O CNU é uma proposta do Governo Federal para centralizar os concursos autorizados este ano. A ideia é ter um único dia de aplicação de provas, no primeiro trimestre de 2024, em cerca de 180 municípios espalhados pelo país.
Com isso, o governo quer democratizar o acesso ao serviço público, já que as provas serão capilarizadas (no estilo do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem) e não apenas nas capitais dos estados.
Cada órgão ou entidade pública, com aval para preenchimento de vagas, poderá optar por aderir ou não ao formato. A participação deve ser confirmada até o dia 29 de setembro.
A proposta do CNU, também chamado de “Enem dos Concursos” é que as vagas sejam distribuídas em oito blocos temáticos:
- Administração e Finanças Públicas;
- Setores Econômico, Infraestrutura e Regulação;
- Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário;
- Educação Ciência, Tecnologia e Inovação;
- Políticas Sociais; Justiça e Saúde;
- Trabalho e Previdência;
- Dados, Tecnologia e Informação Pública; e
- Nível intermediário.
As inscrições do concurso unificado serão feitas no site da banca organizadora a ser contratada. A instituição também ficará responsável pela aplicação das provas.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), responsável por organizar o concurso unificado, informou que ao realizar a inscrição, primeiro, o candidato deverá escolher entre um dos blocos temáticos.
Em seguida, deverá indicar seu cargo/carreira por ordem de preferência entre as vagas disponíveis no bloco de sua escolha.
Dessa forma, será possível se inscrever a mais de um cargo, desde que esteja no mesmo bloco temático. A seguir, veja mais explicações e exemplos sobre isso.
Lista preliminar aponta mais de 5 mil vagas no CNU
No dia 18 de setembro, o MGI divulgou uma lista preliminar com mais de 5 mil vagas confirmadas no concurso unificado. A relação inclui órgãos como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e diversos ministérios. Veja a tabela abaixo:
(Foto: Reprodução MGI)
Porém, vale destacar que essa tabela não está atualizada. Uma vez que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por exemplo, divulgou edital do seu próprio concurso após a divulgação da lista pelo MGI.
Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmaram a adesão ao Concurso Nacional Unificado, depois dessa lista preliminar.
Se considerarmos os órgãos acima, a distribuição por bloco temático será a seguinte:
Administração e Finanças Públicas:
- MGI - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG);
- MDIC - analista de Comércio Exterior (ACE).
Setores Econômico, Infraestrutura e Regulação:
- Antaq - especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários;
- Aneel - especialista em regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações;
- MGI - analista de Infraestrutura (AIE).
Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário:
- Mapa - auditor-fiscal federal agropecuário.
- Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação:
- MCTI - analista em Ciência e Tecnologia, pesquisador, tecnologista.
Políticas Sociais; Justiça e Saúde:
- MGI - analista técnico de políticas sociais (ATPS);
- Funai - indigenista especializado; cargos do PGPE;
- Fiocruz - analista em gestão em saúde; pesquisador em saúde pública; tecnologista em saúde pública;
- Ministério da Saúde - tecnologista;
- Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) - analista técnico administrativo.
Trabalho e Previdência:
- MTE - auditor-fiscal do trabalho;
- Previc - analista administrativo; especialista em previdência complementar.
Dados, Tecnologia e Informação Pública:
- IBGE - analista, tecnologista e pesquisador em informações geográficas e estatísticas;
- MGI - analista em Tecnologia da Informação (ATI).
Nível intermediário:
- IBGE - técnico em informações geográficas e estatísticas;
- Funai - agente em indigenismo;
- Mapa - agente de atividades agropecuárias; agente de inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal; e técnico de laboratório.
A Previc, por sua vez, solicitou que seja deslocada para o bloco temático de "Administração e Finanças Públicas", o qual tem maior afinidade pelas suas atribuições legais de supervisão e fiscalização das Entidades Fechadas de Previdência Complementar.
Já a Fiocruz afirmou que, até o momento, considera a adesão ao Concurso Nacional Unificado "em parte de seus editais".
Ainda não há confirmação sobre essa mudança.
Como será a inscrição no Concurso Unificado na prática?
Levando em consideração a lista preliminar acima, o primeiro passo para se inscrever no Concurso Nacional Unificado será escolher um dos oito blocos temáticos.
Depois, o candidato deverá indicar, por ordem de prioridade, os cargos que deseja concorrer dentro do mesmo bloco. Desde que tenha os requisitos necessários para cada um.
No bloco de “Políticas Sociais; Justiça e Saúde”, por exemplo, será possível se candidatar aos cargos do MGI, Funai, Fiocruz (a confirmar), Ministério da Saúde e Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Já no bloco de “Setores Econômico, Infraestrutura e Regulação”, a inscrição poderá ser para os cargos do MGI, Antaq e Anatel. Será cobrada apenas uma taxa de inscrição.
Lembrando que, segundo o Governo Federal, os interessados só poderão se inscrever para um bloco temático. Com isso, não será possível concorrer a vagas de nível médio e superior, por exemplo.
Como serão as provas do Concurso Nacional Unificado?
O Concurso Nacional Unificado terá apenas um dia de provas. Os candidatos deverão responder a:
- questões objetivas com matriz comum a todos os candidatos;
- questões objetivas sobre Conhecimentos Específicos de cada bloco temático;
- prova discursiva sobre Conhecimentos Específicos de cada bloco temático.
A aplicação das provas objetivas e discursivas será em um único turno (com 4h30 de duração).
De acordo com os membros do MGI, o conteúdo programático e as disciplinas das provas só serão divulgados após o Ministério ter clareza de quais órgãos participarão do concurso unificado.
Porém, há assuntos com maior probabilidade de serem cobrados, como diversidade e inclusão, concernentes aos servidores atuais, de acordo com o MGI.
Em seguida, será realizada a avaliação de titulação acadêmica e/ou experiência profissional pregressa, se necessário para o cargo em disputa.
Os órgãos que, em seus planos de carreira, tiverem a exigência de provas específicas e cursos de formação, por exemplo, deverão realizar essas etapas adicionais.
“Nesses casos, o órgão vai ter que realizar essa fase adicional. Os cursos de formação seguirão a mesma lógica”, disse o secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso.
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