Pequeno e médio negócio de bairro se destacam na pandemia
No Rio, 81,9% dos consumidores priorizaram o comércio de bairro
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Publicado em:29/06/2020 às 13:00
Atualizado em:29/06/2020 às 13:00
A pandemia provocou o fechamento de muitas empresas e comércio devido à adoção da quarentena em maior parte das cidades brasileiras. Entretanto, alguns setores viram seus negócios ganharem força mesmo com as medidas de isolamento social.
Neste caso, pode-se dizer que o comércio de bairro foi mais valorizado pelos fluminenses. Isso porque, segundo pesquisa realizada pelo instituto Fecomércio (Ifec RJ), durante a quarentena, 81,9% dos consumidores entrevistados priorizaram esse tipo de comércio.
“A pandemia praticamente obrigou os consumidores a olharem para os estabelecimentos comerciais do seu bairro, uma vez que o isolamento social fez com que permanecêssemos por mais tempo nas nossas casas. Desta forma, passamos a consumir em estabelecimento em que não consumíamos antes”, destaca João Gomes, diretor do IFec RJ.
A melhor parte da notícia para os pequenos empreendimentos de bairros é que a maioria (82,2%) desses consumidores pretendem continuar priorizando o comércio local mesmo com o final do isolamento social.
Quando se fala em compras pela internet, o consumidor fluminense também está bem adaptado à nova realidade. Conforme o levantamento, 81,8% das pessoas aprovam a experiência, sendo que 11,3% iniciaram-se no e-commerce somente a partir do distanciamento social.
Entre os produtos mais procurados nas compras pela internet, a partir do isolamento, eletrônicos (28,4%), alimentos e bebidas (27%) e artigos de farmácia e médicos (20,8%) lideram a lista.
Após a crise, pequenos negócios terão que adotar novas medidas
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, participou recentemente de um debate sobre gerenciamento de finanças de negócio, promovido pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN). O objetivo era definir estratégias para vencer as dificuldades que os pequenos negócios atravessam em meio à crise provocada pelo novo Coronavírus.
Para Melles, os caminhos para os pequenos negócios é a digitalização, investimentos em educação empreendedora e melhoria da gestão:
“Tenho muita preocupação, pois as micro e pequenas empresas são as que mais empregam e as que menos desempregam. São os salões de beleza, os mercadinhos dos bairros, as pequenas lojas que têm encontrado bastante dificuldade no acesso a crédito. No momento em que elas mais precisam, batem com a cara na porta”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente, o Sebrae vem buscando parcerias com as chamadas empresas-âncoras, que são aquelas que recebem recursos do BNDES e disponibilizam aos pequenos negócios. Já foram feitos acordos com empresas como o Magazine Luiza, a fábrica Malwee, o Armazém Martins e as lojas Renner, cujas plataformas de vendas podem ser utilizadas pelas pequenas empresas.
O Sebrae também busca linhas de crédito para as micro e pequenas empresas. Para isso, trabalha, colocando o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) como avalista.