A Fundação Cesgranrio, uma das bancas mais tradicionais em concursos federais e da área Bancária, se prepara para retomar grandes seleções em 2026. A instituição já mira órgãos de destaque no serviço público e pretende manter a parceria com o Banco do Brasil (BB).
Em entrevista exclusiva ao Qconcursos Folha Dirigida, o novo presidente da Fundação, Jairo Henrique Pereira, detalhou os planos da casa, comentou os impactos do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024 e adiantou quais concursos 2026 estão no radar da Cesgranrio.
Segundo ele, Transpetro, Banco do Brasil, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Câmara dos Deputados, Casa da Moeda e o "maior concurso de Alagoas" estão entre as principais apostas para 2026.
"Então, Banco do Brasil é algo que a gente está lutando para conseguir. Esse e o próximo", afirmou.
Ao mesmo tempo, Jairo defendeu a política de transparência, falou sobre a renegociação de dívidas, valorização dos fiscais de prova e o avanço das provas online, com uso intensivo de Inteligência Artificial.
"O que algumas pessoas chamam de crise, na verdade eu chamo, pela minha formação de procurador, como necessidade de transparência ao público", afirmou.
A Cesgranrio foi a organizadora da primeira edição do CNU, em 2024. No entanto, em 2025, poucos concursos ficaram sob responsabilidade da instituição.
A baixa frequência de editais em 2025 gerou comentários em comunidades e grupos de concurseiros, levantando especulações sobre uma possível crise interna na instituição.
Quer saber o que o presidente disse sobre esse tema e quais concursos 2026 estão no radar da Cesgranrio? Confira os detalhes a seguir!
Novo presidente da Fundação Cesgranrio é concurseiro de carreira
Jairo Henrique assume a presidência da Fundação Cesgranrio vindo da carreira pública e, principalmente, da experiência como concurseiro.
"Eu sou procurador de carreira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, algo que me dá muito orgulho. Fiz muitos e muitos concursos até a aprovação. Foram muitas reprovações até conseguir as primeiras aprovações", contou.
Ele destaca que essa vivência influencia diretamente na forma como enxerga o trabalho da banca:
"Hoje, quando a gente faz uma prova, essa presença, a gente pensa no concurseiro, que é o nosso cliente (...) o destinatário do serviço é o concurseiro. Sou eu há dez anos".
Jairo foi indicado pelas universidades públicas que compõem o Conselho da Fundação, com o apoio também de instituições comunitárias, como a PUC-Rio e a Universidade Católica de Petrópolis.
Ele segue vinculado à UERJ, conciliando a chefia de gabinete com a presidência da Cesgranrio.
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"Não foi crise, foi transparência", diz presidente após o CNU 2024
Nos últimos meses, circularam comentários sobre uma suposta "crise" na Fundação Cesgranrio, em meio à redução no número de concursos públicos organizados e à repercussão do Concurso Nacional Unificado.
Jairo, porém, rejeita o rótulo de crise.
"O que algumas pessoas estavam chamando de crise, na verdade, a meu ver, nada mais é do que a transparência, que é tão exigida no setor público", disse.
Ele lembrou que a Fundação tornou públicas informações sobre renegociação de dívidas tributárias e bancárias:
"Quando eu convoco a situação, por exemplo, a situação tributária, será que é só a Cesgranrio que está renegociando suas dívidas ou a Cesgranrio foi a única que veio a público dizer que está fazendo isso? (...) Nós optamos pela renegociação e pela necessidade de transparência".
Segundo o presidente, a relação com órgãos públicos segue ativa, especialmente em contratos de avaliação educacional, o que explica por que a redução de grandes concursos não significa queda no volume de trabalho.
"Pode sim ter havido uma diminuição no número de concursos, mas não houve a diminuição no número de contratos em geral".
Sobre o CNU 2024, Jairo classificou o modelo como um marco importante e afirmou que a própria Fundação Cesgranrio realiza um relatório interno para mapear as eventuais falhas e acertos do projeto.
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Caixa marca retomada dos concursos da Fundação Cesgranrio
Um dos sinais de retomada para os concursos Cesgranrio foi a nova parceria com a Caixa Econômica Federal, que realizou em 2024 um concurso para técnico bancário com a banca e, agora, uma seleção de nível superior.
"A Caixa Econômica ter confiado a nós um concurso desse tipo foi realmente muito importante para a gente, porque todos os concursos são importantes. Mas o concurso de engenheiro e de arquiteto é um que impacta o Brasil inteiro, direta e indiretamente".
Jairo frisa que a tática da Fundação não é "pegar todos os concursos a qualquer custo", mas priorizar editais em que consiga entregar excelência.
"A Cesgranrio já tem uma característica que ela não pretende simplesmente pegar todos os concursos a qualquer custo (...) O que a gente deseja é que cada concurso entregue a excelência".
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Cesgranrio mira novos concursos Banco do Brasil
O concurso Banco do Brasil é tratado pelo presidente da Fundação Cesgranrio como uma prioridade.
"Banco do Brasil é, sem dúvida nenhuma, muito importante para a Fundação Cesgranrio, justamente pelo motivo que eu te falei. É um concurso de impacto nacional, então a gente quer participar mais uma vez", revela.
Atualmente, existe contrato vigente entre o banco e a Fundação, e Jairo aposta tanto na possibilidade de realização de mais um concurso dentro desse ciclo quanto na renovação para os próximos anos.
"Uma vez que o contrato seja assinado dentro deste período, nós podemos realizar até que seja depois. Importante que o contrato seja assinado antes do término (...) Mesmo que não seja realizado ou assinado dentro deste contrato, há uma grande possibilidade da Cesgranrio continuar prestando serviço com o Banco do Brasil aí por mais cinco anos ou dez anos, dependendo da renovação".
Ele confirma que a Fundação já tem proposta pronta para seguir como banca dos próximos editais.
"A Cesgranrio já preparou a proposta para continuar para os próximos concursos, não só nesses cinco anos que se encerra agora, mas como para mais cinco anos. A minha aposta está muito nessa segunda fase também".
Vale lembrar o contrato entre o Banco do Brasil e a Fundação Cesgranrio foi firmado em 11 de dezembro de 2020, com vigência inicial de 12 meses e possibilidade de prorrogação por até 60 meses (cinco anos).
Oficialmente, o BB diz apenas que tem ciência desse prazo e não confirma se a Cesgranrio será a banca do próximo concurso público.
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Banca tem concursos Transpetro e Câmara dos Deputados no radar
Questionado diretamente sobre os concursos 2026 que estão no radar da Fundação Cesgranrio, Jairo Henrique Pereira destacou que alguns processos surgem como prioridades naturais para o próximo ano.
O concurso da Transpetro é o principal deles, dada a movimentação recente para um novo edital.
Em maio, a Justiça do Trabalho chegou a determinar que um novo concurso Transpetro fosse realizado no prazo de 180 dias. A estatal, porém, recorreu da decisão e o caso segue em discussão judicial.
Ainda assim, ao que tudo indica, um novo concurso público já está no radar, especialmente diante da fala do presidente da Cesgranrio.
Além da Transpetro, ele também enfatiza que a Câmara dos Deputados é outro concurso estratégico para 2026, por exigir uma banca com estrutura nacional robusta.
"Temos a Câmara dos Deputados. São pouquíssimas as bancas que conseguem fazer um concurso nacionalmente".
Entre os concursos mencionados no radar da Fundação Cesgranrio para 2026, estão:
- Transpetro;
- Banco do Brasil;
- Polícia Rodoviária Federal (PRF);
- Câmara dos Deputados;
- Concursos em Alagoas;
- Casa da Moeda do Brasil.
Sobre as seleções regionais, ele cita diretamente o estado de Alagoas:
"Temos alguns concursos, por exemplo, de Alagoas. É muito grande (o estado) e tenho um carinho especial também".
Recentemente, o governador Paulo Dantas autorizou o "maior concurso de Alagoas", com mais de 11 vagas em diversos órgãos. O principal destaque é para a Polícia Militar, com 1.060 vagas, e para a área da Educação, que recebeu aval para 1.042 postos.
As seleções serão realizadas separadamente e os trâmites já foram iniciados.
O presidente também destacou o peso do concurso da Casa da Moeda:
"A Casa da Moeda é um concurso menor em quantidade, mas com impacto para o país muito grande. Temos muita vontade de contribuir".
Em setembro, Qconcursos Folha Dirigida teve acesso a um documento interno que indicava preparativos para um novo concurso Casa da Moeda.
O pedido foi feito pelo Departamento de Produtos Gráficos e Cartões (Deger), para 39 vagas efetivas.
De acordo com o presidente, a Cesgranrio pretende disputar esses editais sem abrir mão das avaliações em Educação Básica, que continuam sendo parte relevante do portfólio da banca.
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Presidente avalia fiscais e quer melhoria na aplicação das provas
Um dos pontos mais sensíveis para quem faz concursos públicos são os relatos de problemas com fiscais e aplicação de provas. Jairo admite que esse é um foco de melhoria e coloca três frentes como prioritárias:
► Ouvir os candidatos
"O primeiro passo realmente é ouvir a crítica dos concurseiros, porque eles são os nossos clientes".
Segundo ele, a fundação pretende reforçar a divulgação do canal 0800, para receber relatos diretamente dos participantes após cada aplicação.
► Valorizar e melhor remunerar os aplicadores
"Eu não posso deixar de agradecer aos aplicadores das provas, porque é uma remuneração baixa que as bancas pagam a esses fiscais. Há necessidade de reestruturação para melhorar essa remuneração desses profissionais, porque eu não posso só exigir, eu tenho que dar meios para isso".
► Mais treinamento e acompanhamento
"A Cesgranrio está fazendo toda uma reformulação, inclusive de métodos online de treinamentos para esses aplicadores, uma valorização desses profissionais, porque sem eles não tem concurso".
A ideia é que cada novo edital organizado pela banca tenha também esse componente de feedback e melhoria contínua da logística de aplicação.
Provas online: presidente é entusiasta do modelo
A Lei Geral de Concursos Públicos abriu a possibilidade de aplicação de provas online, tema que gera dúvidas e resistência entre concurseiros. O próprio presidente admite que, inicialmente, também via o formato com desconfiança.
"Meu primeiro pensamento foi, como concurseiro, refratário por prova online: 'será que isso é seguro mesmo?".
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Após conhecer mais de perto os sistemas usados pela Fundação em certificações e processos de avaliação corporativa, ele diz ter mudado de opinião.
"Hoje a gente tem uma tecnologia que você faz a prova e ela detecta se você está olhando para o lado, se você está olhando para trás, se você está olhando constantemente para fora de um ponto que a nossa inteligência artificial entende que não é o comum para o comportamento humano", explica.
Segundo ele, a Cesgranrio já utiliza recursos de IA em avaliações para instituições como Banco do Brasil e Fundação Bradesco, com taxa de reprovação muito alta, o que reforça o controle de segurança.
"A taxa de reprovação é uma taxa muito alta na prova online, então chega a 97, 98% de reprovação".
A banca também investe em testes constantes de segurança cibernética. Com isso, Jairo diz ter se tornado um defensor do formato.
"Estudem até passar, vale a pena", diz presidente
Ao final da entrevista, Jairo deixa uma mensagem direta para quem se prepara para concursos públicos, e fala como alguém que já passou pelo mesmo caminho.
"O que eu posso falar para os concurseiros é que estudar vale a pena, principalmente num país como o nosso, que às vezes não dá tantas oportunidades. O concurso ele é uma oportunidade".
Ele lembra que estudou durante anos, abrindo mão de lazer, até ser aprovado para procurador.
"Foram muitas, muitas e muitas horas de estudo até chegar no cargo de procurador. Hoje eu não tenho dúvida que vale a pena, porque dá uma tranquilidade, dá uma estabilidade para a nossa família", comenta.
O presidente encerra com uma síntese que serve como recado para quem mira os concursos 2026 — inclusive os que podem ser organizados pela Fundação Cesgranrio.
"Estudem realmente até passar, porque vai chegar esse momento. Com o estudo a gente muda não só a nossa vida, mas principalmente o mais importante: a gente muda a vida das pessoas ao nosso redor", conclui.





















