Por que a saída de Rubem Novaes favorece concurso Banco do Brasil?

Com concurso Banco do Brasil previsto, o presidente da instituição Rubem Novaes, que defendia a privatização, pediu demissão. Confira!

Autor:
Publicado em:28/07/2020 às 14:33
Atualizado em:28/07/2020 às 14:33

Quais os motivos para a privatização do Banco do Brasil?


Na direção do BB desde o início de 2019, Rubem Novaes é amigo de longa data do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, assim como ele, já manifestou diversas vezes a sua opinião favorável à privatização do Banco do Brasil.

No entanto, a resistência de alguns setores, inclusive, do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, atrasam os planos dos economistas formados na Universidade de Chicago, berço do liberalismo econômico.
 

Acesse o canal exclusivo para assinantes no Telegram


Além do viés econômico de ambos, Rubem Novaes defende que o Banco do Brasil precisa se adaptar aos desafios tecnológicos para conseguir concorrer com os bancos em estágio avançado nos novos modelos de empresas financeiras, como as fintechs.

Segundo Novaes, as mudanças nas operações do setor bancário têm exigido cada vez mais uma mentalidade tecnológica das empresas e, para ele, o Banco do Brasil tem dificuldades devido "as amarras do setor público".
 

Banco do Brasil é uma das maiores instituições financeiras do país


No entanto, a instituição é considerada uma das mais valorizadas no setor financeiro e vem acumulando lucros nos últimos anos. De acordo com o BB, o lucro líquido ajustado do quarto trimestre de 2019 chegou a R$18,16 bilhões, representando um aumento de 41,2% na comparação com 2018.
 

+ Concurso Banco do Brasil: por que Economia insiste em privatizar?


Sindicalistas protestavam sobre as recentes declarações do presidente Rubem Novaes de que "chegaria o momento em que a privatização do banco seria inevitável", pois consideram que o crescimento de 41,2% contraria essa suposta necessidade.

Além disso, sindicalistas defendem que o Banco do Brasil poderia estar junto à Caixa Econômica dando suporte ao governo por conta das demandas do auxílio emergencial.

Por que a saída de Rubem Novaes favorece concursos no Banco do Brasil??
Por que a saída de Rubem Novaes favorece concursos no Banco do Brasil?
(Foto: Divulgação)

Presidente relata feitos do Banco do Brasil


Outra incoerência foi apontada durante a Comissão do Congresso, com a participação de Novaes. O deputado Mauro Benevides Filho (PDT) estranhou que o presidente do BB tenha passado boa parte da sua apresentação inicial destacando títulos conquistados pelo banco, mas, em seguida, tenha afirmado que é preciso se desfazer da instituição.

Funcionários do banco relatam um "verdadeiro desmonte" do BB. Segundo a diretora da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi RS), Priscila Aguirres, fica clara a posição privatista do presidente do BB.
 

+ Às vésperas do concurso Banco do Brasil, presidente pede demissão


Mas, apesar da pandemia, a instituição é uma das principais no setor bancária do país, com lucros acima dos anos anteriores e chegando, muitas vezes, em regiões sem a presença de bancos privados.
 

Saída favorece concurso BB?


Mesmo com a equipe econômica do Governo Federal preferindo cada vez mais privatizar estatais importantes sob a alegação de prejuízos ao Estado, o Banco do Brasil segue resistindo e acumulando lucros.

É verdade que cada vez mais as empresas precisam se adaptar aos novos tempos tecnológicos do mercado. E no Banco do Brasil não parece estar sendo diferente.
 

+ Confira o que caiu na prova do concurso Banco do Brasil em 2018


Em 2018, quando ainda não era presidido por Rubem Novaes, o Banco do Brasil realizou concurso BB para o cargo de escriturário exigindo conhecimentos da área de Tecnologia da Informação, demonstrando a preocupação pelo ingresso de profissionais ligados ao setor na instituição.

Este ano, o concurso BB era previsto para ter edital publicado em março, mas devido à pandemia do novo Coronavírus, isso não ocorreu.

Segundo fontes ouvidas por FOLHA DIRIGIDA e que trabalham na realização da seleção, o documento segue previsto e só será divulgado com o término da pandemia do Coronavírus.

A princípio, a saída de Novaes não atrapalha o concurso do banco. Pelo contrário, ela favorece novas seleções. Isso porque a tendência é que Jair Bolsonaro escolha para o comando do BB alguém que, a exemplo do chefe do Executivo federal, seja contrário à privatização.

E tendo esta posição esse novo presidente precisará investir no banco, realizando concursos públicos para dotar o BB de um quadro de pessoal suficiente de acordo com as suas demandas.


+ Concurso Banco do Brasil: confira a nota de corte da seleção de 2015
 

Vagas serão para escriturário, de nível médio


O concurso BB oferecerá oportunidades para o cargo de escriturário. A carreira tem o nível médio como requisito e remuneração inicial de R$4.036,56, já incluindo auxílios-refeição e alimentação. 

A jornada é de 30 horas. Além do auxílio-transporte, o BB oferece os seguintes benefícios: participação nos lucros (geralmente, paga duas vezes ao ano); planos de saúde e odontológico; previdência privada com participação do banco; auxílio-creche/babá; e auxílio ao filho com deficiência. 
 

+ Concurso Banco do Brasil: saiba como se preparar antes do edital


Segundo o BB, a princípio, as vagas de escriturário serão para a área de Tecnologia. No entanto, não está descartada a possibilidade da seleção contar com oportunidades para o escriturário tradicional.

O que diferencia basicamente o concurso para escriturário tradicional e o da área de TI é o programa e o peso dado às disciplinas das provas. Ou seja, apesar do conteúdo, as habilidades e competências requeridas serão as mesmas.