimento da contratação de 4 mil funcionários para os hospitais federais no Rio. O defensor público federal, Daniel Macedo, chegou a dizer que as seis unidades de saúde podem parar de funcionar se não houver novas admissões.  

'Hoje, os seis hospitais vivenciam sua pior crise dos últimos dez anos. É o mesmo tempo que não há concurso para os seus hospitais federais. Nós temos um déficit de 8.143 profissionais de saúde e, agora, no dia 31 de maio, mais 4 mil profissionais serão mandados embora por contratação temporária. Então, é uma situação de caos", constatou Macedo, segundo a TV Globo.  

Em 2019, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) interditou parcialmente o Hospital Federal do Andaraí. Os motivos foram as péssimas condições, com pacientes sendo tratados ‘de forma desumana’.

Ano passado, o Hospital de Andaraí recebeu autorização para abrir 35 vagas de enfermeiros, contratados temporariamente por seis meses. Para concorrer, foi preciso ter nível superior em Enfermagem. A remuneração dos aprovados foi de R$2.455.

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Ministério da Saúde ofereceu mais de 3 mil vagas em 2018 

As últimas admissões de profissionais pelo Ministério da Saúde no Rio de Janeiro ocorreram por processos seletivos para temporários. Em 2018, por exemplo, uma seleção teve a oferta de 3.592 vagas para cargos dos níveis médio/técnico e superior. 

As oportunidades foram distribuídas pelos cargos de: técnico de enfermagem; auxiliar (de laboratório, enfermagem e radiologia); assistente social; biólogo; biomédico; enfermeiro; farmacêutico; físico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico; nutricionista; odontólogo; e psicólogo. 

Os aprovados foram convocados a partir de junho com contratos iniciais de seis meses, podendo chegar até, no máximo, dois anos, mediante as avaliações de desempenho feitas. Apesar desse reforço, o déficit nas unidades hospitalares só cresce. 

Na época das convocações, integrantes dos corpos clínicos disseram que o número de profissionais não seria suficiente para suprir a demanda dos seis hospitais e três institutos federais do Rio. A seleção anterior a esta ocorreu em 2015 e também para temporários.