Governo quer contratar 15 mil professores sem concurso Seeduc RJ

Alerj vota Projeto de Lei (PL), de autoria do Governo do Rio, que permite contratação de até 15 mil professores temporários sem concurso Seeduc RJ.

Concursos Previstos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:24/04/2024 às 11:33
Atualizado em:24/04/2024 às 11:56

Está na pauta desta quarta-feira, 24, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a votação do Projeto de Lei (PL) que permite a contratação de até 15 mil professores temporários sem concurso Seeduc RJ.


Esse quantitativo equivale a 30% do total de professores efetivos da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro.


Os professores terão contrato de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período. A escolha dos profissionais será feita por meio de processo seletivo simplificado, que, em geral, não prevê a aplicação de provas objetivas.


De acordo com o PL, de autoria do Governo do Estado do Rio, as contratações serão para suprir a falta de professores por exoneração, demissão, falecimento, aposentadoria, capacitação, afastamento ou licença.


Além de suprir demandas decorrentes da expansão das instituições de ensino, o projeto também propõe outras contratações temporárias nas escolas, sendo de: mediadores para alunos com deficiência e "funções de apoio à educação" e para "assegurar o ano letivo das comunidades indígenas".


No caso das universidades estaduais, o projeto permite contratar professores substitutos, estrangeiros e visitantes, além de pesquisadores de fora do país


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Seeduc RJ deve contratar mais professores temporários este ano

(Foto: Reprodução/Google Street View)


Em entrevista ao jornal O Globo, a secretária estadual de Educação do Rio de Janeiro, Roberto Barreto, defendeu o projeto e garantiu que os profissionais não vão substituir os concursados.

Seeduc RJ tem carência de 9 mil professores

Barreto explicou que, atualmente, a Seeduc RJ tem carência de 9,7 mil professores. Desse quantitativo, 5 mil devem ser equacionados, com o aumento da carga horária dos docentes concursados de 18 para 30 horas.


Com essa medida, a expectativa é para que, se o projeto for aprovado pela Alerj, a secretaria possa contratar 4,7 mil professores temporários.

"Somos a favor do concurso, mas não podemos contratar um servidor efetivo para vacâncias temporárias, como licenças médicas, afastamento por estudo. É um projeto também para os professores da Faetec e ligados à Secretaria de Ciência e Tecnologia, que vai fazer com que os gestores possam preencher uma vaga em aberto enquanto nosso servidor usufrui um direito dele. Além dos 4,7 mil professores, não vislumbramos agora a possibilidade de contratar outros profissionais", disse a secretária.

Em caso de aprovação pela Alerj e posterior sanção pelo governador Cláudio Castro, a Seeduc RJ estima que, no início de junho, os primeiros professores já estejam na sala de aula. Seriam abertas vagas temporárias em todas as disciplinas.


Os profissionais devem receber o mesmo valor dos docentes em início da carreira pública, para jornada de 30 horas, com direito a férias e auxílios e encargos, como a contribuição ao INSS.

Novo concurso Seeduc RJ está prevista em acordo com o MP

Apesar do PL, a Seeduc RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em 2023. O objetivo era sanar o déficit de professores na rede pública estadual. 


A proposta era para que o governo finalizasse a convocação dos aprovados e realizasse um novo concurso público.


Segundo o prazo inicial do acordo, o edital deveria ter sido publicado até novembro do ano passado. O que não ocorreu. 


A secretária Roberta Barreto disse que, desde 2021, já foram convocados 2,5 mil professores dos últimos concursos e que esta semana será publicada uma resolução abrindo as vagas de extensão de carga horária.


Segundo ela, não há atraso porque a realização do concurso é a terceira etapa do TAC com o Ministério Público.

"Não posso abrir concurso enquanto não der oportunidade para os nossos próprios professores da rede ampliarem definitivamente a sua carga horária. Este ano letivo é de organização, definitivamente. Ao final do ano, vamos entender qual é a vacância real e apresentar o pedido de concurso público", informou Roberta ao jornal O Globo.

O Sindicato estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) criticou o projeto de lei para a ampliação dos contratos temporários na rede de ensino.


Para a coordenadora-geral do Sindicato, Rose Silveira, o concurso público é necessário.

"Temos ainda um banco de concurso aguardando convocação. As pessoas entram e não tem garantia nenhuma de permanência. O professor entra, sai daqui a três meses. A carreira está pouco competitiva e atrativa e acaba que há uma saída excessiva de profissionais para as redes municipais e privadas. É preciso ter uma valorização da categoria", constatou.


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Após assumir o seu novo mandato como governador do Estado, em janeiro de 2023, Cláudio Castro garantiu que a Educação seria prioridade e que um novo concurso estava autorizado. Os trâmites, no entanto, não avançaram desde então.


No vídeo abaixo, saiba como estudar para concursos fazendo questões: