A realização de um novo Concurso Nacional Unificado (CNU) em 2025 está confirmada. Mas os avanços dos preparativos ainda dependem da validação política pela Casa Civil, segundo fontes do Governo Federal.
A Casa Civil tem a função de assessorar diretamente o presidente da República, na coordenação e integração das ações do governo.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem do Qconcursos Folha Dirigida, com a validação da Casa Civil, os trâmites do concurso terão andamento. O que inclui, por exemplo, a escolha e contratação da banca organizadora.
Um dos entraves para o CNU 2025 era a aprovação do Orçamento pelo Congresso Nacional. Após meses de atraso, a validação do texto ocorreu no último dia 20 de março.
O Orçamento ainda depende da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que os valores sejam destinados aos ministérios.
Com base nos valores aprovados, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) irá verificar quais novos concursos federais poderão ser autorizados.
Preparativos do novo Concurso Unificado dependem de validação política
(Foto: Semob DF)
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, já adiantou que as duas novas carreiras transversais do Executivo Federal contarão com autorização, serão elas:
Ambas as carreiras são de nível superior e têm salários iniciais em torno de R$9 mil.
De acordo com fontes do governo, órgãos que receberem aval serão convidados a participar do Concurso Unificado.
Ainda segundo fontes, a lista de órgãos participantes da segunda edição do CNU ainda está em definição.
O Ministério da Gestão e Inovação, organizador do concurso, deve conseguir a adesão de um número de órgãos que justifique um processo seletivo de forma unificada.
Apesar de a lista de órgãos deste ano ainda não ter sido confirmada, alguns já adiantaram sua participação no Concurso Unificado. São eles:
O Ministério da Saúde, por sua vez, revelou que avalia a possibilidade de participar da edição do CNU em 2025. A pasta tem autorização para preencher 319 vagas efetivas.
As novas carreiras transversais também estarão no próximo concurso unificado, segundo a ministra Esther Dweck, assim como a área Administrativa.
A Polícia Federal, que tem aval para cargos da área Administrativa e da área Policial, já informou que não participará do CNU e realizará seus concursos de forma separada.
A partir do Orçamento aprovado pelo Congresso, o MGI irá verificar quais outros concursos federais poderão ser autorizados este ano.
Em entrevista exclusiva, o secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso Júnior, explicou que os órgãos enviam anualmente pedidos de novos concursos. No entanto, por conta da capacidade orçamentária, nem todos poderão ser atendidos.
Aqueles órgãos que tiverem aval para novos concursos serão convidados a participar do CNU 2025. O secretário José Celso acredita que o concurso terá oferta em torno de 3 mil vagas, metade do oferecido na primeira edição.
"Está em aberto um conjunto de vagas que estão previstas de serem autorizadas em 2025. Tudo somado, a gente acredita que pode conseguir reunir algo como 3 mil, 3.500 vagas para realizar uma segunda edição do concurso unificado".
Em nota enviada à reportagem, o MGI informou que todas as informações do CNU 2025 serão anunciadas em breve, após definição interna.
"Todas as informações relativas à segunda edição do CPNU serão oportunamente comunicadas quando estiverem definidas, assim como anúncios de outros concursos. Até o momento, a informação oficial é que a segunda edição do concurso será realizada, como já antecipado pela ministra da Gestão".
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Somente com a definição dos órgãos e do número de vagas, será possível elaborar o projeto básico do concurso e iniciar a escolha da banca organizadora. A expectativa do governo é definir esses detalhes no mês de abril.
Para que o CNU 2025 seja aberto, uma banca organizadora deve ser contratada para receber as inscrições do concurso e aplicar as provas aos candidatos. Na primeira edição do Concurso Unificado, a Fundação Cesgranrio foi a escolhida.
Uma nova chamada pública será realizada para a definição da banca. Desta forma, propostas de diferentes bancas serão avaliadas para escolher qual ficará responsável pela aplicação das provas do próximo CNU.
É válido destacar que a chamada pública não exclui da disputa a Fundação Cesgranrio. Ela ainda poderá ser escolhida, mas terá concorrência com outras organizadoras interessadas no processo.
Depois da escolha da banca, o edital do concurso poderá ser finalizado e publicado no Diário Oficial da União.
A ministra Esther Dweck chegou a falar sobre a intenção de divulgar o edital no mês de março e aplicar as provas em agosto.
"A gente espera o edital até o finalzinho do primeiro trimestre. A prova, a gente gostaria de repetir em agosto. A gente ainda não sabe se vai ser possível pelo prazo do edital. Agosto é o mês de menor incidência de chuvas no Brasil. A ideia é fazer a prova no início do segundo semestre, essa é a nossa lógica de calendário", afirmou Esther, durante participação no programa Bom dia, Ministra, do canal GOV.
O prazo, contudo, não deve ser cumprido pelo atraso na aprovação do Orçamento deste ano e todo o processo burocrático que ainda deve ser realizado.
Os resultados finais da primeira edição do CNU foram homologados no dia 7 de março para todos os oito blocos temáticos. Os documentos foram publicados no Diário Oficial da União, contemplando os cargos que não têm curso de formação.
A próxima etapa, agora, será a chamada dos aprovados. Com a aprovação do Orçamento de 2025, o Ministério da Gestão espera que as convocações comecem entre o final de abril e o início de maio.
A primeira edição, aberta em 2024, ofertou 6.640 vagas para diferentes órgãos e autarquias do Poder Executivo Federal, abrangendo carreiras de níveis médio e superior.
O Concurso Nacional Unificado é uma iniciativa pioneira do Governo Federal para o recrutamento de novos servidores.
Nesse modelo, foi possível se candidatar a diversas carreiras dentro de um mesmo bloco temático, pagando apenas uma taxa, o que ampliou a concorrência.
Outra inovação foi o aumento dos locais de prova. Os exames do CNU foram realizados no dia 18 de agosto, em mais de 200 cidades do país.
Antes, a maioria dos concursos federais era feita apenas nas capitais dos estados e no Distrito Federal, ou exclusivamente em Brasília DF.
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