Os ministros, em unanimidade, seguiram o voto do relator, ministro Edson Fachin, para o não prosseguimento da ação. Com isso, os próximos concursos para o cargo de técnico judiciário da União devem manter o nível superior como requisito.
Isso inclui o próximo concurso TSE Unificado, cujo edital está previsto para publicação até o início de abril.
Conforme decisão dos ministros do STF, a ADI não pode ter seu mérito avaliado por conta da "ilegitimidade ativa da parte autora".
A Associação Nacional dos Analistas Judiciários e do Ministério Público da União (Anajus) foi quem ingressou com a ADI 7338, em janeiro do ano passado.
O pedido era para concessão de uma liminar que suspendesse a vigência da Lei Federal 14.456/2022 (que mudou a escolaridade de técnico) até que o mérito da ação fosse julgado pelo Plenário do STF.
A ação foi distribuída ao ministro Edson Fachin, que, em junho, negou o prosseguimento da ADI em razão da “ilegitimidade ativa da parte autora”. Isto é, para ele, a Anajus não tem legitimidade para propor essa discussão.
O ministro nem chegou a entrar no mérito da ação e discutir a questão do nível superior para técnicos. Assim, a escolaridade fica mantida como requisito nos concursos para o cargo.
Concurso unificado da Justiça Eleitoral terá como requisito o nível superior
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A presidência da Anajus confirmou à Folha Dirigida por Qconcursos que busca o apoio de outros pares, como a Ordem dos Advogados do Brasil (AOB), para ajuizar outras ADIs sobre o assunto.
A OAB, a Procuradoria-Geral da República e partidos políticos são elegíveis para ajuizar uma ADI no Supremo. Assim como a entidade sindical de âmbito nacional.
Concurso TSE Unificado terá 520 vagas para técnicos e analistas
O concurso unificado da Justiça Eleitoral ofertará 520 vagas para técnico e analista judiciário. Os dois cargos têm como requisito o nível superior completo e oferecem iniciais de até R$13 mil mais benefícios.
O formato unificado funciona da seguinte forma: um único edital é divulgado com vagas para o TSE e para Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), que assinaram o termo de adesão.
O edital de 2024 terá as vagas distribuídas entre o TSE e os 26 Tribunais Regionais Eleitorais do país. Somente o TRE do Tocantins não participará da seleção por ainda ter seleção válida.
As provas serão realizadas nas cidades sedes dos tribunais, de maneira simultânea.
O edital está previsto para publicação até o início de abril. O prazo foi informado com exclusividade, por fonte, à Folha Dirigida por Qconcursos.
"Previsão é entre março e início de abril", disse a fonte.
No momento, o edital está na etapa de ajustes finais. Em suas redes sociais, o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que o concurso "está chegando".
De acordo com resolução publicada em 2023, o concurso unificado terá 33% das vagas reservadas às cotas. Os percentuais serão para os seguintes grupos:
20% das vagas para pessoas negras;
10% das vagas para pessoas com deficiência; e
3% das vagas para pessoas indígenas.
Áreas e cargos do concurso estão definidos
As vagas para os cargos de técnico e analista judiciário serão divididas entre diferentes especialidades.
Folha Dirigida por Qconcursos teve acesso ao termo de referência do concurso, que detalha quais áreas serão contempladas. Confira a seguir:
Técnico Judiciário
área Administrativa sem especialidade;
área Administrativa para agente de Polícia Judicial; e
área de Apoio Especializado em programação de sistemas.
Analista Judiciário
área Administrativa em Contabilidade;
área Administrativa sem especialidade;
apoio especializado em Tecnologia da Informação;
apoio especializado em Arquitetura;
apoio especializado em Arquivologia;
apoio especializado em Biblioteconomia;
apoio especializado em Enfermagem;
apoio especializado em Engenharia Civil;
apoio especializado em Engenharia Elétrica;
apoio especializado em Estatística;
apoio especializado em Engenharia Mecânica;
apoio especializado em Medicina - Clínica Geral, Medicina do Trabalho e Psiquiatria;
apoio especializado em Odontologia;
apoio especializado em Psicologia;
apoio especializado em Serviço Social; e
área Judiciária sem especialidade.
*O quadro de cargos do termo de referência não indica as especialidades de Engenharia Civil - Segurança do Trabalho, Analista de Sistemas e Relações Públicas para analista judiciário. Mas elas estão incluídas no número de provas discursivas a serem corrigidas pela banca.
Em fevereiro de 2024, as remunerações dos servidores do Poder Judiciário da União foram reajustadas e passaram a ter os seguintes valores:
técnicos judiciários: R$8.529,64, sendo R$3.554,02 de vencimento básico e R$4.975,64 de Gratificação por Atividade Jurídica (GAJ); e
analistas judiciários: R$13.994,76, sendo R$5.831,15 de vencimento básico e R$8.163,61 de Gratificação por Atividade Jurídica (GAJ).
Os servidores ainda têm direito a uma série de benefícios, como o auxílio-alimentação, assistência pré-escolar e assistência médica e odontológica (participação da União).
No entanto, esse quantitativo pode ser ainda maior. Isso porque tramita no Congresso Nacional o projeto de lei 04/2024, que prevê a criação de mais 474 cargos efetivos na Justiça Eleitoral, sendo 242 para técnico judiciário e 232 para analista judiciário.
Em ofício enviado aos Tribunais Regionais Eleitorais, ao qual Folha Dirigida por Qconcursos teve acesso, o TSE confirma que está "prevista a realização de revisão da Portaria TSE nº 89/2024 logo após a efetiva publicação da Lei a ser aprovada, com a contemplação, entre outros, das autorizações das quantidades de cargos efetivos dispostas no normativo".
Os provimentos de cargos efetivos são feitos por aprovados em concursos públicos para os cargos de técnico e analista judiciário.
Como a maioria dos órgãos não tem edital válido, os provimentos autorizados devem ser feitos por meio dos aprovados no próximo concurso unificado da Justiça Eleitoral (concurso TSE Unificado).
Apenas o TRE do Tocantins não participará do concurso de forma unificada, pois ainda tem edital em validade.
Cebraspe é a banca organizadora do concurso
Em dezembro de 2024, a Fundação Getulio Vargas (FGV) foi anunciada pelo TSE como a banca do concurso unificado. Surpreendendo a todos, no dia 2 de janeiro, foi publicada uma notícia sobre a alteração na organizadora.
O Tribunal Superior Eleitoral esclareceu que a FGV não atendeu a um dos requisitos sobre a reserva de vagas a Pessoas com Deficiência (PcD), prevista no artigo 93 da Lei nº 8.213/1991.
A partir de então, um outro estudo foi feito pelo TSE para escolher a nova banca organizadora da seleção. O Cebraspe foi então o escolhido.
Ele ficará responsável, agora, pela aplicação das provas do concurso.
Segundo o termo de referência do concurso TSE Unificado, os candidatos poderão ser avaliados pelas seguintes etapas:
prova objetiva;
prova discursiva (somente para analista judiciário);
exame de aptidão física (somente agente de Polícia Judicial);
avaliação de títulos;
avaliação biopsicossocial; e
procedimento de heteroidentificação.
É importante destacar que as provas para analista e técnico serão aplicadas em turnos distintos.
O termo de referência não adiantou o conteúdo programático das provas, que deverá ser disponibilizado junto com o edital.
Na prova discursiva do concurso TSE Unificado, a banca realizará a correção das redações dos candidatos a analista judiciário classificados até as seguintes posições (ampla concorrência):
área Administrativa em Contabilidade: 200ª posição;
área Administrativa sem especialidade: 500ª posição;
apoio especializado em Análise de Sistema: 200ª posição;
apoio especializado em TI: 30ª posição;
apoio especializado em Arquitetura: 30ª posição;
apoio especializado em Arquivologia: 30ª posição;
apoio especializado em Biblioteconomia: 30ª posição;
apoio especializado em Enfermagem: 30ª posição;
apoio especializado em Engenharia Civil: 30ª posição;
apoio especializado em Engenharia Civil - Segurança do Trabalho: 30ª posição;
apoio especializado em Engenharia Elétrica: 30ª posição;
apoio especializado em Estatística: 30ª posição;
apoio especializado em Medicina - Clínica Geral, Medicina do Trabalho e Psiquiatria: 30ª posição (cada carreira);
apoio especializado em Odontologia: 30ª posição;
apoio especializado em Psicologia: 30ª posição;
apoio especializado em Relações Públicas: 30º posição;
apoio especializado em Serviço Social: 30ª posição; e
Último concurso TSE Unificado foi realizado em 2006
A Justiça Eleitoral já abriu um concurso unificado no ano de 2006. Na época, além do Tribunal Superior Eleitoral, participaram da seleção os Tribunais Regionais do Acre, Rio de Janeiro, Rondônia e Roraima.
No total, foram disponibilizadas 801 vagas com a seguinte divisão:
Tribunal Superior Eleitoral – 280 vagas;
Tribunal Regional Eleitoral do Acre – 6 vagas;
Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro – 435 vagas;
Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia – 56 vagas; e
Tribunal Regional Eleitoral de Roraima – 24 vagas.
As oportunidades foram para os cargos de técnico judiciário e analista judiciário. No ato da inscrição, o interessado deveria sinalizar o cargo e o tribunal de interesse.
Os candidatos foram avaliados por diferentes etapas, a depender da localidade das vagas. Veja a estrutura de provas:
TSE
prova objetiva;
prova discursiva (apenas para analista judiciário); e
avaliação de títulos.
TRE AC; TRE RO; TRE RR
prova objetiva; e
prova discursiva.
TRE RJ
prova objetiva;
prova discursiva (apenas para analista judiciário); e
prova de capacidade física (somente para o cargo de técnico judiciário - área: Serviços Gerais – especialidade: Segurança Judiciária).
As provas foram aplicadas nas capitais dos estados com vagas nos tribunais regionais e no Distrito Federal, no caso das oportunidades para o TSE.
Os participantes tiveram que responder a questões sobre Conhecimentos Básicos e Específicos.
A seguir, confira aula gratuita para o concurso TSE Unificado: