PL que reserva 10% das vagas para indígenas avança na Câmara

Projeto de lei para cota de 10% das vagas para indígenas em concursos públicos avança na Câmara dos Deputados. Confira!

Política e Concursos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:08/09/2023 às 10:39
Atualizado em:08/09/2023 às 10:39

O projeto de lei que reserva aos indígenas 10% das vagas em todos os concursos públicos do país, sem prejuízo as outras cotas já existentes, teve avanços na Câmara dos Deputados. A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais aprovou o texto. 


Agora, o projeto será analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Educação e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se aprovado, seguirá para o Senado Federal. 


De acordo com o projeto de lei, a reserva de vagas aos indígenas será aplicada a concursos públicos com três ou mais vagas oferecidas e deverá estar especificada no edital. 

“Consideramos esse percentual [10%] capaz de ampliar ao longo do tempo a participação de indígenas em cargos públicos e compensar o déficit construído desde a criação do Estado brasileiro”, avalia o relator, deputado Chico Alencar (Psol-RJ).

O texto foi aprovado na forma de um substitutivo de Chico Alencar ao Projeto de Lei 4386/19, do deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE), e apensados.  


No texto original, as cotas para indígenas valeriam apenas para concursos públicos para professores da educação básica. A proposta insere a medida na Lei de Cotas no Serviço Público.


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PL prevê cota obrigatória para indígenas em concursos

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Governo Federal elabora nova Lei de Cotas para concursos

O Executivo trabalha em uma proposta de renovação das cotas em concursos federais e processos seletivos simplificados. Folha Dirigida por Qconcursos teve acesso à minuta do Projeto da Lei de cotas, que será encaminhado ao Congresso Nacional.


Segundo o texto, que ainda está em elaboração, a reserva mínima será de 34% para cotas. Esse quantitativo será distribuído da seguinte forma:

  • 30% para pessoas negras;
  • 3% para indígenas; e
  • 1% para quilombolas.

O projeto de lei amplia a reserva de vagas para negros, que atualmente é de 20%, e torna obrigatória também cotas para indígenas e quilombolas.


Se aprovada, a Lei será aplicada aos órgãos da Administração Federal direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.


Dentro da cota para negros, a proposta do Governo Federal é que metade das vagas (50%) seja preenchida por mulheres negras.


Na hipótese de não haver número suficiente de mulheres negras, as vagas remanescentes serão revertidas aos demais candidatos negros aprovados. 


A reserva de vagas para negros, indígenas e quilombolas será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas no concurso público ou no processo seletivo simplificado for igual ou superior a dois.


Vale mencionar que o PL de Cotas não inclui as pessoas com deficiências (PcDs), cuja reserva é de até 20%, conforme a legislação atual.

Concurso Funai terá até 30% das vagas para indígenas

Já está confirmado que o novo concurso para Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) terá reserva de até 30% das vagas para indígenas. É o que determina a Medida Provisória 1.181 de 18 de julho deste ano. 


A MP diz que serão reservadas aos indígenas de 10% a 30% das vagas dos concursos para a Funai. Isso sem prejuízo às demais cotas previstas na legislação para outros grupos vulneráveis (negros e pessoas com deficiência).


Com a MP, o Executivo Federal já garante que a cota para indígenas seja aplicada no próximo concurso da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, que tem edital previsto para este ano.


O novo concurso para Funai foi autorizado em maio deste ano. O aval é para preenchimento de 502 vagas imediatas, sendo 152 para cargos de nível médio e 350 para cargos de nível superior. Veja a distribuição:

  • nível médio: agente em indigenismo (152 vagas e remuneração prevista de R$5.349,07); e
  • nível superior: administrador (26), antropólogo (19), arquiteto (uma), arquivista (uma), assistente social (21), bibliotecário (seis), contador (12), economista (24), engenheiro (20), engenheiro agrônomo (31), engenheiro florestal (duas), estatístico (uma), geógrafo (quatro), indigenista especializado (152), psicólogo (seis), sociólogo (12), técnico em assuntos educacionais (duas) e técnico em comunicação social (dez).

Para nível médio, a remuneração será de R$6.633,51. Já para nível superior, de R$7.954,37. Os valores incluem os vencimentos básicos atuais, gratificações e o auxílio-alimentação de R$658.


De acordo com a portaria autorizativa do concurso, a Funai tem 180 dias, a partir de 5 de maio, para publicar o edital. Assim, o edital deverá ser disponibilizado até o dia 29 de outubro. Já as provas deverão ser aplicadas dois meses após a publicação, ou seja, até dezembro.


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