Dia dos Pais: a importância do apoio familiar nos estudos
Neste dia dos pais, descubra como o apoio paterno pode ter um impacto significativo no desempenhos nos estudos para concursos.
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Publicado em:08/08/2020 às 06:00
Atualizado em:08/08/2020 às 06:00
Diversas evidências apontam que o apoio familiar influencia fortemente o desempenho de alunos nos estudos. E para os futuros servidores não é diferente.
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Esse suporte se torna ainda mais significativo quando vem de pessoas com quem temos laços. Como é o caso dos pais, cuja data é comemorada neste 9 de agosto.
Nesta dia dos pais, FOLHA DIRIGIDA conheceu a história de Jorge Moraes, policial militar do Estado do Rio de Janeiro, que viu seu filho seguir os mesmos passos. O esforço conjunto e o apoio tanto material quanto moral resultaram na aprovação do rapaz.
Mas afinal, até que ponto o apoio familiar e, principalmente, paterno pode influenciar nos resultados? A ausência dele pode trazer prejuízos? O que fazer quando não há esse apoio?
Se você tem o apoio do seu pai, saiba que isso pode, realmente, trazer benefícios grandiosos para a sua jornada. Mas se não é o caso, isso também não precisa ter um impacto negativo nos estudos, desde que saiba lidar com a ausência do apoio.
Para entendermos mais a respeito, FOLHA DIRIGIDA também conversou com Juliana Gebrim, psicóloga clínica e neuropsicóloga, a primeira especialista em concursos no Brasil.
'Filho de peixe, peixinho é'
Jorge Moraes é policial militar do Rio de Janeiro há 37 anos e, apesar das adversidades da profissão, viu seu filho querer seguir os mesmos passos desde muito novo. Aos cinco anos o pequeno já sabia o caminho que queria trilhar.
“Quando eu era subtenente, levava meu filho, que tinha cerca de 5 ou 6 anos de idade, para festas com meus amigos e ele sempre falava para eles que queria ser policial igual o pai. Eu fiquei observando, mas não interferi em nada.”
Apesar de para muitas crianças dessa idade ser comum sonhar com uma profissão e depois mudar de ideia, o filho de Jorge seguiu firme até atingir a idade para prestar o concurso PMERJ.
O pai conta que até o menino crescer evitou influenciar muito e esperou que ele tivesse consciência real da profissão. Mas ele se manteve firme. A partir desse momento entrou em ação o apoio paterno, que foi determinante para a aprovação do rapaz.
Ele estava desempregado na época do concurso, mas Jorge teve a oportunidade de bancar toda a parte da preparação que envolve gastos e não exitou. Mas ele salienta que o apoio psicológico e até espiritual também tiveram grande peso.
“Coloquei no cursinho, dei todo o apoio moral e psicológico necessário, ajudava de todas as formas que eu podia. (...) E eu tenho plena certeza que esse apoio fez toda a diferença para ele.”
O resultado veio já no primeiro concurso prestado pelo rapaz, que foi aprovado nas provas teóricas, práticas e todos os exames. Hoje, enquanto o pai conclui o processo de aposentadoria, ele está na mesma corporação.
A importância do apoio familiar nos estudos para concursos
Psicóloga clínica e neuropsicóloga tem
20 anos de experiência (Foto: Divulgação)
A psicóloga Juliana Gebrim conta que existe um conceito na psicologia que se chama ‘rede social de apoio’.
E, de acordo com ela, existem evidências muito fortes de que quando existe essa rede o aluno fica mais equilibrado e isso influencia no processo de aprendizagem.
A família tem uma função fundamental de apoio, não só nos estudos mas também em outras áreas da vida, porque são as primeiras pessoas de quem se tem referência. São as primeiras pessoas na vida com quem construímos um tipo de relação.
“Isso é importante para a formação da nossa identidade quando somos pequenos, na adolescência. E claro que quando adultos isso ajuda muito na formação de várias questões.”
Por isso quando se fala em apoio paterno, é possível observar uma influência tão positiva no desenvolvimento das pessoas. Mas mesmo quando esse lado paternal não é tão presente, outros tipos de laços podem assumir o lugar.
No caso de Jorge, por exemplo, ele recebeu o apoio de sua mãe e de seus irmãos quando prestou o concurso PMERJ em 1983.
E até hoje, 37 anos depois, ele ainda tem memória muito viva do quanto esse suporte foi determinante para a sua aprovação nos exames.
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Como lidar com a ausência do apoio paterno
Como dito pela psicóloga Juliana Gebrim, o apoio familiar e paterno é, sim, de grande peso. Mas infelizmente nem todos o recebem. Por isso ela alerta: o suporte não é determinante.
“Há muita coisa que depende só do indivíduo. Não podemos pensar que pessoas que possuem um lar disfuncional, por exemplo, não poderão ter algum sucesso. Porque na realidade essas pessoas podem encontrar apoio dentro delas.”
Por isso os candidatos não devem ficar em uma busca incessante por apoio. “Tente fazer de apoio o seu conhecimento.”
Para Jorge Moraes, por exemplo, que teve o apoio em outras pessoas, mas cujo pai era indiferente à sua aprovação, ele direcionou a vontade para os estudos e focou no suporte que recebeu de outras pessoas.
“Àqueles que não têm esse apoio: nunca desistam. Continuem buscando seu sonho, independentemente de ter o apoio dos familiares ou não. Não olhe para as adversidades e saiba que isso depende muito mais de você mesmo.”
Apoio familiar pode ajudar nos estudos (Foto: Reprodução)
Como pais podem dar apoio a quem está estudando para concursos
Se você é pai de quem estuda para concurso ou conhece alguém que está passando por esse momento de preparação, a doutora Gebrim dá algumas dicas do que pode ajudar no apoio. E conta quais atitudes podem ser prejudiciais.
“A atitude é só uma: sempre mostrar para a pessoas que ela pode contar com você. Sem questionar ela, sem cobrar. Apenas dizer ‘qualquer coisa que você precisar, eu estarei aqui.’”
Por outro lado, existem pequenas atitudes que, por mais que pareçam inofensivas, podem deixar o futuro servidor mais ansioso ou menos confiante e, por isso, não são recomendadas.
“Um dos erros que os pais podem cometer é a cobrança excessiva, fazer questionamentos do tipo: ‘de quantos pontos você fez?’, ‘quando sai o resultado da prova?’ São questões que não convém fazer no momento. Se o candidato passar, pode ter certeza que ele vai avisar para você.”
São pequenos comentários que não contribuem para o desenvolvimento de quem está estudando. Além disso, compará-lo com outros que já passaram na prova, questionar por que ele está fazendo “muito curso ou estudando tanto”, também são comentários a serem evitados.
O policial militar Jorge Moraes sabia bem disso quando apoiou seu filho para ingressar na Polícia Militar. Por isso, simplesmente deu o suporte material e psicológico necessário, e confiou nos resultados do rapaz.
“É de muita importância (...) deixar ele (o estudante) com a cabeça tranquila para estudar e assimilar os estudos. Dê palavras de incentivo, diga que ele vai conseguir. Isso é fundamental para que seu filho sinta segurança no concurso que ele vai prestar. Evite criticar.”