Em período de quarentena, saiba como criar sua loja online

Fecomécio RJ cria plataforma para auxiliar na imersão no ambiente digital

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Publicado em:08/05/2020 às 07:00
Atualizado em:08/05/2020 às 07:00

No período de quarentena pelo novo Coronavírus, a presença online se tornou fundamental para sobrevivência de diversos negócios. Com as lojas físicas fechadas, comerciantes tiveram que se lançar no mundo digital para garantir a renda do mês.

O isolamento social impôs novos hábitos de consumo. De acordo com o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises, 75% dos estabelecimentos comerciais do Rio de Janeiro não realizavam vendas online. O que aponta uma fragilidade do setor que é anterior à pandemia.

Em entrevista exclusiva à FOLHA DIRIGIDA, o assessor da presidência da Fecomércio RJ, Marcelo Novaes, revelou detalhes desse cenário. Para ele, a necessidade de digitalização das empresas foi exposta apenas quando a maioria dos estabelecimentos foi impedida de abrir as portas.  

“Quem está bem inserido no ambiente virtual não somente se destaca, mas também tem mais chances de sobreviver a esta crise”, definiu.

Com as restrições para sair de casa, se tornou mais cômodo e seguro fazer compras online. E a internet apresenta diferentes maneiras do consumidor chegar até o produto, seja com sites ou redes sociais.

 

Loja online pode ser solução em tempos de Coronavírus
(Foto: Divulgação)

 

“As novas ferramentas de vendas online permitem não somente modernizar o seu negócio, como também aproximá-lo de seu público, criar promoções exclusivas. Hoje, quem não tem comércio online está muitos passos atrás dos que já trabalham com e-commerce”, explicou Novaes.

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Plataforma da Fecomércio ajuda na criação de lojas online

Para facilitar a imersão no ambiente digital, a Fecomércio, em parceria com a Convem, oferece uma plataforma em que é possível criar uma loja online com poucos cliques. Primeiro, o empreendedor precisa preencher o cadastro que dura menos de dez minutos.

A criação e implantação da loja online são gratuitas para empresas representadas pelos sindicatos filiados à Fecomércio RJ. O custo mensal da operação, segundo Marcelo Novaes, é restrito a 3% do valor de venda do produto, como remuneração direta à empresa responsável pelo sistema.  

“Estamos sempre atentos às demandas de nossa base representada e buscando oferecer soluções que fomentem o ambiente de negócios. A ideia surgiu a partir de um cenário de fragilidade dos negócios no ambiente digital. Não perdemos tempo em buscar um parceiro capaz de trazer essa solução, e eu diria até salvação para os comerciantes”, destacou.

A equipe da Covem oferece suporte técnico, além de treinamento em vendas, suporte de divulgação nas mídias sociais e orientações de marketing. Para aqueles que ainda estão receosos e com dificuldades de ingressar no mercado e-commerce, o assessor da presidência da Fecomércio RJ deixa a seguinte mensagem:

“Meu conselho é investir nesta imersão do ambiente de vendas online e aproveitar esta nova ferramenta que te ajuda, de forma facilitada, a dar este passo decisivo para a sua empresa”.

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Empreendedores também usam redes sociais para vendas

Antes da pandemia, a loja de peças íntimas ‘Ki Charm Lingerie’, de Belo Horizonte, Minas Gerais, já atendia e tirava dúvidas de clientes pelas redes sociais. Mas, a venda só era finalizada nas lojas físicas, além da fábrica própria.

Uma das sócias e proprietárias da marca, Gilmara Alves contou à FOLHA DIRIGIDA que, com o avanço do Coronavírus, as lojas foram fechadas. Para que o faturamento não caísse, a estratégia encontrada foi intensificar o atendimento online e começar o delivery.

Os pedidos são recebidos apenas por redes sociais, Whatsapp e Instagram (@kicharmmodaintima). Os clientes têm a opção de buscar as mercadorias na loja de fábrica (única que se manteve aberta), com horário marcado, ou receber os itens em casa, a partir do delivery ou entrega pelos Correios.

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Loja Ki Charm
Uma das lojas físicas da ‘Ki Charm Lingerie’ que foi fechada diante 
da pandemia (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Gilmara revelou que, hoje, cerca de 90% das vendas são online. “Com as lojas fechadas, tivemos que nos reinventar. As nossas vendas online estão sendo só pelas redes sociais. A gente não tem um site pronto para pessoa comprar”, explicou.

A estratégia já rendeu frutos para a marca. Muitas pessoas que ficaram desempregadas, por exemplo, procuraram a ‘Ki Charm Lingerie’ para revender os produtos e garantir uma forma de renda na crise.

“No início, eu fiquei bem assustada achando que não ia conseguir vender nada porque realmente nesse momento as pessoas ficam com receio de comprar. Mas, fomos surpreendidos. Muitas pessoas procurando para revenda, porque temos fabricação própria”, diz.

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Dia das Mães aumenta procura por presente na internet

Com a proximidade do Dia das Mães, comemorado no próximo domingo, 10, a busca por presentes na internet tende a aumentar. A ‘Ki Charm Lingerie’, por exemplo, já sentiu o aumento na demanda pelos produtos.

“Durante esta semana do dia das mães, estamos com uma demanda muito maior. Muitas pessoas buscando as entregas, pessoas que pedem para entregar diretamente na casa da mãe. Algumas pedem até para escrever um cartão”, contou Gilmara Alves.

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Ela apontou, ainda, a dificuldade dos clientes para as compras online. De acordo com a empreendedora, muitos não estavam familiarizados com essa modalidade e precisaram se adaptar.

“O cliente também está com dificuldade de se adaptar. Claro que muitas pessoas compram pela internet, mas temos uma grande parte da população que tem dificuldade de comprar online”.

A proprietária da marca avaliou como positiva a experiência das vendas online. “O retorno tem sido positivo. Vimos um novo mercado e pretendemos continuar com as entregas após a pandemia”, garantiu.

Por Bruna Somma - bruna.somma@folhadirigida.com.br