Pandemia e home office: um ano desafiador para os estagiários
Neste Dia do Estagiário, conheça histórias de quem precisou se adaptar ao trabalho remoto
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Publicado em:18/08/2020 às 08:25
Atualizado em:18/08/2020 às 08:25
O estágio é um das principais portas de entrada para omercado de trabalho. É nesse momento que o estudante, até então inexperiente, poderá se desenvolver profissionalmente e colocar em prática todo o aprendizado adquirido na universidade.
Porém, 2020 não tem sido um ano fácil para ninguém, nem mesmo para os estagiários. Com a pandemia do novo Coronavírus e as medidas de isolamento social, muitas empresas precisaram repensar suas rotinas e o home office foi uma das soluções adotadas.
Neste Dia Nacional do Estagiário, conheça histórias de estagiários que precisaram se adaptar ao novo modelo de trabalho, como é o caso do José Henrique Brixius, estagiário da área de Melhoria Contínua da JTI, empresa internacional de tabaco.
Em março, após o primeiro dia de estágio, José soube que não voltaria à empresa no dia seguinte. Acontece que o seu trabalho passou a ter que ser realizado de casa e ele nem teve tempo de conhecer as pessoas da sua equipe.
“Essa é a minha primeira experiência trabalhando de casa. O que achei mais complicado foi o início, pois, como não conhecia as pessoas pessoalmente, tive que aprender suas formas de trabalhar e personalidades por meio de e-mails e reuniões virtuais”, analisa José.
Ele conta que, com os recursos oferecidos pela empresa e as ferramentas virtuais para a realização do trabalho, tem conseguido se adaptar. “Com o tempo, fui pegando as rotinas do trabalho, entendendo o que e como precisava ser feito e aprendendo a me relacionar com os colegas", ressalta.
Segundo José, o desafio do home office tem sido gerenciar o tempo. “Às vezes é complicado, pois, além do trabalho, tem as tarefas da casa, os cachorros latindo e isso acaba diminuindo a capacidade de focar em uma tarefa por muito tempo. Porém, me sinto mais criativo trabalhando em um ambiente mais aconchegante”, afirma.
Além disso, ele acrescenta que tem aproveitado para realizar os cursos e formações que a empresa disponibilizou para os colaboradores. Para Thiago Dotto, diretor de Pessoas e Cultura da JTI, o momento está sendo de muitas mudanças e aprendizados.
"Como para muitas empresas, é a primeira vez que estamos trabalhando com estágios nesse formato. Nossa principal preocupação é proporcionar os recursos necessários para que eles possam desenvolver suas atividades, receber as orientações necessárias, aprender novas habilidades e contribuir com a empresa”, conta o diretor.
A organização forneceu aos estagiários e demais colaboradores em home office, computadores, mouses, teclados, cadeiras e outros itens para que possam desenvolver suas atividades da melhor maneira possível, além de reforçar os canais de comunicação com orientações, dicas e sugestões para um bom desenvolvimento do trabalho.
Para se candidatar às vagas de estágio da JTI, é preciso realizar um cadastro no site jobs.jti.com. As oportunidades também são anunciadas no Instagram e Facebook da organização.
Para Ana Clara, o home office envolve descoberta, reinvenção e parceria
Ana Clara Porto é estagiário de treinamento na Total IP, empresa líder em soluções integradas de voz e e-mail. Assim como José, ela está, desde março, em home office. Para ela, a experiência é vista como algo que vai além da execução de tarefas.
"Já são quase 6 meses de home office e ainda aprendo algo novo todo dia. O home office vai além de sentar à mesa, ligar o computador e cumprir as 6 horas de estágio diárias. Envolve descobertas, poder de se reinventar e muita parceria", conta.
No início, a mudança acabou assustando Ana Clara, pois ela tinha acabado de chegar na empresa. O trabalho remoto trouxe um receio de não conseguir aprender e evoluir, mas logo isso foi superado.
"Tive receio de não manter uma boa curva de aprendizagem durante esse período, mas para minha surpresa todos os colegas de equipe se uniram e ajudaram muito para que ninguém sentisse dificuldade na realização das tarefas do dia a dia", explica.
Ela também relata que a empresa "forneceu bons equipamentos para o home office". Além disso, caso surja alguma dificuldade, há uma equipe de técnicos disponível para "solucionar nossos problemas".
"Estamos distantes fisicamente, mas conseguimos trabalhar de forma síncrona e contribuir para evolução profissional e pessoal de cada um, isso faz a diferença!", completa.
Guilherme sentiu falta do contato com os colegas e a estrutura do escritório
Para Guilherme Santos, estagiário de criação da Noticiando, a adaptação para o home office não foi fácil. Ele conta que, em relação ao modelo de trabalho presencial, ele observou, no início, duas grandes desvantagens.
"Duas das coisas nas quais eu senti maior desvantagem em relação ao formato anterior foram o contato com meus colegas de equipe e a qualidade ergonômica do novo ambiente de trabalho - eu não tinha um escritório em casa, propriamente dito", conta.
Para tornar o ambiente mais propício para o seu trabalho, o estagiário comprou uma cadeira ergonômica, improvisou um suporte para o notebook e arrumou um teclado extra. Segundo Guilherme, não demorou até que ele conseguisse enxergar as vantagens do home office.
Por não precisar dedicar um tempo com o trajeto de casa para o escritório e depois para a faculdade, ele conta que conseguiu "vislumbrar outras oportunidades", como o tempo maior de sono e a privicidade durante as suas atividades.
"Isso me impulsionou a fazer algumas experimentações técnicas nos materiais desenvolvidos, dessa maneira, pude atingir novos resultados posteriormente", relata.
Em relação ao contato com os colegas, "em alguns casos até se tornou mais íntimo, mesmo com a distância geográfica. Nesse sentido, acontece um encontro semanal, às sextas-feiras, durante nosso expediente e acaba por aliviar parte do estresse da semana e aumentar o dinamismo do time", explica.
"Portanto, o estímulo do meu gestor à nossa interação virtual, somado a todo o sistema de controle de horas para o trabalho remoto adotado pela empresa - inclusive, muito organizado - tornaram a atividade mais agradável. Ainda prefiro o estágio presencial, mas o home office tem funcionado para mim. Não tenho reclamações, em vez disso, muita gratidão", finaliza.
Gabriela começou o estágio já em home office
Diferente dos outros estagiários, Gabriela Zambello já foi contratada para iniciar suas atividades em home office, no setor de Contratos do Nube. Segundo ela, o estágio à distância não é a mesma de um trabalho presencial.
"A experiência é completamente diferente de quando se inicia no local de trabalho, porque você não tem aquele contato direto com a sua gestão e equipe". Gabriela também explica que o processo para sanar dúvidas se torna mais complexo.
"É um pouquinho mais difícil... quando você tem uma dúvida enquanto trabalha na empresa, você pode perguntar para alguém próximo. Agora, quando você tem uma dúvida no home office, é necessário chamar alguém no chat ou ligar para essa pessoa", relata.
Mas ela afirma que conseguiu contornar essas situações, pois a empresa "preza pelo bem estar dos funcionários, para que mesmo distantes consigamos ter a melhor experiência possível".
"Então, por conta disso, eu consegui aprender de forma fácil, com o treinamento que eles proporcionaram, e também criar um laço com a minha equipe", finaliza.