Concurso INSS: MPF troca ação por acordo e Fenasps questiona

Fenasps vai questionar MPF por trocar ação que exigiu concurso no INSS por acordo de metas com o governo.

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Publicado em:26/11/2020 às 15:20
Atualizado em:26/11/2020 às 15:20

Os futuros servidores que acompanham o noticiário do concurso INSS devem lembrar que em meados de 2019 a autarquia foi alvo de uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que pedia a contratação de 21 mil novos servidores. 

Recomendação essa que, após ser negada pelo Governo Federal, foi ajuizada. Porém, mais recentemente o MPF mudou seu posicionamento em relação à necessidade de um novo edital e isso tem sido alvo de críticas. 

A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenaps) e entidades filiadas vão entrar com requerimento questionando o órgão por trocar a ação que exigiu o concurso do INSS pelo acordo de metas com o governo.

É que este mês o MPF, junto com a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Instituto Nacional do Seguro Social, firmaram um acordo fixando prazos e metas para a análise dos pedidos, porém sem cobrar a realização de concurso. 

A mudança na postura é radical, na visão dos sindicalistas. Bem diferente daquela adotada no ano passado, ainda na gestão de Raquel Dodge, quando a investigação expôs, em 52 páginas, a necessidade urgente de realização do concurso para admissão de 21 mil servidores.

“Há uma evidente contradição entre as duas decisões, sendo que sem a realização de concurso não há como cumprir as metas e prazos estabelecidos no termo de acordo (que, para entrar em vigor, depende, ainda da homologação do Supremo Tribunal Federal – STF). Isto porque há um enorme déficit de pessoal que é a causa do represamento de processos no INSS, prejudicando milhares de segurados que ficam meses aguardando pela concessão do benefício.”

A declaração é do diretor da Fenasps, Moacir Lopes. Em conversa com a Folha Dirigida nesta sexta-feira, 27, ele informou que o questionamento será levado ao MPF no início da próxima semana. Uma reunião com representantes do Governo está marcada para o dia 1º de dezembro.

ATUALIZAÇÃO: a reunião que seria realizada na terça-feira foi adiada para 9 de dezembro.

INSS
INSS já demanda mais de 21 mil servidores
(Foto: Victor Soares/ Previdência Social)

Acordo para reduzir filas do INSS poderá prejudicar servidores

Não é de hoje que os servidores do INSS acusam a gestão de cobrar metas abusivas e até assédio moral. E com o novo acordo feito com o MPF e a AGU a categoria teme que o cenário fique ainda pior. 

“O termo de acordo, ao estabelecer prazos humanamente impossíveis de cumprir sem a admissão de pessoal, vai impor um regime de escravidão aos servidores que, para respeitá-los teriam que trabalhar em fins de semana, feriados e numa jornada de mais de 12 horas por dia”, frisou o dirigente da Fenasps. 

A categoria também critica o fato de que desde que Augusto Aras assumiu a PGR, em setembro de 2019, não se tem notícia de nenhuma cobrança da PGR para que a ação fosse cumprida. 

“O governo não apenas não atendeu às exigências da ação, como, em 16 de novembro de 2020, assinou acordo com a PGR e o INSS, estabelecendo metas e prazos para a concessão de benefícios, sem tocar, uma linha sequer, no concurso público”, destaca nota no site do Sindsprev RJ.

Como acordo, serão adotados novos prazos para a análise dos pedidos feitos pelos segurados: no caso de auxílio-doença, até 45 dias; para pensão por morte, 60 dias; e para salário-maternidade, até 30 dias; e perícias médicas até 45 dias após o agendamento.

Concurso INSS somente a partir de 2022

Este ano o INSS informou que não enviou uma nova demanda por concurso para os cargos de técnico e analista ao Ministério da Economia, porque vai realizar um redimensionamento do quadro de pessoal até 2021.

Só então, um pedido de autorização para o próximo edital da área administrativa será encaminhado à pasta, de modo que ele poderá sair a partir de 2022.

Já em relação a médico perito, carreira que desde o ano passado faz parte da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, um pedido foi encaminhado. Mas igualmente depende do aval da Economia.

Em 2018, quando foi feito o último pedido de concurso pelo INSS, a demanda pleiteava o preenchimento de mais de 10 mil vagas nas três carreiras. 

TÉCNICO ANALISTA MÉDICO PERITO
- Escolaridade: nível médio
- Nº de vagas do último pedido: 3.984
- Remuneração: R$5.186,79 
- Escolaridade: nível superior
- Nº de vagas do último pedido: 1.692 vagas
- Remuneração: R$R$7.659,87 
- Escolaridade: nível superior em Medicina 
- Nº de vagas do último pedido: 2.212
- Remuneração: R$12.683,79

 

O último concurso para peritos do INSS foi realizado em 2011, com 375 vagas. A seleção foi composta de provas objetiva e de títulos.

Na primeira foram 30 questões sobre Conhecimentos Básicos (Português, Ética no Serviço Público, Noções de Direito Constitucional e Noções de Direito Administrativo) e 50 de Conhecimentos Específicos. 

Já para técnicos e analista o concurso anterior foi em 2015 com 950 vagas. 

Os candidatos a técnico foram avaliados por meio de prova objetiva com 120 questões. Para analistas foram cobradas as disciplinas de Português, Raciocínio Lógico, Noções de Informática, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Legislação Previdenciária, Legislação da Assistência Social, Saúde do Trabalhador e da Pessoa com Deficiência.

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