Em maio, desemprego sobe e atinge 12,7 milhões de pessoas
Menos da metade das pessoas em idade de trabalhar está ocupada
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Publicado em:30/06/2020 às 09:00
Atualizado em:30/06/2020 às 09:00
O IBGE divulgou nesta terça-feira, 30, novos dados sobre o desemprego no Brasil, por meio da PNAD Contínua - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. De acordo com o levantamento, a taxa de desocupação cresceu 1,2 ponto percentual.
Os números são do trimestre móvel encerrado em maio de 2020, em comparação ao mesmo trimestre de 2019. A população desocupada atingiu o número de 12,7 milhões de pessoas.
Ainda de acordo com o IBGE, o percentual de pessoas ocupadas na população com idade de trabalhar chegou a 49,5%. Pela primeira vez, desde o início da PNAD Contínua, em 2012, menos da metade dos jovens nesse grupo está ocupada.
Na prática, são 368 mil pessoas a mais procurando trabalho, em relação ao trimestre anterior. De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, os trabalhadores informais são os mais atingidos.
“É uma redução inédita na pesquisa e atinge principalmente os trabalhadores informais. Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais.”
Os trabalhadores informais somam os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e sem remuneração.
O número de empregados no setor privado sem carteira assinada, informa o IBGE, caiu 20,8%. Já os trabalhadores por conta própria diminuíram em 8,4%, ou seja, 2,1 milhões de pessoas.
Com isso, a taxa de informalidade caiu de 40,6% para 37,6%, sendo a menor desde 2016, quando o indicador passou a ser produzido. Mas essa queda não é exatamente positiva, explica a pesquisadora:
“Numericamente nós temos uma queda da informalidade, mas isso não necessariamente é um bom sinal. Significa que essas pessoas estão perdendo ocupação e não estão se inserindo em outro emprego. Estão ficando fora da força de trabalho.”
Pesquisa aponta 9,2 milhões de pessoas sem carteira assinada
Enquanto a desocupação atingiu 12,7 milhões de pessoas, a população ocupada caiu. São 85,9 milhões - 8,3% a menos em relação ao trimestre anterior. Ou seja, queda de 7,8 milhões de pessoas.
Se comparado ao mesmo trimestre de 2019 (março a abril daquele ano), a queda é de 7,5%. O que representa 7 milhões de pessoas a menos. Ambas as quedas foram recordes da série histórica.
População ocupada - 85,9 milhões Desempregados - 12,7 milhões
Entre os que estão empregados, o número de pessoas com carteira de trabalho assinada no setor privado também diminuiu, ficando em 31,1 milhões de trabalhadores.
Esse é, de acordo com o IBGE, o menor nível da série, sendo 7,5% abaixo (-2,5 milhões de pessoas) do trimestre anterior e 6,4% abaixo (-2,1 milhões de pessoas a menos) do mesmo período de 2019.
Empregados com carteira de trabalho assinada - 31,1 milhões Empregados sem carteira assinada - 9,2 milhões de pessoas Trabalhadores por conta própria - 22,4 milhões
Esse último grupo também teve redução de 8,4% em relação ao trimestre anterior e de 6,7%, frente ao mesmo período em 2019. A taxa de informalidade foi de 37,6% da população ocupada.