Diversos analistas e especialistas em infraestrutura do Governo Federal se inscreveram no Concurso Nacional Unificado (CNU). Isso porque há cargos contemplados que oferecem salário inicial maior que o valor em final de carreira da infraestrutura.
Na visão do Sindicato Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (ANEINFRA Sindical), essa atitude pode ser interpretada como uma evasão dos servidores.
A carreira de infraestrutura enfrenta desafios, como a alta taxa de evasão para outras áreas do serviço público e para o setor privado. O que é agravado pela falta de novos servidores e pelo elevado número de licenças para tratar de interesses sociais.
Segundo a presidente do ANEINFRA Sindical, Valesk Rebouças, "toda carreira tem evasão, contudo, quando somamos todas as carreiras de gestão, não alcançam o número de evasões da carreira de infraestrutura".
Valesk pontuou que a tabela salarial da carreira de infraestrutura tem uma das menores amplitudes dentre as categorias que estão na mesa de negociação com o Governo Federal.
Enquanto outras carreiras do Ministério da Gestão e Inovação possuem uma amplitude salarial entre o início e o fim de carreira que supera 100%, os analistas de infraestrutura têm uma amplitude de apenas 38%.
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Diversos servidores se inscreveram no CNU em busca de melhores salários
(Foto: Agência Senado)
A evasão na carreira de infraestrutura foi abordada no dia 6 de junho, na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.
O evento foi promovido a pedido da deputada Erika Kokay (PT-DF), que se comprometeu a encaminhar um requerimento para que os representantes do governo prestem esclarecimentos sobre a situação da carreira de infraestrutura.
O Concurso Nacional Unificado oferece 6.640 vagas para diferentes carreiras, sendo 300 para analista de infraestrutura (AIE).
As remunerações, conforme o edital, são de R$14.323,80. Para se candidatar foi preciso ter o nível superior completo.
A situação de evasão de servidores não se restringe à carreira de infraestrutura. É o que aponta pesquisa elaborada pelo Departamento de Educação e Cultura (DEC) da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
Em um grupo de 589 servidores do Ministério da Cultura (MinC), 70% informaram que estuda para outros concursos e 75% se inscreveram no Concurso Nacional Unificado.
A Condsef reforçou que a evasão no poder Executivo Federal ocorre em função da falta de valorização do quadro funcional dos órgãos.
Segundo a confederação, dos 589 participantes, 93,4% informaram que permaneceriam no quadro do MinC caso as demandas dos servidores do órgão fossem atendidas pelo Governo Federal.
Situação semelhante também acontece no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um a cada seis servidores do último concurso Ibama, realizado em 2022, já abandonou seu posto para assumir cargo em outro órgão.
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O Concurso Nacional Unificado será composto por provas objetivas e discursivas. A aplicação será no dia 18 de agosto em mais de 200 cidades espalhadas pelo país.
As provas seriam realizadas no dia 5 de maio, mas foram adiadas em função do estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul pelas fortes chuvas.
De acordo com o Governo Federal, as provas serão as mesmas. Após a decisão do adiamento, todos os 18.757 malotes de prova foram recolhidos para um local seguro.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), organizador do concurso, informou que os candidatos não poderão solicitar a devolução da taxa. Também não está prevista a reabertura das inscrições.
Aqueles que desejam permanecer na disputa pelas vagas do CNU deverão acessar a página do concurso no dia 7 de agosto para consultar o novo Cartão de Confirmação de Inscrição (CCI).
O cartão trará as informações atualizadas sobre o local de aplicação das provas, com os horários e sala em que o concorrente deverá comparecer.
O MGI destacou que está trabalhando para a permanência dos locais de aplicação.
Há situações, entretanto, em que os locais podem ser alterados. Como, por exemplo, no Rio Grande do Sul, estado atingido por fortes chuvas e enchentes, desde o final de abril.
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Salário
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