PNAD COVID19: cai o número de desocupados e afastados do trabalho

Renda média dos lares cresceu com o auxílio emergencial

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Publicado em:24/07/2020 às 08:00
Atualizado em:24/07/2020 às 08:00

Devido às medidas de isolamento social, do dia 28 de junho a 4 de julho, 8,3 milhões de trabalhadores (10,1% da população ocupada) ficaram afastados das suas atividades, conforme PNAD COVID19, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando se compara com a semana anterior, o número sofreu uma leva queda: 10,3 milhões da população ou 12,5%, que trabalhava, ficou afastada.

A população desocupada também sofreu retração no mesmo período, ficando em 11,5 milhões de pessoas, que antes era de 12,4 milhões. 

“Essa queda no número de pessoas desocupadas está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho do que pela entrada na população ocupada. São pessoas que, naquela semana, não procuraram trabalho por algum motivo”, apontou a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Contudo, se comparado ao período de 3 a 9 de maio, houve crescimento, quando 9,8 milhões de trabalhadores ficaram sem emprego.

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A pesquisa também levantou informações sobre a população que está fora da força de trabalho, ou seja, aqueles que não estavam trabalhando nem procurando trabalho. 

No final de junho a começo de julho, esse grupo saltou de 75,1 para 76,8 milhões de pessoas. Mais de 37% dessa população relataram o desejo de estar trabalhando. No período anterior, se manteve estável frente à semana de 3 a 9 de maio (76,2 milhões). 

 

Em junho e julho, nível de ocupação ficou em 48,1%
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)


População ocupada caiu para 81,8 milhões

Segundo o estudo, os ocupados eram 81, 8 milhões de pessoas de 28 de junho a 4 de julho. Em maio, eles somavam 83, 9 milhões. O nível de ocupação foi de 48,1%, estável frente à semana anterior (48,5%) e com queda em relação à semana de 3 a 9 de maio (49,4%).

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Os profissionais que estão no mercado de trabalho, mas que não foram afastados devido às orientações de contenção à Covid-19, eram 71 milhões, com aumento tanto em relação à semana anterior (69,2 milhões) quanto frente à semana de 3 a 9 de maio (63,9 milhões). 

A PNAD COVID19 apontou que 8,9 milhões (ou 12,5%) dessas pessoas trabalhavam remotamente. O número  ficou estatisticamente estável em relação aos outros dois períodos pesquisados: 8,6 milhões (12,4%) e 8,6 milhões (13,4%).

O distanciamento social também inibiu muita de gente de buscar de trabalho 

19,4 milhões de brasileiros ficaram sem uma posição no mercado de trabalho e gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação onde moravam. 

Eles correspondiam a 67,4% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar. O percentual aumentou em relação à semana anterior, passando para 17,8 milhões (66,2%). Em maio, correspondiam a 19,1 milhões (70,7%).

Auxílio emergencial aumentou a renda média dos domicílios

Em pesquisa divulgada nessa quinta-feira, 23, o IBGE constatou que cerca de 29,4 milhões de domicílios receberam algum auxílio financeiro durante a pandemia, como o auxílio emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm).

O número equivale a 43% dos domicílios brasileiros, que são 68,3 milhões. Em maio, esses benefícios chegaram a 38,7 dos lares, apresentando, assim, um aumento em todas regiões do país. 

Cada lar, recebeu um valor médio de R$881, sendo as regiões Norte e Nordeste com maior número de beneficiários, 60,0% e 58,9%, respectivamente. Do total de quem recebeu o auxílio emergencial, 74,2%  tinham renda domiciliar per capita de até R$ 665,11.

O programa de distribuição de renda chegou a cerca de 80% dos lares dos dois primeiros décimos de renda (até R$ 242,15) e cerca de 3/4 dos domicílios do terceiro décimo (até R$ 354,18).