O concurso unificado terá, como primeira etapa, a aplicação de provas objetivas (de Conhecimentos Gerais e Conhecimentos Específicos) e provas discursivas (de Conhecimentos Específicos).
As provas deverão ser aplicadas em um único dia, até março de 2024, simultaneamente em cerca de 180 municípios pelo país. As avaliações serão compostas por:
- provas objetivas de aplicação comum a todos os candidatos e candidatas; e
- provas objetivas e dissertativas específicas por blocos temáticos.
De acordo com o artigo publicado pelo MGI, as provas objetivas de aplicação geral deverão perpassar temas ligados à:
- valorização do ethos público;
- da realidade brasileira e das relações entre Estado;
- políticas públicas e desenvolvimento nacional.
Além das disciplinas curriculares tradicionais em concursos públicos, que incluem, por exemplo, conhecimentos referentes às bases constitucionais do Estado, à estrutura e funcionamento da administração pública, bem como aos fundamentos do Direito Administrativo.
Segundo o Guia Referencial para concursos públicos, desenvolvido pelo Enap (Escola Nacional de Administração Pública), as disciplinas de Língua Portuguesa e Raciocínio-Lógico Quantitativo são recomendadas.
Porém, a lista de todas as disciplinas do CNU só será definida pela Comissão Organizadora junto à banca organizadora que será contratada.
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CNU terá vagas para diferentes órgãos e ministérios
(Foto: Agência Senado)
Por sua vez, as provas específicas e dissertativas abordarão temas circunscritos aos blocos temáticos pré-estabelecidos, numa concepção em que se busque apreender dos candidatos aptidões e competências de aprendizagem contínua no ambiente de trabalho ao longo do ciclo laboral no setor público.
“O objetivo é selecionar profissionais com capacidade de obter conhecimentos e desenvolver especializações diversas que se fizerem necessárias para o bom desempenho das inúmeras funções públicas com as quais se defrontarão ao longo dos seus percursos profissionais”, disse o MGI no artigo.
“Quem já estuda, vai estar preparado”, diz ministra Esther
Segundo os membros do MGI, o conteúdo programático e as disciplinas das provas só serão confirmados, por completo, no edital. Mas, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, tranquilizou:
"Quem já estuda, vai estar preparado. Podem ficar tranquilos. Todos que já se preparam para concursos vão ter bagagem para fazer esse concurso unificado".
Além das provas objetivas e discursivas, o concurso unificado poderá ter análise de títulos, quando determinado em lei para a carreira.
O cronograma previsto pelo MGI é:
- edital: 20 de dezembro de 2023;
- provas: até março de 2024;
- resultado final da etapa unificada: até maio de 2024;
- cursos de formação, quando cabível: até julho de 2024;
- posse dos novos servidores: até agosto de 2024.
O Concurso Nacional Unificado é uma proposta do Governo Federal para centralizar os concursos autorizados este ano.
A partir disso, o governo deseja democratizar o acesso ao serviço público, já que as provas serão capilarizadas (no estilo do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem) e não apenas nas capitais dos estados.
No concurso unificado, uma pessoa, por exemplo, poderá concorrer a vagas em mais de um cargo, pagando apenas uma taxa de inscrição. O valor ainda será revelado.
O regulamento do Concurso Nacional Unificado (CNU), publicado no dia 5 de outubro, confirma que uma banca organizadoras será contratada até o dia 22 de novembro.
Uma instituição será escolhida para aplicação das provas objetivas e discursivas, simultaneamente, em cerca de 180 cidades espalhadas pelo país.
Concurso Unificado tem mais de 6 mil vagas confirmadas
A adesão do CNU foi voluntária. Ou seja, os órgãos e entidades públicas que receberam aval para preenchimento de vagas puderam escolher por participar ou não da seleção unificada.
Segundo o regulamento do concurso, a oferta será de 6.640 vagas. A oferta será para cargos de níveis médio e superior, com salários que chegam a R$23.579,71 (no caso de auditor-fiscal do trabalho).
A seguir, veja a lista dos órgãos já confirmados no concurso unificado:
- IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): 895 vagas;
- Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas): 502 vagas;
- Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária): 742 vagas;
- Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária): 440 vagas;
- Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia): 80 vagas;
- MTE (Ministério do Trabalho e Emprego): 900 vagas;
- Ministério da Saúde: 220 vagas;
- AGU (Advocacia Geral da União): 400 vagas;
- Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar): 40 vagas;
- Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica): 40 vagas;
- Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários): 30 vagas;
- ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar): 35 vagas;
- MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços): 110 vagas;
- MCTI em partes (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação): 296 vagas;
- MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública): 130 vagas;
- MinC (Ministério da Cultura): 50 vagas;
- MEC (Ministério da Educação): 70 vagas para ATPS;
- MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania): 40 vagas;
- MPI (Ministério dos Povos Indígenas): 30 vagas;
- MPO (Ministério do Planejamento e Orçamento): 60 vagas;
- MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e as carreiras transversais: 1.480 vagas;
- Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira): 50 vagas.
Todos os 22 órgãos deverão assinar o termo de adesão ao Concurso Nacional Unificado até o final desta semana.
A Defensoria Pública da União (DPU) também demonstrou interesse em aderir ao concurso unificado e oferecer vagas para os cargos de técnico (nível médio) e analista (nível superior). A adesão deve ser confirmada até o fim da semana.
Vagas serão divididas por blocos temáticos
A proposta do CNU, também chamado de “Enem dos Concursos” é para que as vagas dos órgãos sejam distribuídas em oito blocos temáticos, sendo eles:
- Administração e Finanças Públicas;
- Setores Econômico, Infraestrutura e Regulação;
- Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário;
- Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação;
- Políticas Sociais; Justiça e Saúde;
- Trabalho e Previdência;
- Dados, Tecnologia e Informação Pública; e
- Nível intermediário.
Após a consolidação das adesões dos órgãos ao CNU, o Governo Federal desenhará a divisão dos cargos por bloco temático, considerando as afinidades entre eles.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que, ao realizar a inscrição, primeiro o candidato deverá escolher entre um dos blocos temáticos.
Depois, será preciso indicar o cargo/carreira, por ordem de preferência, entre as vagas disponíveis no bloco de sua escolha.
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