Sem acordo com o governo, mais de mil servidores do Ibama estão em greve desde a última terça-feira, 2. A falta de pessoal (concurso Ibama), reestruturação da carreira e sobrecarga de trabalho estão entre os motivos.
A paralisação foi motivada após as negociações não terem avançado. Os servidores cobram do Governo do presidente Lula, principalmente, o reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho.
No último dia 30 de dezembro, os trabalhadores que aderiram à greve enviaram uma carta ao atual presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, comunicando a decisão.
Em um dos comunicados, os servidores do Ibama alegaram que o órgão tem operado com apenas 52% do seu efetivo. Eles solicitam, também, a realização de um novo concurso público para que ocorra a devida recomposição do quadro operacional.
"Os bons resultados no combate ao desmatamento obtidos no último ano foram alcançados em grande parte graças a esforço e sacrifício destes servidores, que se submetem a jornada de trabalho que excedem muito à regulamentar e com alta taxa de sobrecarga em virtude da falta de servidores", diz o comunicado.
De acordo com os trabalhadores, uma reunião será realizada nesta quinta-feira, 4, podendo ampliar a paralisação no país.
Por enquanto, os servidores disseram que manterão somente as atividades burocráticas e de escritório (internas). Durante a paralisação, não serão feitas viagens e ações de fiscalização em campo.
Embora ainda não haja autorização oficial por parte do Ministério da Gestão e Inovação, o presidente do Ibama está otimista pela realização de um novo concurso público neste 2024. Ele prevê a realização entre abril e maio deste ano.
Em entrevista ao "Brasil em Pauta", no canal do YouTube do Governo Federal, Rodrigo Agostinho reforçou o déficit de servidores do órgão.
"O Ibama chegou a ter praticamente 6 mil servidores, eu mesmo fui estagiário do Ibama, e era uma outra realidade. Hoje para compensar essa perda tão grande de quadro a gente está investindo muito em tecnologia, mas temos setores onde a falta de quadro hoje já é muito grave. Estamos com a esperança muito grande de poder ter no começo do ano, entre abril e maio, a realização do nosso concurso", disse.
Agostinho ratificou que há necessidade de analistas ambientais e convidou os candidatos a prestar o próximo concurso do Ibama.
Em ofício encaminhado à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, Rodrigo Agostinho já havia confirmado a existência de um planejamento para a realização do novo concurso Ibama, visando à contratação de novos servidores.
A realização do concurso já foi garantida também pelo presidente Lula e pela ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck. No entanto, a autorização ainda não foi publicada oficialmente.
"O Ibama estava desmontado. Quando nós deixamos o governo, o Ibama tinha 1.700 funcionários, agora está com 700. Nós estamos montando um grande esquema, incluindo fazer um novo concurso para o Ibama, contratar mais gente", afirmou Lula.
Já Esther Dweck disse que o edital seria autorizado, mas não deu detalhes em relação à data.
“O presidente me cobrou, ao vivo, praticamente. Eu estava na coletiva de imprensa de anúncio de concursos e ele me ligou e falou que faltavam duas áreas que não estavam lá realmente e vão sair em breve. (...) Ele cobrou muito Ibama. Eu expliquei que já tinha um concurso em aberto, mas a gente vai fazer um novo”, garantiu a ministra responsável por analisar e autorizar os novos concursos federais.
O próximo concurso Ibama já foi solicitado pelo órgão e pela pasta do Meio Ambiente, e está no radar do órgão.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis enviou um pedido de autorização para o preenchimento de 2.408 vagas de nível superior, sendo 1.503 de analista ambiental e 905 de analista administrativo.
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Servidores do Ibama anunciam greve e pressionam o governo por melhorias
(Foto: Carla Marques/Ibama-PE)
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Em entrevista exclusiva à Folha Dirigida por Qconcursos, em Brasília, o diretor de Planejamento, Administração e Logística do Ibama, Gustavo Henrique Moreira Alvares da Silva, explicou o que é preciso para um novo concurso.
Segundo ele, o primeiro passo é a chamada dos excedentes no último concurso.
"A legislação é clara: só pode fazer um novo concurso se não existirem aprovados na seleção anterior. A ideia é chamar os 257 excedentes para, depois, seguir na agenda do novo concurso", disse.
Ele também citou a transformação de 1.174 cargos vagos de técnico administrativo (nível médio) em 379 cargos de analista administrativo (nível superior) e 159 cargos de analista ambiental (nível superior). Esse processo está em curso.
O diretor ainda comentou que, após a transformação dos cargos, um novo concurso poderia ser feito, assim que publicada autorização do governo.
"A gente está buscando dar uma reformulada nesse quantitativo de vagas, para poder chegar nessas 2.400 vagas de analista", esclareceu o diretor de Planejamento, Administração e Logística do Ibama.
O último concurso para o Ibama teve edital divulgado em 2021. Foram abertas 568 vagas imediatas, sendo 432 para técnico ambiental, cargo de nível médio, e 136 para analistas, de nível superior.
Recentemente, o instituto recebeu autorização para chamar 257 excedentes do último concurso público, realizado em 2021.
As 257 vagas autorizadas para o chamamento de excedentes do Ibama são divididas entre:
A distribuição das vagas por estado, região e unidade já foi divulgada. Acesse aqui!
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Até R$ 8.817,70Cargos
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