Auxílio emergencial: Bolsonaro cogita 4ª parcela, mas inferior a R$600

O presidente disse que valor está em análise pela equipe econômica

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Publicado em:29/05/2020 às 03:24
Atualizado em:29/05/2020 às 03:24

Com um valor reduzido, o auxílio emergencial poderá ter uma quarta parcela, segundo afirmação do presidente Jair Bolsonaro, durante live nas redes sociais, nesta quinta-feira, 28. 

"Nós já estudamos uma quarta parcela com o Paulo Guedes. Está definindo o valor, para ter uma transição gradativa e que a gente espera que a economia volte a funcionar", declarou o presidente.

Atualmente, em R$ 600, o benefício já foi pago a 59 milhões de trabalhadores informais, desempregados, mães solteiras chefes de família, microempreendedores individuais e integrantes do Bolsa Família, segundo a Caixa Econômica Federal.

O programa, inicialmente, prevê o pagamento de três parcelas, e, cada parcela tem um custo de R$48 bilhões aos cofres públicos, conforme o governo federal.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a permanência por mais tempo do pagamento do auxílio emergencial, entretanto, sem alterar o valor de R$ 600.

Ainda nessa quinta-feira, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior falou sobre uma nova parcela, mas que o programa é “muito caro” e pode sofrer redução no valor. 

Já a autora do projeto que visa prorrogar o auxílio, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), questionou se o governo propõe a redução para R$200. 

"Uma prorrogação, por exemplo, de R$ 200 vai implicar um custo, por mês, de aproximadamente R$ 17 bilhões. Portanto, nós estamos com atenção e queremos, com a cada movimento, dar prioridade às camadas mais vulneráveis, aos segmentos mais vulneráveis da população", apontou o secretário.

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Em transmissão pela internet, presidente fala em quarta parcela
do auxílio emergencial (Foto: Reprodução)

 

Milhares de pessoas receberam auxílio indevidamente

Segundo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, pelo menos 160 mil pessoas receberam de forma indevida o auxílio emergencial. Nessa lista de beneficiados há sócios de empresas, donos de carros de luxo, proprietários de embarcações e pessoas com casa no exterior.

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A CGU está cruzando uma série de dados em busca de fraudes. Rosário contou que a pasta vai divulgar o número total de benefícios irregulares, além dos valores pagos. O objetivo é cortar os pagamentos indevidos, conforme forem sendo descobertos.

"São várias trilhas de verificação. Estamos verificando sócios de empresas que possuem empregados cadastrados e estão recebendo o auxílio. São 74 mil pessoas nessa situação. Proprietários de veículos acima de R$ 60 mil e que recebem benefício de R$ 600. Doadores das últimas campanhas que doaram mais de R$ 10 mil, como pessoa física, e estão recebendo. Só nessa situação são 86 mil pessoas. Proprietários de embarcações, pessoas com domicílio fiscal no exterior e estão cadastradas para receber o beneficio", explicou o ministro.

Rosário contou que também foram identificados presidiários recebendo o benefício. No início do mês, o Ministério da Defesa informou que havia indícios de que militares receberam indevidamente o auxílio.