Ministério da Saúde reabrirá inscrições para 4.117 vagas em agosto

Após cancelar seu último processo seletivo, Ministério da Saúde pode reabrir seleção para o preenchimento de 4.117 vagas em agosto. Entenda!

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Publicado em:28/07/2020 às 13:47
Atualizado em:28/07/2020 às 13:47

Sem concurso, Ministério da Saúde deverá reabrir o seu processo seletivo para temporários. Divulgada em maio deste ano, a seleção, com 4.117 vagas temporárias, foi suspensa e deverá ser reaberta em agosto. 

A informação foi passada, no último dia 23 de julho, pelo coordenador-geral de gestão de pessoas do Ministério da Saúde, Ademir Lapa, em reunião com dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Rio (Sindsprev/RJ).

Segundo Ademir Lapa, as inscrições serão reabertas no período de 10 a 21 de agosto, com previsão de finalizar todo o processo até setembro. Serão oferecidas as mesmas 4.117 vagas divulgadas em maio.

No entanto, profissionais cujos contratos foram renovados ou cancelados poderão participar em pé de igualdade com os demais candidatos. Os salários propostos serão aqueles anteriormente definidos para a seleção cancelada. Confira aqui o edital divulgado em maio!

Apesar da previsão do sindicato e da informação do coordenador-geral, o Ministério da Saúde ainda não confirmou, oficialmente, a reabertura do processo seletivo, assim como o cancelamento da seleção de maio. Vale lembrar que o processo anterior não teve cobrança de taxa.

Ministério da Saúde abrirá mais de 4 mil vagas temporárias (Foto: Divulgação)
Sem concurso, Ministério da Saúde retomará seleção para temporários
(Foto: Divulgação)

Suspensão ocorreu após renovação de contratos

Em junho, uma manifestação na porta do Hospital Federal dos Servidores, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, sindicato e servidores da saúde protestaram contra desligamentos de profissionais.

Os contratos desses servidores foram encerrados no final de maio. Porém, no dia 28, foi publicada uma Medida Provisória para prorrogar por seis meses a contratação de 3.592 profissionais nas unidades de Saúde. Apesar do ato, 400 funcionários foram desligados de suas funções.

Em resposta à FOLHA DIRIGIDA nesta terça-feira, 28, o Sindsprev/RJ informou que, devido à prorrogação dos contratos, o Ministério optou por cancelar o processo seletivo divulgado em maio.

No último dia 24 de julho, a MP que estendeu os contratos dos profissionais temporários de saúde, que atuam nos seis hospitais federais localizados no Estado do Rio de Janeiro, foi prorrogada novamente pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

A renovação atinge os contratos firmados a partir de 2018 e não pode ultrapassar a data de 30 de novembro de 2020. Apesar disso, o sindicato confirma que o Ministério da Saúde reabrirá a seleção de maio, com 4.117 vagas - número ainda abaixo do esperado pela categoria.

"Ainda é pouco, porque o número de funcionários que nós precisamos na rede hoje chega a, aproximadamente, 10 mil", diz o sindicato.

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Saiba como será a seleção do Ministério da Saúde

Em maio, o Ministério da Saúde divulgou o edital com 4.117 vagas para os hospitais federais do Rio de Janeiro. Esta seleção deve ser reaberta em agosto, com os mesmos critérios antes publicados.

As oportunidades a serem abertas devem continuar sendo para as seguintes unidades hospitalares federais do Rio de Janeiro:

  • Hospital Federal do Andaraí (HFA);
  • Hospital Federal de Bonsucesso (HFB);
  • Hospital Federal da Lagoa (HFL);
  • Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE);
  • Hospital Federal de Ipanema (HFI);
  • Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF);
  • Instituto Nacional de Cardiologia (INC);
  • Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO); e
  • Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).

 

O contrato de trabalho terá validade de seis meses, podendo ser prorrogado por até dois anos, conforme a situação de calamidade pública provocada pela pandemia da Covid-19 (Coronavírus).

Quem tem ensino médio completo poderá se candidatar a atividades de suporte em gestão e manutenção hospitalar (nível intermediário). Os vencimentos serão de R$1.700 para 40 horas de trabalho por semana. 

Para aqueles que, além do nível médio, têm formação técnica em Enfermagem, as oportunidades serão para técnico de enfermagem. Os salários serão de R$2.000 para jornada de 40 horas.

No nível superior, a seleção para o Ministério da Saúde contará com vagas temporárias para médicos 24 horas, com remuneração de R$11 mil, além de: enfermeiro e atividades de gestão e manutenção hospitalar (para graduados). Nesse caso, os ganhos serão de R$3.500 e R$3.000, respectivamente. 

Confira o número de vagas para cada função

Médico 1.137 vagas
Enfermeiro 996 vagas
Atividades de gestão e manutenção hospitalar (nível superior) 604 vagas
Técnico de enfermagem 865 vagas
Atividades de gestão e manutenção hospitalar (nível médio) 515 vagas

 

A seleção para o Ministério da Saúde acontecerá por meio de análise curricular e os candidatos aprovados serão convocados via e-mail cadastrado no ato da inscrição.

Resumo Ministério da Saúde

  • Órgão: Ministério da Saúde
  • Vagas: 4.117
  • Cargos: atividades de suporte em gestão e manutenção hospitalar (níveis médio e superior); técnico de enfermagem, médico 24h e enfermeiro
  • Requisitos: níveis médio, técnico e superior
  • Salários: R$1.700 a R$11.000
  • Inscrições: 10 a 21 de agosto (previsão)

'Economia proíbe concurso', diz Mandetta

No dia 15 de junho, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a falar sobre a dificuldade para realizar um novo concurso Ministério da Saúde. As declarações foram dadas em uma participação no UOL Entrevista, que contou com o colunista Tales Faria.

Mandetta deixou a pasta em abril deste ano, em meio à pandemia do novo Coronavírus, após divergências com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Em junho, ele falou sobre a necessidade de renovar a força de trabalho no Ministério da Saúde.

Segundo ele, há muitos anos, o pessoal do planejamento (atual Ministério da Economia) proíbe concurso e atrativo para que a pessoa se dedique à saúde pública no Ministério da Saúde.

"Temos técnicos com 30, 40 anos de Ministério, que são o que temos de melhor da época que tinham concursos. Depois, temos um número muito grande de bolsistas, que têm vínculos temporários que são renovados e acabam tendo dez, 15 anos de Ministério. A maioria dos bolsistas não tem estabilidade nenhuma. Está ali pelo que produz para o Ministério. Esses são os primeiros a sofrerem quando faz a retirada", disse Mandetta ao UOL.

Ainda segundo o ex-ministro, com a retirada destes profissionais, é preciso "colocar gente boa no lugar".

"No lugar do pessoal de 30, 40 anos, temos substituição de militares de carreira. Estou vendo perder o pessoal de maior experiência e muitos bolsistas. O tempo vai dizer", acrescentou o ex-ministro.

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Essa não foi a primeira vez que Mandetta falou sobre a necessidade de um concurso Ministério da Saúde. Em abril, enquanto ainda chefiava a pasta, ele reconheceu a necessidade de reposição de pessoal.

Segundo o ex-ministro, sem novos concursos para os hospitais federais do Rio de Janeiro, tais unidades estão "sucateadas de recursos humanos". Os servidores, segundo ele, têm idade avançada. Ao mesmo tempo, não há seleções em validade para que os aprovados possam suprir as carências a longo prazo.

"Antigamente nós tínhamos uma carreira para médicos e enfermeiros que trabalhavam nesse serviço público federal. Nesses 35 anos não foi feito mais concurso para o quadro desses hospitais. Essa força de trabalho foi ficando cada vez mais idosa", disse Mandetta em abril deste ano.

Na época, ao analisar o panorama nos hospitais federais do Rio, o então ministro foi enfático: o governo teria que escolher uma forma de repor a mão de obra, sendo por meio de concurso público ou processo seletivo para temporários.

"São hospitais que o Brasil vai ter que decidir: ou vai fazer novamente concurso público ou partir para uma contratação de terceirizados, organizações sociais. Mas, nós teremos que decidir porque naqueles hospitais, a grande maioria da força de trabalho está acima dos 50 anos", disse Mandetta na época.