Concurso PC SP: delegada conta os desafios da carreira e dá dicas

Aprovada no concurso PC SP de 2013, Luciana Peixoto conta como é ser delegada na corporação, além das diferenças e peculiaridades da profissão.

Carreiras
Autor:Mateus Carvalho
Publicado em:26/09/2024 às 07:45
Atualizado em:26/09/2024 às 08:37

A carreira de delegado é uma das mais desafiadoras dentro da Polícia Civil, proporcionando uma gama de experiências, desde o comando das investigações até a tomada de decisões cruciais para garantir a aplicação da justiça.


Foi com base nessas premissas que Luciana Peixoto, delegada da Polícia Civil de São Paulo, escolheu assumir o cargo, e hoje acumula diversas conquistas profissionais.


Atualmente, além de delegada, Luciana é professora de Processo Penal e revela que sua trajetória até conquistar o tão almejado posto foi longa e repleta de estudos.


Aprovada no concurso de 2013 da corporação, ela só tomou posse quase quatro anos depois.


Vale destacar que esse intervalo é comum em concursos da área Policial, devido às várias etapas que compõem o processo, desde a prova objetiva até o curso de formação.


Mesmo com apenas sete anos como delegada, Luciana relata que a intensidade do trabalho faz com que pareça muito mais tempo.

"Estou completando sete anos como delegada. Brincamos que cinco anos na polícia equivalem a 20 em outras profissões. É uma loucura o nosso dia a dia, a falta de rotina. Mas também é algo muito instigante, porque lidamos com casos diferentes todos os dias", afirmou a delegada, em entrevista realizada em 2023.

Segundo ela, a rotina é uma palavra que não faz parte do vocabulário de um delegado, já que diariamente surgem situações inesperadas, exigindo rápida adaptação.


Apesar da ausência da previsibilidade que muitos profissionais têm no mercado de trabalho, Luciana ressalta que ser delegado é uma carreira que demanda verdadeira vocação.

"A carreira policial é fascinante. Para quem realmente gosta, é necessário ter vocação. Ela é curiosa e apaixonante", conclui Luciana.

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Delegada fala sobre a carreira na Polícia Civil de São Paulo e aprovação em concurso

(Foto: Governo SP)

"Diziam que eu não tinha perfil para ser delegada"

Luciana relata que enfrentou muitos desafios e passou por diversas situações em que sua capacidade de atuar na área Policial foi questionada.


Ela explica que, em várias ocasiões, tanto pessoas próximas quanto desconhecidos afirmaram que ela nunca conseguiria ser delegada, insinuando que essa não era uma carreira para ela.

"Me diziam que eu não tinha o perfil de policial e que eu não conseguiria ser delegada. Falavam 'você tem cara de menina, é patricinha', sempre com comentários que tentavam me desanimar, dizendo que eu não iria conseguir", conta.

Luciana também revela que, durante sua jornada, chegou a trabalhar como hostess (recepcionista) em festas e, nas horas livres, aproveitava para estudar para concursos usando seu tablet.


Em uma dessas ocasiões, enquanto estava na portaria de um evento e precisou barrar uma pessoa cujo nome não constava na lista, essa mesma pessoa a viu estudando e comentou:

"Você nunca vai ser delegada. Você é apenas uma porteira de balada", conta.

Ela compartilha que essas palavras negativas e os comentários desencorajadores serviram como combustíveis para que continuasse a buscar seu sonho de se tornar delegada.


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Investigação é a base de tudo, diz delegada da PC SP

De acordo com Luciana, a função de um delegado vai além de comandar operações ou assinar documentos. Ela destaca que a investigação é o coração do trabalho, sendo necessário sempre reunir provas de forma minuciosa.

"A investigação é a base de tudo na área Criminal. Se você realiza uma investigação bem feita, tem elementos sólidos para o processo, o que pode resultar em uma condenação. Porém, se a investigação é mal conduzida, com falta de evidências, ao final o réu pode ser absolvido por falta de provas", comenta.

Luciana também ressalta a importância do delegado identificar contradições e traçar as linhas de raciocínio que levem à solução de casos complexos.


Segundo ela, foi observando o histórico de investigações mal conduzidas, principalmente durante visitas às delegacias, que surgiu a motivação para se dedicar a ingressar na profissão.

"Eu sempre pensava que queria realizar uma investigação bem feita. Eu via os bons profissionais e pensava: quero ser como eles. Olhava para os casos e pensava: é isso que eu quero fazer, que investigação interessante."

Luciana afirma que, atualmente, se sente realizada no cargo de delegada, graças ao conjunto de habilidades que conseguiu desenvolver com base nas exigências do trabalho investigativo.


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"É uma profissão muito diferente", avalia delegada

Luciana comenta que a profissão de delegado tem uma dinâmica distinta das demais carreiras Jurídicas, como promotor, defensor público e juiz, por exemplo.


Para ela, esses cargos costumam atuar quando toda a situação já está documentada. No entanto, segundo Luciana, é o delegado quem registra tudo aquilo.

"Quem lida com a ocorrência no momento em que ela acontece, quem vê o que realmente ocorreu, quem chega às conclusões e investiga, sou eu, o delegado. Tem algo mais empolgante? É tão fascinante que todo mundo conhece Sherlock Holmes", brinca a delegada.

Ela ressalta que a profissão de delegado é tão instigante que, de certa forma, todos já vivenciaram um pouco dessa experiência.

"Todo mundo já leu um livro de investigação. Todos assistem a filmes ou séries policiais, porque é uma área que desperta muito interesse e estimula nosso senso de curiosidade e julgamento".

Luciana conclui afirmando que é a investigação que leva ao desfecho de um caso na esfera criminal.


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Concurso PC SP prencherá 3,5 mil vagas

Atualmente, a Polícia Civil de São Paulo (PC SP) realiza um novo concurso para o preenchimento de 3.500 vagas, em diversas carreiras.


Publicados em setembro do ano passado, os editais apresentam salários iniciais que podem alcançar até R$15 mil.


O concurso ainda está em andamento e as oportunidades, voltadas para candidatos de nível superior, estão distribuídas da seguinte forma:

  • 1.333 vagas para escrivão;
  • 1.250 vagas para investigador;
  • 249 vagas para perito criminal;
  • 116 vagas para médico legista; e
  • 552 vagas para delegado.

De acordo com dados da Vunesp, a organizadora, as funções de investigador e escrivão foram as mais procuradas, totalizando 58.350 inscrições confirmadas. O cargo de investigador liderou a demanda, com 39.293 inscritos.


As provas objetivas e discursivas já foram realizadas no final do ano passado. No entanto, o concurso ainda tem etapas a serem cumpridas.


Após a homologação do resultado final, o concurso terá validade de dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois anos, se necessário.


De acordo com o governador Tarcísio de Freitas, a expectativa é de que os 3.500 aprovados no concurso da Polícia Civil de São Paulo sejam convocados para tomar posse até o final deste ano.


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