Denominada “Operação Sem Desconto”, a ação foi deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com a Polícia Federal, e revelou um esquema que envolvia descontos indevidos em benefícios pagos a aposentados e pensionistas, direcionados a entidades como associações e sindicatos, sem a devida autorização dos segurados.
A gravidade do caso levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que havia sido nomeado para o cargo em julho de 2023 pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, seu aliado político.
Nos últimos dias, o ministro Carlos Lupi também deixou o comando da pasta da Previdência. Ele, que ocupava o cargo desde o início do atual governo, decidiu se afastar após os escândalos revelados durante sua gestão.
"Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade", disse Lupi pelas redes sociais.
Diante desse cenário de instabilidade e das muitas incertezas dentro da autarquia, os candidatos que aguardam ansiosamente por uma vaga começam a se questionar: o novo concurso do INSS pode sofrer atrasos?
Afinal, as vagas prometidas para a autarquia serão de fato autorizadas? A troca no comando da Presidência do INSS e do Ministério da Previdência Social pode impactar diretamente a realização de um novo concurso público?
Essas dúvidas se intensificam à medida que a crise se desenrola e o governo busca restabelecer a confiança na instituição.
A expectativa de um novo edital continua alta, principalmente diante da defasagem no quadro de servidores e da demanda crescente por atendimentos, mas o momento é de cautela.
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Em crise por causa de um esquema de fraudes, INSS pode ter atraso no concurso
(Foto: Divulgação)
O que diz o INSS sobre o assunto?
A reportagem do Qconcursos Folha Dirigida chegou a questionar o INSS, nas últimas semanas, sobre os impactos da crise atual na realização do concurso previsto, que deve ofertar vagas para o cargo de analista do seguro social.
A autarquia, no entanto, não respondeu aos questionamentos, assim como o Ministério da Previdência Social.
Nesta quarta-feira, 14, porém, um novo contato foi feito com o INSS, que retornou com uma resposta — como era esperado — bastante cautelosa.
"Entendemos a importância da demanda solicitada, mas neste momento se faz prioridade o tratamento de informações sobre a pauta de descontos associativos nos benefícios do INSS", diz o INSS.
Dessa forma, entende-se que, atualmente, a principal preocupação da autarquia tem sido enfrentar a crise e buscar soluções para o caos instaurado.
Atualmente, o governo federal e o INSS atuam para garantir a restituição dos valores descontados indevidamente nos contracheques de milhões de beneficiários.
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Como a troca de presidente e de ministro pode impactar o concurso?
A gestão anterior demonstrava grande atenção à reposição de pessoal. Tanto o ex-presidente Alessandro Stefanutto quanto o ex-ministro Carlos Lupi se manifestaram publicamente a favor da realização de concursos.
Stefanutto, inclusive, defendeu em diversas ocasiões o aumento de vagas no concurso para técnico do Seguro Social (nível médio), enquanto o edital ainda estava vigente. Ele foi peça fundamental para a convocação de mais aprovados.
O mesmo ocorreu com o ex-ministro Carlos Lupi, que também se posicionou de forma favorável sempre que questionado sobre concursos, convocações de excedentes ou reajustes salariais para os servidores do INSS.
Lupi, inclusive, foi o responsável por pressionar o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) para obter a autorização do concurso do Ministério da Previdência Social (MPS), com vagas para o cargo de perito do INSS — seleção já autorizada e em andamento.
Além disso, ele anunciou recentemente que está no radar da pasta uma nova autorização para o concurso de analistas do INSS, edital bastante aguardado pelos candidatos.
Após essa declaração, cresceu a expectativa entre os concurseiros, especialmente após a autarquia confirmar o interesse em abrir mil vagas para o cargo.
A troca de comando não deve, necessariamente, impactar o andamento do concurso, principalmente se as negociações com o MGI já estiverem avançadas. Porém, como adiantado pelo próprio INSS, essa não deve ser a prioridade no momento.
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MGI prevê novo concurso INSS
A boa notícia é que, no último dia 28 de abril, durante o anúncio do novo Concurso Nacional Unificado (CNU), a ministra Esther Dweck deu a entender que a autorização para um novo concurso do INSS está próxima.
"A gente terá também alguma coisa na área de previdência, provavelmente, do INSS", disse Esther.
A diretora do Departamento de Provimento e Movimentação do MGI, Maria Aparecida Chagas Ferreira, confirmou ao Qconcursos Folha Dirigida que a nova autorização deverá contemplar cargos de nível superior.
"A gente está trabalhando com o INSS", informou Maria Aparecia Chagas.
A diretora do MGI confirmou que o pedido para um novo concurso do INSS já está sob análise da equipe técnica do ministério. No entanto, ainda não há uma previsão definida para a concessão da autorização oficial.
Com o aval, o INSS poderá avançar para a fase seguinte, que envolve os procedimentos administrativos necessários à realização do concurso. Confira aqui os detalhes!
Uma comissão será formada e encarregada de conduzir o processo de escolha e contratação da banca organizadora.
Somente após a assinatura do contrato entre o INSS e a instituição selecionada será possível publicar o edital com todos os detalhes da seleção.
Inicialmente, Lupi indicou a publicação do edital até julho. Para que esse prazo se cumpra, a autorização e a definição da banca precisarão ocorrer dentro de, no máximo, 60 dias.
Quando ganha o analista do INSS?
Conforme dados do Governo Federal, a jornada de trabalho do aprovado no concurso do INSS como analista pode variar entre 30 e 40 horas.
O salário é composto pela soma do vencimento básico, que é de R$1.820,06 para 40 horas e R$811,58 para 30 horas, com as gratificações de Atividade Executiva (GAE), no valor de R$1.731,30 para 40 horas e R$1.298,53 para 30 horas.
Além do Desempenho de Atividades do Seguro Social (GDASS), que corresponde a R$3.776,80 para 40 horas e R$1.298,53 para 30 horas.
Dessa forma, a remuneração inicial do aprovado pode chegar a R$7.850,16 para jornada de 40 horas e a R$5.886,91 para 30 horas. Ao final da carreira, os ganhos ainda podem ultrapassar os R$12 mil.
O último concurso público para a carreira de analista do seguro social, com exigência de formação em Serviço Social, foi realizado em 2015. Na ocasião, foram ofertadas 150 vagas e o Cebraspe foi a banca responsável.
