Golpe da 3ª parcela do auxílio emergencial circula pelas redes
Cronograma da 3º parcela deve ser anunciado na segunda-feira, 8
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Publicado em:05/06/2020 às 14:00
Atualizado em:05/06/2020 às 14:00
Uma notícia publicada no Jornal Extra Online aponta que circula pelo WhatsApp e nas redes sociais um link que promete a liberação da terceira parcela do auxílio emergencial de R$600. No entanto, cronograma ainda não foi divulgado pelo governo e deve ser anunciado na próxima segunda, 8.
Segundo técnicos do Ministério da Cidadania, o calendário será semelhante ao da segunda parcela, com a separação das datas entre os públicos beneficiados para evitar filas e aglomeração de pessoas nas agências da Caixa Econômica Federal.
Não é a primeira vez que golpes relacionados ao pagamento do auxílio emergencial são disseminados em redes sociais. Em abril, a equipe do dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, identificou um site com cadastro falso para o recebimento do auxílio.
Segundo o dfndr lab, desde março, foram detectadas que mais de 13 milhões pessoas compartilharam e acessaram esse golpe.
Em publicação divulgada no Twitter, o governo federal faz um alerta sobre mensagens que prometem o desbloqueio imediato do auxílio emergencial. De acordo com o post, a Caixa, responsável pelo pagamento do benefício, não envia links por redes sociais referentes à liberação do pagamento.
De acordo com o governo federal, em caso de dúvidas sobre o auxílio emergencial, os interessados podem consultar o aplicativo CAIXA | Auxílio Emergencial, o site auxilio.caixa.gov.br ou entrar em contato por meio da central telefônica 111.
FOLHA DIRIGIDA entrou em contato com o dfndr lab afim de esclarecer o novo golpe. De acordo com a assessoria da instituição, é possível que o golpe antigo tenha mudado a abordagem, mas a hipótese não pode ser confirmada sem que a equipe tenha acesso ao link malicioso. Confira:
"Segundo os especialistas, não houve um novo golpe relacionado ao auxílio do governo nos últimos tempos, como este da 3ª parcela. O que é possível que tenha ocorrido é que um dos golpes antigos mudou sua abordagem, mas é apenas uma hipótese que não temos como afirmar sem ver o link malicioso específico. Outra possibilidade é que este novo golpe ainda tenha pouquíssimos acessos, e, por isso, ainda não tenhamos tido visibilidade sobre ele."
Como funciona os golpes compartilhados pela rede?
Ainda de acordo com o laboratório, ao acessar um desses links o usuário é incentivado a responder algumas perguntas criadas para dar veracidade ao golpe, como "Você é beneficiário do Bolsa Família?". Após respondê-las, o usuário é induzido a compartilhar o link com contatos ou grupos para ter acesso ao falso benefício, tornando-se assim um vetor de disseminação da fraude.
Após o compartilhamento, o usuário é direcionado a uma página para fornecer seus dados pessoais, ou até mesmo visualizar publicidades, o que torna o golpe extremamente lucrativo ao atacante.
"Para tornar o ataque mais verídico, alguns golpes se aproveitam de ações reais que grandes empresas e o governo estão realizando para enfrentar o Coronavírus, como a doação de álcool em gel e pagamento de benefícios à população. E a tendência é que o número de ataques e de vítimas aumente nos próximos dias, principalmente em decorrência do agravamento da situação do país neste momento de crise", explica Emilio Simoni, diretor do dfndr lab.
Dentre as consequências para quem clica em links falsos, Simoni destaca o registro do celular em serviços pagos de SMS, roubo de credenciais de redes sociais e e-mail, ou a instalação de um aplicativo malicioso, além de prejuízos financeiros que podem ocorrer.
Auxílio emergencial: Maia defende mais duas ou três parcelas de R$600
Sancionada em abril, a lei do auxílio emergencial prevê o pagamento dos R$600 (R$1.200 para mães solos) em três parcelas. Com a aproximação do fim da vigência da lei, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu que o governo encaminhe uma proposta de prorrogação do benefício.
Maia disse que tem conversado com diversos parlamentares sobre assunto e vê a necessidade de mais duas ou três parcelas no mesmo valor atual. Já o governo avalia que o benefício seja pago por mais dois meses no valor de R$300.
Em razão da importância do programa, Maia destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo, a equipe econômica precisa ter uma posição oficial para que o debate seja feito de forma transparante pelos parlamentares.
“Ninguém nega o impacto nem a necessidade, nem o governo. Agora, se o impacto é grande, vamos tentar criar soluções no Orçamento para ver se tem algum espaço para construir uma solução para manutenção dos R$ 600 por mais 60 dias, pelo menos”, destacou.
Maia reafirmou a importância de se manter um diálogo com o Executivo, a fim de encontrar uma solução de forma coletiva. Além disso, ele explicou também que a iniciativa de estender o benefício pode vir do Congresso, mas o ideal é que o texto venha do governo.
“[Defendo] Que o governo faça esse debate de forma oficial para que a equipe econômica e todos os técnicos mostrem o tamanho dessa despesa que está sendo criada. Nós ainda entendemos que ainda teremos algum período de queda da economia nos próximos meses”, afirmou.