Rio forma primeiros veterinários especialistas em vigilância sanitária
Oferecida pela Prefeitura, a residência na área é a única do país
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Publicado em:14/02/2020 às 14:00
Atualizado em:14/02/2020 às 14:00
A única residência em Medicina Veterinária com foco em vigilância sanitária do país, oferecida pela Prefeitura do Rio de Janeiro, acaba de formar os dez primeiros médicos veterinários especializados na área.
A especialização acontece em unidades da Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa). Em março, dez novos residentes integrarão ao curso, sendo a terceira turma - a segunda turma está no segundo ano da especialização.
Os novos especialistas vão atuar em áreas como análises de alimentos, clínica médica e cirurgia no Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (CCZ, em Santa Cruz, no Complexo Zona Oeste da Vigilância).
Também atuarão no Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV) e no Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp), ambos em São Cristóvão, no Complexo Zona Norte da Subvisa.
Para a residente recém-especializada Fernanda Ferreira da Silva, 31 anos, "esse programa trouxe uma formação melhor, mais aprofundada da medicina veterinária, o que mostra a importância da nossa profissão no dia a dia da sociedade. Afinal, somos muito mais que cuidadores de cães e gatos."
Emocionada, Fernanda completou: "O nosso trabalho é imprescindível para a prevenção de zoonoses, para o controle da qualidade da água e para muitas outras ações da área da saúde pública. Pertencer a esta primeira turma realmente me enche de orgulho."
Há três anos à frente da Subsecretaria de Vigilância Sanitária, a médica-veterinária Márcia Rolim vem intermediando uma série de programas diferenciados para o segmento, como o próprio programa de residência.
"A residência em medicina veterinária é uma modalidade de pós-graduação voltada, em especial, para os recém-formados, com treinamento profissional supervisionado em nossas unidades de zoonoses por tempo integral", explica Márcia.
Segundo Márcia, o objetivo do programa é "capacitar esse profissional que passa cinco anos na graduação, mas precisa de prática para ganhar o mercado de trabalho e atuar até mesmo no setor público".
Os residentes reforçaram a atuação da Vigilância, ampliando a oferta de serviços que são oferecidos gratuitamente à população, como a castração, que passou de 4.431 em 2018 para 10.083 em 2019, ultrapassando a marca de 18 mil nos três anos da atual gestão.
O médico-veterinário Flávio Graça, superintende de Educação da Vigilância Sanitária, conta sobre o resultado da capacitação e destaca a primeira turma do programa de residência.
"Formamos um time que passou por um programa intenso de capacitação, com aulas de segunda a sábado durante dois anos, e sob a supervisão constante de toda a equipe de mestres e doutores da Vigilância Sanitária. Entregamos ao mercado de trabalho profissionais prontos para assumir postos de relevância, com total preparo", disse o superintende.
A médica-veterinária Letícia Aquino, vice-coordenadora do Programa de Residência e Medicina Veterinária da Vigilância, ressalta que os alunos foram formados com capacidade de atuação tanto na área pública quanto na privada.
“A nossa capacitação foi completa para esses profissionais que serão absorvidos pela Prefeitura do Rio e pelo mercado de trabalho em geral. A gente termina este primeiro ciclo com a certeza do dever cumprido”, afirma Letícia.
Sobre o curso
A residência é um curso de pós-graduação credenciado pelo Ministério da Educação e oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que tem a Subsecretaria de Vigilância Sanitária em sua estrutura.
O curso tem duração de dois anos e os residentes ficam sob um regime de dedicação exclusiva, não podendo ter vínculo de trabalho com outros órgãos/empresas. A carga horária é de 60 horas semanais, de segunda a sábado, e os residentes têm direito a uma bolsa mensal de R$3.330.
Os residentes aprendem com mestres e doutores em saúde pública com ênfase em zoonoses, arboviroses e controle populacional de cães; patologia animal; inspeção e análises físico-química e microbiológica de alimentos; clínica médica e clínica cirúrgica de animais de companhia; e vigilância e controle de zoonoses.
Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (CCZ)
O CCZ promove vacinação antirrábica animal em campanhas e em postos permanentes de imunização, e ainda o resgate de cães e gatos suspeitos de zoonoses ou feridos em áreas públicas, de animais de grande porte em vias públicas sob riscos de acidentes de trânsito e ações de educação em saúde.
Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV)
O IJV é referência no Brasil para a vigilância em zoonoses, doenças que animais transmitem a humanos. Tem foco de atuação na clínica médica e centro cirúrgico, e oferece diversos outros serviços e tratamentos, como vacinação, diagnóstico, educação, além da observação de animais suspeitos/agressores.
O Lasp possui seis laboratórios para análise de produtos (como água e pratos prontos) e cinco para o diagnóstico e o monitoramento das zoonoses, como os de virologia e de anatomia patológica. Contribui com o diagnóstico de febre amarela não só na cidade como em todo o Estado.