Em junho, 7,1 milhões de trabalhadores afastados ficaram sem renda
Dados foram divulgados nesta quinta-feira, 23, pelo IBGE
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Publicado em:23/07/2020 às 09:30
Atualizado em:23/07/2020 às 09:30
O auxílio emergencial e o benefício de preservação do emprego e da renda chegaram a 43% dos domicílios brasileiros no mês de junho. Ou seja, 29,4 milhões de lares foram beneficiados por recursos relacionados à pandemia. Atualmente, o país tem 68,3 milhões de domicílios.
Os números foram divulgados nesta quinta-feira, 23, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio, eram 26,3 milhões de domicílios, atingindo cerca de 38,7% do total.
A pesquisa ainda mostra que, entre os 83,4 milhões de trabalhadores do país, cerca de 14,8 milhões estavam afastados do trabalho. Entre esses, 7,1 milhões estavam sem remuneração, o que equivale a 48,4% dos trabalhadores afastados.
PNAD Covid19
O percentual de afastados por conta da pandemia caiu de 18,6% para 14,2% dos ocupados, de maio para junho, totalizando 11,8 milhões de pessoas. A Região Nordeste foi a que apresentou o maior percentual de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social (20,2%). Logo após vem a Região Norte, com 17,1%.
De acordo com a PNAD Covid19, em junho, 18,7 milhões de pessoas (27,3% da população ocupada), trabalharam menos do que a sua jornada habitual. Por outro lado, cerca de 2,6 milhões de indivíduos trabalharam acima da média habitual. Dessa forma, a média semanal de horas efetivamente trabalhadas (29,5h) no país ficou abaixo da média habitual (39,8h).
O semelhante aconteceu no rendimento efetivo dos trabalhadores (R$1.944), que ficou 16,6% abaixo do rendimento habitual (R$2.332). Em maio, essa relação era de R$18,5%.
Já a taxa de desocupação foi de 12,4% em junho, o que representa um aumento de 1,7 ponto percentual em relação ao mês de maio (10,7%). O número cresceu em todas as grandes regiões de maio para junho.
No Nordeste, por exemplo, passou de 11,2% para 13,2%; no Sudeste, de 10,9% para 12,9%; no Centro-Oeste, de 11,4% para 12,4%; no Norte, de 11,0% para 12,3%; e no Sul, de 8,9% para 10,0%.
7,1 milhões de brasileiros estavam sem remuneração em junho
(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Domésticos sem carteira têm maior taxa de afastamento durante pandemia
Os trabalhadores domésticos sem carteira estão entre as categorias de ocupação com maiores percentuais de pessoas afastadas devido à pandemia, representando 26,8%, em junho. Já os empregados do setor público sem carteira totalizam 24,4%, enquanto os empregados do setor privado sem carteira, correspondem a 17,3%.
Em relação aos grupamentos de atividade, o da Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou o menor percentual de pessoas afastadas (5,2%), enquanto Outros serviços (30,8%), Alojamento e alimentação (23,1%) e Serviço doméstico (22,9%) tiveram a maior proporção de pessoas afastadas do trabalho.
Cerca de 82,3% do total de ocupados (ou 68,7 milhões) não estavam afastados do trabalho em junho, contra 77,5% em maio. Entre os não afastados, 8,7 milhões trabalhavam de forma remota, o equivalente a 12,7% da população ocupada que não estava afastada.
O percentual de mulheres trabalhando remotamente (17,5%) superou o dos homens (9,4%). Entre as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação, 37,3% estavam trabalhando remotamente.
Os números foram muito baixos entre os sem instrução ou com fundamental incompleto (0,4%), bem como para o nível fundamental completo ou médio incompleto (1,4%). Para aqueles com médio completo ou superior incompleto o percentual ficou em 7,3%.